Depois do ataque terrorista do Hamas, passou a estar na moda dizer que havia uma guerra entre Israel e o Hamas. Isso acabou. O modo como Israel se comporta em Gaza e na Cisjordânia mostra, à evidência, que a guerra é entre Israel e os palestinos. Aliás, foi sempre assim.
13 comentários:
se assim fosse o cenário na cisjordânia seria idêntico ao de gaza. e sim, esta é uma guerra entre israel e o hamas. a presente guerra! lamento que pense doutra maneira.
A sério? E demorou três meses a chegar a tão bem formulada conclusão? Bom, mais vale tarde do que nunca, antes isso do que ter ficado silencioso quando a Repúbica iluminou a Casa da Democracia com a bandeira que sabemos, cortesia do seu amigo Santos Silva.
E muito mais agora, com as forças de extrema-direita que estão no governo de Israel, e que têm por objetivo assumido que toda a Palestina pertença a Israel e esteja colonizada por judeus.
Está é uma guerra de Israel contra a decência, contra todos os princípios e valores da humanidade, com o apoio directo ou a cumplicidade obscenidade do ocidente , que mais uma vez mostra que em política internacional os interesses espisinham sempre os hipocritamente anunciados princípios e valores civilizacionais e contra a marca do grande povo judeu que tanto sofreu e contribuiu para a denúncia da injustiça e não merece agora ser representado por este governo assente na força e na superioridade étnica. Guerra que atingiu o pico da imoralidade e da injustiça, por maiores que sejam os crimes e erros dos palestinos.
Fernando Neves
Eu a julgar que era mais com os egípcios que é o grande manancial dos palestinos, pois os autênticos fora aliciados pelo Nasser que lhes deu guarida, mas esses já morreram todos, ficaram os filhos e netos que são egípcios:
Sim e meio sim. A guerra presente, imediata, é contra o Hamas, mas a guerra de fundo, de longo prazo e de há muito tempo é com os palestinos. A guerra que vai continuar quando as armas se calarem em Gaza, é de facto contra os palestinos e qualquer solução que contemple um estado palestino.
No governo israelita existem forças políticas tão extremistas quanto o Hamas e é assim há décadas. O que pretendem é expulsar os palestinos de Gaza, esta é uma oportunidade de ouro, e também da Cisjordânia, que será tratada logo a seguir.
Como diz o Sr. Embaixador: "é isto!"
uma subtileza: agora é que "o mundo está (mesmo) perigoso"... (VPV)
A guerra contra os palestinos e a restauração do “Grande Israel Bíblico”
O projecto de Netanyahu, que dirige o governo mais extremista da história de Israel, numa coligação de três partidos — Sionista Religioso, Força Judaica e Noam – assente na crescente expansão dos colonatos na Cisjordânia, ou de acordo com a recente proposta do Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, líder do partido Sionista Religioso, do regresso dos colonatos a Gaza e da retirada dos 2,4 milhões de palestinianos de Gaza para outros países (uma nova Nakba) demonstra à saciedade que o objectivo dos nacionalistas sionistas é o de restaurar o “Grande Israel”, os limites históricos do “Israel bíblico”, englobando o actual território do Estado de Israel, conjuntamente com os territórios ocupados da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Desde a a criação unilateral do Estado de Israel, em 1948, tem-se assistido à transformação violenta do território da Palestina e a expulsão da população palestiniana, a maior parte dos quais se tornou refugiada, naquilo que é cada vez mais visto pelos investigadores como uma limpeza étnica ou genocídio. Somente de 15 de Maio de 1948 (fundação de Israel) a 15 de Dezembro de 1949, entre 750.000 e 800.000 palestinos, naquilo a que foi chamado de “al-Nakba (a catástrofe, o desastre”), foram expulsos das suas casas e terras, os seus bens pessoais e colectivos expropriados ou destruídos, do mesmo modo que as aldeias, vilas e bairros que habitavam foram demolidas ou esvaziadas dos seus proprietários e ocupadas pelos colonos judeus que iam chegando.
A partir de então, a sociedade palestiniana ficaria para sempre desintegrada em três grupos distintos: os que permaneceram no recém-criado Estado de Israel (não considerados refugiados, mas sem direitos iguais aos dos judeus); os que se dirigiram para o que restava da Palestina histórica, na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém Oriental e vítimas da ocupação israelista; e os que foram expulsos para os países árabes vizinhos ou para outros locais, que se calcula serem hoje mais de 4 milhões. Até hoje, nenhum deles foi autorizado a regressar às suas terras/casas originais, direito de retorno que lhe foi reconhecido pela Resolução n.º 194 da AG das Nações Unidas.
Obviamente, a guerra não é contra o Hamas, mas sim de Israel contra os palestinos. E como o Senhor Embaixador tem igualmente afirmado, contrariando aqueles que insistem na “teoria dos dois Estados”, Israel nunca permitirá a construção de um Estado Palestino.
A guerra contra os palestinos e a restauração do “Grande Israel Bíblico”
O projecto de Netanyahu, que dirige o governo mais extremista da história de Israel, numa coligação de três partidos — Sionista Religioso, Força Judaica e Noam – assente na crescente expansão dos colonatos na Cisjordânia, ou de acordo com a recente proposta do Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, líder do partido Sionista Religioso, do regresso dos colonatos a Gaza e da retirada dos 2,4 milhões de palestinianos de Gaza para outros países (uma nova Nakba) demonstra à saciedade que o objectivo dos nacionalistas sionistas é o de restaurar o “Grande Israel”, os limites históricos do “Israel bíblico”, englobando o actual território do Estado de Israel, conjuntamente com os territórios ocupados da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Desde a a criação unilateral do Estado de Israel, em 1948, tem-se assistido à transformação violenta do território da Palestina e a expulsão da população palestiniana, a maior parte dos quais se tornou refugiada, naquilo que é cada vez mais visto pelos investigadores como uma limpeza étnica ou genocídio. Somente de 15 de Maio de 1948 (fundação de Israel) a 15 de Dezembro de 1949, entre 750.000 e 800.000 palestinos, naquilo a que foi chamado de “al-Nakba (a catástrofe, o desastre”), foram expulsos das suas casas e terras, os seus bens pessoais e colectivos expropriados ou destruídos, do mesmo modo que as aldeias, vilas e bairros que habitavam foram demolidas ou esvaziadas dos seus proprietários e ocupadas pelos colonos judeus que iam chegando.
A partir de então, a sociedade palestiniana ficaria para sempre desintegrada em três grupos distintos: os que permaneceram no recém-criado Estado de Israel (não considerados refugiados, mas sem direitos iguais aos dos judeus); os que se dirigiram para o que restava da Palestina histórica, na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém Oriental e vítimas da ocupação israelista; e os que foram expulsos para os países árabes vizinhos ou para outros locais, que se calcula serem hoje mais de 4 milhões. Até hoje, nenhum deles foi autorizado a regressar às suas terras/casas originais, direito de retorno que lhe foi reconhecido pela Resolução n.º 194 da AG das Nações Unidas.
Obviamente, a guerra não é contra o Hamas, mas sim de Israel contra os palestinos. E como o Senhor Embaixador tem igualmente afirmado, contrariando aqueles que insistem na “teoria dos dois Estados”, Israel nunca permitirá a construção de um Estado Palestino.
Os (outros) palestinianos não são nem querem ser gazeanos.
Apenas mais um sangrento episódio na secular guerra é entre os islãos e os cristãos.
Desta vez iniciada pelos líders persas a precisarem de um inimigo externo para subsistir no Poder.
Inciada utilizando a população de Gaza, ingenuamente, óbviamente toda, como carne para canhão. Ali ninguém pode ser não-Hamaz. Quanto vale a aposta?. E afinal nem sempre dá geito andar fardado.
Os (outros) palestinianos já têm sarna suficiente e devem, sim, andar a ver como param as modas.
As minhas desculpas pelo meu comentário redundante.
Quando da primeira publicação, surgiu uma mensagem de erro e, por isso, voltei a publicá-lo.
Alguma motivação levou a população de Gaza a votar no Hamas.
Será que hoje ainda pensam que foi uma boa escolha?.
A longuíssima mútua (inter)dependência, e a promiscuidade, Hamas / UNO foi um erro. Terá sido erro de ambos. Gaza nunca se tentou autonomizar.
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