domingo, março 22, 2020

Este estranho silêncio

Hoje, lembrámo-nos de que o silêncio que agora se “ouve” na Lisboa onde vivemos recorda o da residência da nossa embaixada em Brasília (Helena, Delfina, Zé e Romário, como estarão a viver isto?). Recolhida nas “quadras” internas do Lago Sul, naquela casa acordava-se com o cantar das aves e raramente se ouvia um carro. Como panorama sonoro de fundo, nunca ali se tinha o “bruá” tradicional das cidades. Mas Brasília é uma cidade muito atípica, até nisto. E aquele era um silêncio bom.

Por cá, pelo meu jardim, as aves foram sempre poucas, salvo quando o jardineiro levanta a terra e elas, depois, procuram alimento. Mas, por qualquer misteriosa razão, raramente nos dão música. Isso agora nota-se mais, pois este silêncio que temos é diferente, é pesado e lúgubre. 

Foram poucos dias, mas já me faz falta o barulho dos elétricos a passarem em frente à janela, o coro da pequenada do infantário aqui ao lado, o ronco dos paquetes no Tejo, até o ruído dos aviões. Faz-me falta a outra Lisboa. E isto só agora começou...

7 comentários:

Anónimo disse...

Há duas formas de silêncio, em Lisboa, que eu não ouvia desde os finais dos anos 60. Um desses silêncios de espanto que o Estado demoocrático depois de tanta trapassa qu últimamente vieo à tona da água já não assegura nada à população.
E por isso, essa mesma população perdeu o Pai, o qual face a umas grevezinhas de um dia calava os filhotes mais aguerridos com mais uns presentinhos e assim se voltava à paz.
Ou seja estão a tentar fazer o luto de uns anos doirados, pela nossa adesão à Europa, mais os seus empréstimos a fundo perdido.
A outra forma de silêncio que se nota em Lisboa hoje, é o produto das dúvidas da população face ao estado sanitário desta crise que lhes pareceu que tinha chegado antes que essa mesma população pudesse precaver-se contra ela. Era o Estado mais uma vez
a querer fazer de paizinho.
As consquências desta duas razões não vão ser boas para com este regime político vigente.

Anónimo disse...

Acabei de ouvir o ministro da Educação na RTP. Erro de casting que se prolonga, quando não é sensível ao facto de haver professores e alunos que não têm computador em casa… É um burocrata de serviço, que não traz nada de animador, por insensibilidade total. Uma pena! Ao mesmo tempo que professores e pais se esfarrapam para enfrentar a situação

Anónimo disse...

Estes dois frontais anónimos serão só um?
Fernando Neves

Dulce Oliveira disse...

Sr. Embaixador, não seja preguiçoso e conte mais histórias da sua actividade por esse mundo fora... :))

Anónimo disse...

FN , mesmo que os dois frontais sejam só um , não deixam de ter razão . Ontem pensei o mesmo ao ouvir um programa de televisão . Então os coitados dos alunos com menos recursos , e devem haver muitos , que não têm acesso à tecnologia , como podem seguir as aulas ? Talvez fotocopiando as disciplinas e fazendo com que cheguem a casa dos alunos . Como ? Difícil de resolver , talvez um sistema em rede que uns passam aos outros , conforme o sítio onde moram . Mas que é um assunto difícil de resolver , isso é , porque não podem haver alunos prejudicados .

Anónimo disse...

porque não fazem um programa de televisão com aulas para alguns alunos que não podem acompanhar? a TV é um serviço público, também poderia ajudar ????
precisamos de todas as forças e disponibilidade do país para nos ajudarmos uns aos outros…

Francisco Seixas da Costa disse...

Ao Anónimo das 21:04. O assunto está a ser estudado, com urgência, pela administração da RTP

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