Existe um evidente cambão entre os bancos que leva a um ambiente artificial de baixas taxas de juro de depósitos. Por que é que o acionista do principal banco português não impõe que se acabe com esta vergonha? Quem é? É o Estado! Para que serve, afinal, manter um banco público?
4 comentários:
Como pode o Estado enquanto principal acionista do banco público acabar com a vergonha (da remuneração dos depósitos a prazo), quando é o próprio Ministério das Finanças face aos níveis recorde de adesão por parte dos portugueses aos certificados de aforro (CA), decide pôr fim à corrida aos mesmos e alterar, para pior, as condições das novas subscrições (uma nova série de CA com taxas de juro menos generosas (2,5% em vez de 3,5%), um prazo máximo maior (15 anos) e um limite de investimento mais apertado.
Ao que parece, o MF foi sensível aos apelos dos responsáveis da banca, como o actual “chairman” do Banco CTT Moreira Rato (antigo Presidente do IGCP, agência da dívida pública) que pediu ao Governo que suspendesse a emissão de CA.
Pelos vistos o apelo não caiu totalmente em saco roto. Não houve suspensão, mas a substituição por uma nova série de CA menos atractiva.
Deste modo, os bancos já não são obrigados a remunerar melhor os depósitos!
Prolema resolvido a contento de todos.
A contento do Governo, a quem não interessava ter tanto empréstimo àquelas taxas a que o Estado estava a pagar os CA.
A contento dos bancos que já não ficam a fazer tão má figura e até podem subir um bocadinho as taxas como lhes foi sugerido.
A contento dos aforradores que têm mais uma belíssima razão para dizerem mal de um e dos outros.
Se os depósitos remuneram pouco, porque não compram os aforradores obrigações? Elas remuneram muito melhor, e são bastante seguras.
Esta da nova série do aforro, de um momento para o outro, é vergonhoso para este ou qualquer outro governo que fizesse isto.
Mas neste caso não se vê corar de vergonha o responsável nº 1.
Ao menos uma explicaçãozinha!
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