Um email de um amigo, esta manhã: “Partilhaste um texto em francês. Achas que alguém ainda percebe francês? O mundo, por cá mudou. Experimenta perguntar a um miúdo o significado de uma data em letras romanas...”
A língua francesa perdeu importância em Portugal e noutros países mas continua a ter alguma inmportância por cá. E os meus netos têm aprendido a notação romana para os números no ensino básico e até me colocaram perguntas interessantes sobre as regras dessa notação.
Continuamos a ser forçados a aprender francês. Alguns, com pouca sorte - e vítimas de modernices perigosas -, aprendem o inútil espanhol. Mas ninguém quer saber do francês porque não é língua de cultura popular nem de ciência. A própria Renault já usa o inglês entre os seus serviços. Tudo o que importa é traduzido para inglês (quando não criado de raiz nessa língua).
O inglês é a língua comum da Humanidade, hoje em dia. Não precisamos de mais. A partir daí, só por interesse pessoal ou necessidade imperiosa (na qual se inclui o respeito pelos locais onde se vive). Ao todo cabe assegurar a facilidade de comunicação e não andar preocupado com agendas nacionalistas - como acontece com a (pseudo)nhurrice dos hispânicos e a forma como insistem no espanhol em fora exclusivamente escritos em inglês.
Insistir no ensino do francês (e do espanhol) é um gasto inútil de recursos públicos, para além de que representa uma incoerência com o discurso oficial referente à "importância" da língua portuguesa. Gastamos a ensinar francês o dinheiro que a França não gasta a ensinar português aos filhos dos nossos emigrantes. Pagamos com os nossos impostos a publicidade forçada a uma cultura que manifestamente não interessa à generalidade da população e cujo conhecimento não lhe assegura qualquer vantagem prática.
Falar outras línguas é uma coisa mágica. Emitir sons estranhos e ter reações do outro lado é lindo. Mas o sistema de ensino não tem de se preocupar com os gostos de cada um. Tem, sim, de providenciar aos cidadãos ferramentas práticas (!!!) para crescer e prosperar em sociedade.
Claro que dizer «Time Is Money”, em francês custa mais caro: “Le temps c’est de l’argent”…
Resta a esperar que a “machadada” fatal no francês não venha da EU, na sequência do resultado do referendo britânico de 23 de junho. Alguns argumentam que seria curioso manter o inglês como a língua das negociações após a saída do Reino Unido da União Europeia... O inglês continuará a ser a língua dos intercâmbios da UE ou poderá o francês assumir este papel?
Foi a colonização e a expansão territorial do Reino Unido que levaram ao triunfo do inglês como língua internacional. O episódio colonial lançou as bases para um mundo de língua inglesa.
Mas é à antiga colónia nomeada Estados Unidos que o inglês deve o seu estado actual.
Quanto à frase “Pagamos com os nossos impostos a publicidade forçada a uma cultura que manifestamente não interessa à população em geral e cujo conhecimento não garante qualquer vantagem prática” creio que o milhão de portugueses que vivem em França não teriam a mesma opinião.
E enfim, falar uma língua, pode ser sempre um trunfo na vida. Falo cinco e nunca me arrependi…
O Freitas finge de conta que não sabe que o "milhão de portugueses em França" é essencialmente gente com pouca "educação" que aprendeu a língua no terreno e não propriamente na escola.
De qualquer forma, é engraçado ver o estalinista de Grenoble a defender que o Estado deve dar aos seus cidadãos ferramentas para... emigrar.
Eis uma frase que também mete metais preciosos: "O silênco é de ouro".
É curioso como se usam metais nobres para dar valor a coisas que enfim parece que não se aplicam devidamente... E agora por um lado neste momento o tempo até nos sobra por outro o silêncio é o que mais se "ouve"... Diz-se para estes lados que o silêncio é espectral... Sim é isso, aqui na outra península europeia (quantas analogias, não é?) o silêncio é espectral... Sabe-se lá porquê...
«"milhão de portugueses em França" é essencialmente gente com pouca "educação"» A esta "pérola", responderia a minha falecida tia Clotilde: "cagança, anda para casa que é meia noite". E sabe, sr. das 14:33, apesar de dominar razoavelmente as línguas francesa e inglesa, usei profissionalmente, quase sempre o francês e muito menos o inglês e sempre gostei, muito mais, de falar francês do que inglês. Não sei se, para si, isto me classifica como bronco ou deseducado. De qualquer modo, fica desde já o meu agradecimento. E tem toda a razão, "O silêncio é de ouro". É pena, por vezes, que nos esqueçamos disso.
É curioso, o francês ser quase considerado "língua morta" por muita gente. Para mim, que o aprendi bastante bem na escola pública portuguesa, também era. No entanto, emigrada em Amesterdão há uns anos descobri que o inglês me era muito útil para interagir uma vez que todos falam inglês naquela terra (cheguei a falar com varredores de rua!) No entanto, o que me valeu um emprego (nada importante, um mero callcentre) foi o pobre francês, enterrado após anos e anos de esquecimento e falta de uso, que depressa ressurgiu e me foi extremamente útil.
O anónimo de 31 de Março de 2020 às 14:33, devia ter escrito as sua imundices no dia seguinte: encaixava melhor com a data. Mas que esperar de alguém que insulta um milhão de Portugueses, que não sabe que falar uma língua estrangeira, ou mais, não é só útil para trabalhar, mas também faz parte da cultura e que cada um pode gostar mais de ler um poema de Victor Hugo ou Lord Byron. Mas eu sei que este anónimo, quando ouve falar de “kultura” saca logo da sua pistola. Como o pequenote nazi que vendia as imundices de Hitler , e acabou por assassinar toda a sua família.
Um conselho: em vez de passar o seu tempo na tasca, vá para a escola aprender a escrever Português.Mas não "finga" de conta....
11 comentários:
Quem lê o Senhor Embaixador é do tempo de aprender francês.
A maior parte, claro. Acho que quem leu percebeu.
Maria Isabel
A língua francesa perdeu importância em Portugal e noutros países mas continua a ter alguma inmportância por cá. E os meus netos têm aprendido a notação romana para os números no ensino básico e até me colocaram perguntas interessantes sobre as regras dessa notação.
JJ.amarante. Ensine-lhes o MCDXLIV. É 1444 e tem todas as letras
Continuamos a ser forçados a aprender francês. Alguns, com pouca sorte - e vítimas de modernices perigosas -, aprendem o inútil espanhol. Mas ninguém quer saber do francês porque não é língua de cultura popular nem de ciência. A própria Renault já usa o inglês entre os seus serviços. Tudo o que importa é traduzido para inglês (quando não criado de raiz nessa língua).
O inglês é a língua comum da Humanidade, hoje em dia. Não precisamos de mais. A partir daí, só por interesse pessoal ou necessidade imperiosa (na qual se inclui o respeito pelos locais onde se vive). Ao todo cabe assegurar a facilidade de comunicação e não andar preocupado com agendas nacionalistas - como acontece com a (pseudo)nhurrice dos hispânicos e a forma como insistem no espanhol em fora exclusivamente escritos em inglês.
Insistir no ensino do francês (e do espanhol) é um gasto inútil de recursos públicos, para além de que representa uma incoerência com o discurso oficial referente à "importância" da língua portuguesa. Gastamos a ensinar francês o dinheiro que a França não gasta a ensinar português aos filhos dos nossos emigrantes. Pagamos com os nossos impostos a publicidade forçada a uma cultura que manifestamente não interessa à generalidade da população e cujo conhecimento não lhe assegura qualquer vantagem prática.
Falar outras línguas é uma coisa mágica. Emitir sons estranhos e ter reações do outro lado é lindo. Mas o sistema de ensino não tem de se preocupar com os gostos de cada um. Tem, sim, de providenciar aos cidadãos ferramentas práticas (!!!) para crescer e prosperar em sociedade.
Anonimo 31 de março de 2020 às 09:59:
Claro que dizer «Time Is Money”, em francês custa mais caro: “Le temps c’est de l’argent”…
Resta a esperar que a “machadada” fatal no francês não venha da EU, na sequência do resultado do referendo britânico de 23 de junho. Alguns argumentam que seria curioso manter o inglês como a língua das negociações após a saída do Reino Unido da União Europeia... O inglês continuará a ser a língua dos intercâmbios da UE ou poderá o francês assumir este papel?
Foi a colonização e a expansão territorial do Reino Unido que levaram ao triunfo do inglês como língua internacional. O episódio colonial lançou as bases para um mundo de língua inglesa.
Mas é à antiga colónia nomeada Estados Unidos que o inglês deve o seu estado actual.
Quanto à frase “Pagamos com os nossos impostos a publicidade forçada a uma cultura que manifestamente não interessa à população em geral e cujo conhecimento não garante qualquer vantagem prática” creio que o milhão de portugueses que vivem em França não teriam a mesma opinião.
E enfim, falar uma língua, pode ser sempre um trunfo na vida. Falo cinco e nunca me arrependi…
O Freitas finge de conta que não sabe que o "milhão de portugueses em França" é essencialmente gente com pouca "educação" que aprendeu a língua no terreno e não propriamente na escola.
De qualquer forma, é engraçado ver o estalinista de Grenoble a defender que o Estado deve dar aos seus cidadãos ferramentas para... emigrar.
Eis uma frase que também mete metais preciosos: "O silênco é de ouro".
É curioso como se usam metais nobres para dar valor a coisas que enfim parece que não se aplicam devidamente... E agora por um lado neste momento o tempo até nos sobra por outro o silêncio é o que mais se "ouve"... Diz-se para estes lados que o silêncio é espectral... Sim é isso, aqui na outra península europeia (quantas analogias, não é?) o silêncio é espectral... Sabe-se lá porquê...
Renato (de Roma)
ao anonimo das 14.33
Não sei se "finge de conta" foi um lapso ou não mas gostei da expressão: fez-me lembrar a escrita de Mia Couto;
«"milhão de portugueses em França" é essencialmente gente com pouca "educação"»
A esta "pérola", responderia a minha falecida tia Clotilde: "cagança, anda para casa que é meia noite".
E sabe, sr. das 14:33, apesar de dominar razoavelmente as línguas francesa e inglesa,
usei profissionalmente, quase sempre o francês e muito menos o inglês e sempre gostei, muito mais, de falar francês do que inglês. Não sei se, para si, isto me classifica como bronco ou deseducado. De qualquer modo, fica desde já o meu agradecimento.
E tem toda a razão, "O silêncio é de ouro". É pena, por vezes, que nos esqueçamos
disso.
É curioso, o francês ser quase considerado "língua morta" por muita gente. Para mim, que o aprendi bastante bem na escola pública portuguesa, também era. No entanto, emigrada em Amesterdão há uns anos descobri que o inglês me era muito útil para interagir uma vez que todos falam inglês naquela terra (cheguei a falar com varredores de rua!) No entanto, o que me valeu um emprego (nada importante, um mero callcentre) foi o pobre francês, enterrado após anos e anos de esquecimento e falta de uso, que depressa ressurgiu e me foi extremamente útil.
O anónimo de 31 de Março de 2020 às 14:33, devia ter escrito as sua imundices no dia seguinte: encaixava melhor com a data.
Mas que esperar de alguém que insulta um milhão de Portugueses, que não sabe que falar uma língua estrangeira, ou mais, não é só útil para trabalhar, mas também faz parte da cultura e que cada um pode gostar mais de ler um poema de Victor Hugo ou Lord Byron.
Mas eu sei que este anónimo, quando ouve falar de “kultura” saca logo da sua pistola. Como o pequenote nazi que vendia as imundices de Hitler , e acabou por assassinar toda a sua família.
Um conselho: em vez de passar o seu tempo na tasca, vá para a escola aprender a escrever Português.Mas não "finga" de conta....
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