"A Última Fronteira" é um livro acabado de publicar por André Carvalho Ramos, constituído por histórias que recolheu no terreno das suas reportagens e viagens, ao longo dos últimos oito anos.
É um livro sobre refugiados e migrantes que nos revela que a Europa reserva, a quem a procura em busca de soluções de vida, uma atenção diferenciada em função da origem étnica dessas mesmas pessoas. Este livro é um manifesto escandalizado perante aquilo que é uma verdadeira discriminação. Para simplificar, depois de ler este livro, arrisco poder afirmar: a Europa pratica um objetivo racismo nas suas políticas de acolhimento. É importante que isto se saiba. André Carvalho Ramos fez bem em denunciá-lo.
3 comentários:
Infelizmente, uma verdade.
E parece que ainda querem piorar a coisa.
Numa próxima ida à FNAC, vou dar uma olhadela ao livro. Todavia, o facto de o prefácio ser da autoria do Irrevogável Paulo Portas, uma das menos recomendáveis figuras políticas deste “Rectângulo à-beira-mar-plantado”, to say the least, cria-me uma certa alergia logo à partida.
2. Entretanto, “a título de curiosidade”, leio na nossa imprensa que Israel, através dos seus militares em Gaza, matou (assim o admitiu) 104 civis, ferindo uns tantos outros 760, que se limitavam a fazer parte de uma multidão que esperava ajuda humanitária. Abjecto, repugnante e condenável.
Mas, a sacrossanta (cínica e hipócrita) dita “Comunidade Internacional (ocidental) reagiu com a costumada beatitude e distância. Uma coisa é o Navalny, outra 104 Palestinianos mortos. São coisas diferentes, com pesos distintos. Israel é um país de Bem, para a UE e os EUA. Que, de forma nenhuma, deve ser objecto de sanções. Quando pratica as suas maldades (crimes sobre civis como este, crimes de guerra, genocídio, apartheid, etc) deve o Ocidente ter razoabilidade e contenção nas críticas, sempre com uma grande dose de compreensão (afinal são uns tantos palestinianos que perecem e são assassinados às mãos de gente boa, o povo eleito, não é um branco ucraniano, convenhamos). E nem pensar os Cravinhos desta vida chamarem ao MNE o embaixador de Israel para dar uma explicação sobre o sucedido (caia-lhe a Úrsula em cima! E por junto, Washington). Se nem a UE se incomodou e impressionou com o incidente, sim foi apenas um incidente (para esta UE lamacenta), porque Diabo nos havíamos nós de mostrar críticos? Ora essa!
a) P. Rufino
P.Rufino diz tudo perfeitamente numa frase: "Uma coisa é o Navalny, outra 104 Palestinianos mortos. São coisas diferentes, com pesos distintos. Israel é um país de Bem, para a UE e os EUA."
Os agitadores e propagandistas nazis em marchas "populares" em Moscovo, como Navalny, merecem todo apoio. Rios de tinta correm nos medias às ordens. Este é o Ocidente vassalizado. Mas quem viu o drama dum verdadeiro heroi porto pela justa causa dum povo indefeso ?
Um membro da activa da Força Aérea dos Estados Unidos ateou fogo a si mesmo em frente à Embaixada de Israel em Washington no domingo, em protesto contra a guerra em curso na Palestina.
O nome do homem de 25 anos era Aaron Bushnell. Levado ao hospital em estado crítico, ele sucumbiu aos ferimentos graves.
No vídeo que postou nas redes sociais (Twitch), o aviador uniformizado disse: “Meu nome é Aaron Bushnell, sou membro da ativa da Força Aérea dos Estados Unidos e não serei mais cúmplice do genocídio. »
Ele acrescentou: “Estou prestes a participar num acto extremo de protesto, mas comparado com o que as pessoas experimentaram na Palestina às mãos dos seus colonizadores, não é nada extremo. Isto é o que a nossa classe dominante decidiu considerar normal. »
Por mais paradoxal que possa parecer, a primeira reação da polícia foi gritar para Bushnell se ajoelhar no chão enquanto lhe apontava uma arma. Quando ele cai no chão gritando de dor, outro policial pulveriza-o com um extintor de incêndio para tentar salvar a sua vida. Ouvimos então claramente o segundo policial gritar: “Não preciso de armas, preciso de extintores!” »
O último relatório da guerra publicado online em 26 de Fevereiro pelo Ministério da Saúde de Gaza anuncia 30.001 mortes no lado palestino. Compreendemos melhor a natureza sagrada da vida defendida por este embaixador.
Este acto desesperado recorda-nos as autoimolações durante a Guerra do Vietname, onde os indivíduos usaram este último meio de protesto contra injustiças consideradas intoleráveis.
Antes de realizar seu ato, Norman Morrison escreveu cartas a jornais e participou de manifestações anti-guerra. Segundo um amigo, ele não queria morrer, mas não poderia mais viver sabendo que o governo americano era insensível ao sofrimento vivido no Vietnã.
Apesar da esmagadora superioridade militar, os americanos acabaram por perder a guerra. Recorde-se que lançaram cerca de 7,5 milhões de toneladas de bombas no Vietname do Norte, Vietname do Sul, Laos e Camboja, mais do que o utilizado durante toda a Segunda Guerra Mundial por ambos os lados. Foi simplesmente o maior número de bombas alguma vez registado num conflito armado. A isto somam-se cerca de 400 mil toneladas de napalm, 75 milhões de litros de agente laranja e outros herbicidas, bem como centenas de milhões de granadas de artilharia.
Como não pensar que Israel está no mesmo impasse que levou o exército americano ao desastre que estamos a viver?
Entretanto, o mundo "atlantista" ajoelha-se numa igreja de Moscovo, perante o cadaver dum homem que desfilou durante anos empunhando a bandeira nazi. Como Zelensky nas ruas de Kiev.
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