segunda-feira, março 23, 2020

O que aí virá

A euforia dos anos de normalidade que tivemos faz-nos esquecer a tragédia que vai ser o inevitável aumento do desemprego: pobreza das famílias, custos sociais, aumento da criminalidade, rejeição xenófoba dos (“ameaçadores”) estrangeiros. E vai ser preciso apoiar muito as IPSS!

5 comentários:

João Cabral disse...

Em Timor, já começaram: https://www.publico.pt/2020/03/23/politica/noticia/professores-portugueses-agredidos-timor-causa-covid19-1909045

Luís Lavoura disse...

Já hoje é uma tragédia. As pessoas só querem gastar o seu dinheiro nos grandes supermercados. Há restaurantes, mercearias e frutarias ainda abertos mas que estão a fechar por falta de clientes. Mesmo as coisas que as pessoas precisam de comprar, só as querem comprar em grandes superfícies.

Anónimo disse...

Por falar em xenofobia: por cá, acabaram os casos de racismo.

Quanto a Timor, li uma notícia de um jornal PC cá do burgo e nem uma acusação de racismo ou xenofobia.

Joaquim de Freitas disse...

Não sei o que virá por ai, mas há uma coisa certa , Senhor Embaixador : Lemos tudo, vimos visto, ouvimos tudo: "o regime chinês entrou em falência", a China está "à beira do colapso", o "sistema está a desmoronar-se", Xi Jinping está "politicamente em perigo" e "preso", "a ditadura está a vacilar", o "totalitarismo ..." "Confessou o seu fracasso", "nada será como era."

De facto, nada será como antes, e por uma boa razão: a República Popular dominou claramente a epidemia em dois meses. Os abutres sinistros dirão que não é verdade, que os números são manipulados, que a epidemia pode recuperar. Mas os peritos internacionais dizem o contrário, e os factos falam por si. O número diário de novas infecções é agora quase nulo, e exponencial no resto do mundo.

Dos 80.000 casos registados no país desde Janeiro, 150.000 doentes já foram curados. As restrições de viagem estão a ser progressivamente eliminadas e a actividade económica está a recomeçar. Os meus amigos da Citroen em Wuhan já estão no seu lugar na fábrica…Falei com eles...

É compreensível que esta realidade entristece os inimigos da China que invadem os meios de comunicação social do mundo livre, mas que terão de se habituar a isso. A China alcançou aquilo que nenhum país conseguiu: derrotar uma epidemia através de uma mobilização maciça da sociedade e do Estado. O tal Estado totalitàrio...

Depois de reportar o vírus à OMS em 31 de Dezembro de 2019, a China colocou-se em ordem de batalha. Sem precedentes na história, a contenção de 50 milhões de pessoas, a partir de 23 de Janeiro, atrasou a progressão da epidemia.

Na Europa, criticamos a China, procrastinamos, "privilegiamos a economia", enquanto que a pandemia se espalha. Nos Estados Unidos o “líder máximo” só o inquieta que o “remédio ( o confinamento) seja pior que a doença”, disse ontem no seu “tweete” do dia. Mas, como o Boris do RU, serao obrigados a seguir o bom exemplo chinês...

Em 2009, o vírus H1N1 que apareceu no México e nos EUA infectou 1.600.000 pessoas e matou 284.000 pessoas em todo o mundo. Washington brilhou através da sua nulidade ao lidar com esta pandemia.

Hoje, teremos de admitir que o nosso sistema está inoperante, enquanto o socialismo chinês fez uma nova demonstração da sua superioridade. Porque para combater tal ameaça, é preciso um Estado. Mas onde está o nosso? A saúde pública é a sua prioridade? Onde?

A minha opinião é que, se a economia chinesa arranca, como parece, rapidamente, talvez os estragos no resto do mundo possam ser superados. E que os estragos possam ser menores que os que receamos para a economia.

Mas muitas coisas deverão mudar. Como depois do choque" das duas guerras" ,um novo sistema económico viu o dia,"com segurança social, impostos progressivos, uma nova lei laboral, direitos sindicais e até mesmo, nalguns países, poder real nos conselhos de administração corporativa.

Os “Comités d’Entreprise” e os “Delegados do Pessoal” sentaram-se à mesa das salas de conferência das empresas. Em França, foi graças a De Gaulle e ao poder dos sindicatos, apoiados por partidos da esquerda muito fortes que a viragem se fez.Eu vivi anos com eles sem problema.

Há hoje jovens das novas gerações, que estão cada vez mais conscientes da necessidade de mudar o sistema económico vigente. Creio que vão aproveitar esta oportunidade para mudar as coisas.

Pois que a EU resolveu pôr em surdina os sacrossantos 3%, porque não mudar outros critérios que sufocam a iniciativa nas empresas

carlos cardoso disse...

Espero estar enganado mas estou convencido que esta crise vai fazer baixar o desemprego de forma significativa, tal como a gripe espanhola há cem anos e pelo mesmo motivo.

Os amigos de Delors

Hoje, na sessão de apresentação de um seu livro, em que revisita as quase quatro décadas da nossa integração europeia, em cuja primeira linh...