terça-feira, agosto 01, 2023

Bola

É digna de um estudo sério esta quase súbita conversão do país ao futebol feminino. Nele mereceria uma análise particular o papel desempenhado pela comunicação social.

14 comentários:

manuel campos disse...


O país converte-se ao que a comunicação social lhe diz para se converter.
Se amanhã fôr o badminton ou o cricket vai ser uma excitação com o badminton e o cricket.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Também me parece coisa pouco genuína, muito "made up" pelo mediatismo.

Unknown disse...

Da minha parte, a conversão resultou da bravura e da tenacidade das raparigas, que me pareceu superior à dos homens. Faltou-lhes hoje um toque de audácia ou de ousadia nos últimos minutos, para fazerem História.

AV disse...

Bastante marialvismo, por aqui. Por que não celebrar a seleção nacional feminina do futebol?

Lúcio Ferro disse...

Opá, isso amanhã já não existe. Futebol feminino, que anedota, é só para quem não tem mais nada que fazer. Bute lá ver essas pérolas a jogar à bola com mamas; marialvismo, diz um dos comentadores, ahahah.

José disse...


Olá, muito bom dia

Sei que não é bem a sua praia, mas "o país", que neste caso é a comunicação social, reage assim - também por necessidade de vender - perante isto, tal como reagiu quando fomos a uma fase final em raguebi, pela primeira vez.
Mas entre arroubos patrióticos e um hino cantado a plenos pulmões não me parece que venha daí mal ao mundo.
E já agora, e isso não é mesmo a sua praia, eu sei, convém dizer, nem que seja baixinho, que o futebol feminino, em Portugal deu um salto quântico quando o Benfica, melhor descrito como O Glorioso, decidiu apostar na modalidade, há uns quatro ou cinco anos.
Se isso é bom ou mau não sei, mas lá que foi, isso foi.

Cumprimentos

manuel campos disse...


Gostei do "marialvismo", uma expressão injustamente esquecida pois remete para aspectos hoje em dia “mal vistos” pelas sociedades como se depreenderá do seu significado real (ver post-scriptum).
Não percebi no entanto a que propósito vem pois não me tenho dado conta que isto esteja cheio de grandes conquistadores ou sedutores nem que tenham uma vida pautada pelo ócio e pela dedicação aos cavalos ou touros.
Mas se calhar estou enganado, já vi de tudo na vida, os que menos falam são os que mais fazem e não ponho as mãos no lume por ninguém aqui, nem por mim.

Constatar o que se constata no texto não tem nada a ver com celebrar ou não celebrar a seleção nacional feminina de futebol, tem a ver com comunicação social, está lá bem escarrapachado.
Pensar que de repente toda a gente anda muito entusiasmada com a selecção feminina e que amanhã já ninguém vai querer saber dela, até uma nova situação semelhante, é que devia ser a questão que mais uma vez nos devia preocupar, a de sabermos que saindo das notícias sai das vidas de todos.

É um dos nossos grandes problemas como povo, o vivermos de “fogos fátuos” (esplendor efémero; prazer ou glória que não duram muito tempo) e ficarmos por aí até que alguém lute quase sózinho por chegar outra vez ao topo.


PS- Significado de Marialva
adj.m. e adj.f.
1. (História) Respeitante aos preceitos e regras de cavalgar à gineta;
2. Diz-se daquele que é muito mulherengo ou sedutor;
n.m.
3. (Antigo) Designação atribuída a um bom cavaleiro;
4. (Pejorativo) Denominação de homem muito conquistador ou sedutor;
5. (Pejorativo) Sujeito pertencente a família ilustre, que que tem uma vida pautada pelo ócio e pela dedicação aos cavalos ou touros.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Muito bem, Manuel Campos!

Nuno Figueiredo disse...

as miúdas jogam bom futebol.

AV disse...

Manuel Campos, tem toda a razão. A palavra correcta é misoginía.

Augie Cardoso, Plymouth, Conn. disse...

Por duas polegadas no poste, faziam melhor papel que os " masculinos " contra o grupo USA. Levantei-me as 3 da madrugada para ver o jogo em directo.

manuel campos disse...


AV

Agradeço a sua resposta que não é bem uma resposta.

Acho que está a exagerar um bom bocado com essa da misoginia, que é uma aversão doentia às mulheres, mas se lhe agrada e faz feliz usar uma expressão dessa "brutalidade" num caso destes, quem sou eu para o desiludir.
É assim que as expressões que devíamos "guardar" para situações mesmo graves se vêm banalizando, uma atrás da outra, até perderem todo o significado junto das pessoas e já ninguém lhes dar grande importância.

Ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres ou meninas (misoginia) nunca vi "por aqui" (como diz) contra a selecção feminina.
Não digo que não haja por aí, como o contrário também há, mas isso é outro assunto.

Mas se há algo chato é falarmos de um assunto e haver sempre alguém que nos vem dizer que devíamos era ter falado de outro.
Pois se era daquele que queríamos falar!

O que se viu e vê é o que lá está no que escrevi, um entusiasmo enorme que desaparece no dia seguinte e mais nada, as raparigas que lutem sózinhas daqui para a frente para voltarem à ribalta que nem 5% (meio milhão de pessoas) da população deste país (feminina e masculina) lhes vai acompanhar o dia-a-dia até à próxima oportunidade de ribalta.
E incluindo neste 1% os que se enchem de calores e nunca as foram ver jogar.

PS1- Já alguém reparou que o entusiasmo desportivo com a selecção feminina vem sempre mais dos homens e que as mulheres pouco ligam?

PS2- Foi uma excelente representação a que a selecção feminina proporcionou, muito em especial o empate contra a fortíssima selecção dos EUA.
Sendo eu alguém que jogou futebol todas as semanas da vida até ao dia em que fiz 50 anos (já falei nisso) não sou "adepto" da bola na trave ser um azar maior que o rabo do árbitro no caminho, por exemplo, faz tudo parte do jogo.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

AV,

A misoginia é uma coisa muito grave para se usar como arma de arremesso para coisas que não têm nada a ver.

Flor disse...

Agora que as Jornadas terminaram não sei como seria a programação das TVs nos dois eventos, as Jornadas e o futebol feminino na Nova Zelândia. E nós? Para estarmos Up to date dormíamos como os golfinhos, com um olho aberto e outro fechado e com o comando nas mãos.

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