quarta-feira, fevereiro 28, 2024

La France !

Macron "fez peito" e disse que não é de excluir o envio de tropas para a Ucrânia. Dado que a França, com todo o seu poderio, é apenas o 8° ou 9° dador militar bilateral à Ucrânia, talvez fosse de começar por enviar material antes de pensar mandar tropas.

4 comentários:

Luís Lavoura disse...

Mas a França já enviou tropas para a Ucrânia! E essas tropas foram úteis!
Há cerca de um mês a Rússia destruiu com um míssil um hotel em Kharkov. Morreram nesse hotel cerca de 60 (não se sabe o número exato) soldados franceses (e italianos, ao que parece também), que estavam lá para operar um sistema de mísseis antiaéreos que a França tinha fornecido à Ucrânia. O incidente tornou-se bem notado porque a Rússia chamou o embaixador francês ao ministério dos Negócios Estrangeiros para comunicar à França uma séria reprimenda e, presumivelmente, avisá-la de que não deveria voltar a repetir a gracinha. A França argumentou que os soldados estavam na Ucrânia como voluntários - uma desculpa inverosímil.

Nuno Figueiredo disse...

oh lavoura, já perdi 500 paus...

manuel campos disse...


Emmanuel Macron não ganhou as últimas eleições presidenciais, foram outros que as perderam, como em muitíssimos casos que nos cercam e vão continuar a cercar.
Vota-se “contra”, seja no que fôr e acabe como acabar, a radicalização aliás bem patente em quem se esperava respeitável está aí para o provar, ninguém de uma ponta à outra do espectro político discute ideias nem parece preocupado em respeitar as dos outros, tudo cheio de certezas de que os bons somos nós, uma peculiar noção de democracia que vai acabando com ela.

É um peditório para que nunca dei, não dou e já pedi à família que me interditasse se alguma vez eu viesse a dar.
Mas se calhar até é bom que assim seja, não se ganham apoiantes para a nossa causa em artigos de jornal ou comentários avulso, isso obrigava quem lê e ouve a pensar, avaliar e repensar, dá muito trabalho, escusa-se de perder tempo e oratória, se há um “prêt-à-porter” que nos serve, limitamo-nos a mostrar serviço “pour épater” e está feito.

Vêem-me sempre à memória alguns episódios, dos quais o mais emblemático se passou nas eleições presidenciais de 1986.
Passo a citar (do “Expresso” de 15/01/2016) dado que vivemos uma época em que a memória dos povos não vai muito mais atrás do que anteontem: “Se for preciso tapem a cara [de Soares no boletim de voto] com uma mão e votem com a outra”, pediu Álvaro Cunhal.

Muita coisa leva a crer que Macron não irá ficar na História da França pelas melhores razões e tem pouco tempo para, também ele, mostrar serviço.
Ora não é por acaso que ele tem vindo ao longo dos seus mandatos a ser tratado por “Macron le petit Napoléon”, não só em França.
Basta pesquisar por aquilo que pus ali entre aspas (*) para encontrar cartoons, artigos, entrevistas, toda a panóplia de que é feita a informação instantânea que veio substituir a formação conscienciosa.

Como os comboios não estão sempre a passar, esta pode ter sido mais uma oportunidade que ele achou não poder desperdiçar para se pôr em bicos de pés, dois dias depois de ter dito a Zelensky que era altura de começar a pensar em termos políticos.
Como já aqui tenho dito, é mesmo para esse lado que as opiniões públicas de toda a Europa estão viradas nesta altura do campeonato.

(*) Há um vídeo patusco em que Marisa Matias lhe chama isso numa sessão plenária em Estrasburgo (17.04.2018) e vale a pena ver o ar com que ele a olha e a ouve.

J. Carvalho disse...

E porque não usar a diplomacia francesa para buscar a paz?

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