Depois da declaração inequívoca do governo de Israel, recusando liminarmente a solução dos dois Estados, estou curioso em perceber se a União Europeia, como um todo e por parte de cada país, mantem a sua determinação, sem mas nem meio mas, na obtençâo desse objetivo.
7 comentários:
Cheira-me a "agarrem-me senão eu mato-o", em que ninguém agarra e ninguém mata.
Oh Senhor Embaixador: A UE nao tem ninguém com poder de decisão. Israel tem as "costas quentes" ! E é por isso mesmo que se um dia conseguirem criar uma "Defesa Europeia", no lugar da NATO, quem vai decidir de atacar a Russia, se esta infringir o tal Artigo 5 do Tratado, atacando, por exemplo a Letónia. E é bem por isso que os baltas preferem o "guarda-chuva" da NATO … …?
Quando, enfim a UE compreenderá que Israel, por sua vez, é objecto de um raro consenso entre evangelistas norte-americanos (que acreditam que o Estado-nação de Israel tem uma ligação com o Armagedom e o destino do cristianismo) e líderes norte-americanos mais seculares, que consideram Israel como um país dos EUA, posto avançado no Levante.
A isto acrescenta-se a religião emergente do anticolonialismo, que vê a Palestina como o próximo grande projecto de libertação, tal como o fim do apartheid na África do Sul ou a campanha de Gandhi pela independência da Índia.
A raiz dos problemas reside na natureza particular do Estado israelita. Israel não é um país normal. O que nao quer dizer dizer que seja um país especial e providencial (como diria um evangelista americano), mas talvez seja um germe singularmente tóxico na origem de muitos males.
Israel é um Estado-guarnição escatológico. É uma forma particular de Estado que se percebe como uma espécie de reduto contra o fim de todas as coisas e que, como resultado, se torna muito militarizado e muito disposto a utilizar meios militares. Vejamos a dose que aplicou em Gaza !
Israel não é o único Estado que existiu na história, mas é o único que existe comprovadamente hoje.
Israel é o único estado judeu no mundo, fundado à sombra de Auschwitz, sitiado por todos os lados por estados com os quais travou diversas guerras. A questão não é se isto justifica os aspectos agressivos da política externa israelita. O simples facto é que esta é a visão inata que Israel tem de si mesmo.
Contudo, a natureza da guarnição do Estado não é o único aspecto anormal de Israel. Também é bastante incomum por ser um estado colonizador do século XXI. Israel mantém centenas de colonatos em territórios suavemente anexados, como a Cisjordânia, onde vive meio milhão de judeus.
Estes colonatos constituem um esforço para estrangular e assimilar demograficamente a terra palestiniana e não podem ser descritos senão como colonialismo de colonos.
Mais uma vez, serão apresentados todos os tipos de argumentos religiosos sobre se isto é justificado ou não, mas a realidade que todos devem reconhecer é que isto não é normal. A Dinamarca não tem colónias. Nenhuma aldeia dinamarquesa foi construída no norte da Alemanha para estender o domínio dinamarquês. O Brasil não tem colónias. Não mais do que o Vietname, Angola ou Japão. Mas Israel os tem.
Assim, Israel desenvolve-se de acordo com uma lógica geopolítica única porque é um Estado único, tendo ao mesmo tempo a natureza de uma guarnição e de uma colónia de colonatos.
A viabilidade do projecto israelita depende da capacidade das FDI para manter uma poderosa dissuasão e proteger os colonatos e colonatos israelitas de ataques. Este facto cria uma sensação de vulnerabilidade assimétrica para Israel.
A viabilidade do projecto de colonatos israelitas só é garantida pela superioridade das forças de defesa israelitas e pela ameaça de ataques punitivos. A sua força de dissuasão nuclear...também conta. E têm um decisor. A UE tem duas potências nucleares, mas nao tem decisor único no momento oportuno.
13:52 adormeci, desculpe.
14:38 dorme pra'aì.
01:49 pr'aí.
A UE é cúmplice de Gaza. Os US co-autores
Fernando Neves
Hipocrisia ocidental e dos EUA
Os EUA e o Ocidente são contra a ocupação de Gaza e o plano de Israel de construção de mais 3300 casas em novos colonatos na Cisjordânia. Mas, entretanto, os EUA continuam a fornecer todo o apoio logístico e militar a Israel e à cruel ofensiva israelita (há 600 mil crianças deslocadas em Rafah, a passar fome e os Médicos Sem Fronteiras afirmam que “a resposta humanitária em Gaza hoje é uma ilusão”) e a vetar sistematicamente no Conselho de Segurança todas as moções a favor de um cessar-fogo.
É de uma gritante hipocrisia política!
PS: O Senhor Embaixador sempre defendeu que a solução dos 2 Estados era uma utopia, porque Israel nunca a aceitará.
Julgo que cada vez mais, à medida que o regime religioso/sionista se tem consolidado no cenário político de Israel, se confirma esta sua asserção e que os políticos ocidentais que insistem em reafirmá-la, sabendo que com a ajuda a Israel fazem tudo para que ela se torne impossível, não deixam de revelar o cúmulo da hipocrisia política.
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