Creio que o país não tem consciência do caos que vivem os nossos tribunais. Milhares - sim, são milhares - de pessoas deslocam-se diariamente a eles, perdendo tempo da sua vida, para, em cima da hora, serem confrontados com adiamentos, por greves ou simples incompetência.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Dê-lhe o arroz!
"O Arroz Português - um Mundo Gastronómico" é o mais recente livro de Fortunato da Câmara, estudioso da gastronomia e magnífico cr...
5 comentários:
Há muito tempo fui dado como testemunha sem me avisarem de que o íam fazer.
Fiquei fulo, era uma "guerra" entre uma antiga secretária minha e o senhorio dla, eu sabia lá qual era a "guerra", ía como testemunha abonatória.
Lá fui, claro, para além dos aspectos legais que nos "obrigam" nem que seja para não ter chatices, era muito boa rapariga ainda que um bocado "pirada" (não tinha sido eu a escolhê-la, como muitas vezes acontece em empresas grandes "herdam-se" os colaboradores directos).
Como era ali no alto do Parque Eduardo VII que o julgamento era suposto decorrer não era grave como deslocação porque eu estava na Rua Castilho e só tinha que subir uns 500 mts (sempre gostei de andar e tinha menos anos).
Como não tinha horários e não tinha que pedir autorização a ninguém para saír, só informar que o ía fazer quem trabalhava directamente comigo, para lá andei a caminhare a perder manhãs inteiras.
Cinco vezes foi adiado porque faltava sempre alguém, entre advogados e testemunhas, seis meses naquilo.
Acabou arquivado por acordo entre as partes sem ida a julgamento.
Tudo isto porque chovia no corredor ou tinha aparecido uma racha num quarto, já não me lembro bem, ela era um bocado "pirada" e o senhorio sabia disso.
Nunca mais soube da senhora, acho que nem "obrigado" me disse à saída.
Minha mulher foi há muitíssimos mais anos dada como testemunha numa trica entre dois vizinhos nossos (já nenhum lá vive no prédio há mais de 30 anos), também sem pré-aviso.
Como não é nem nunca foi "de modas", foi bater à porta do que a tinha indicado e disse-lhe que ía depôr mas a favor do outro.
Três dias depois já tinha sido retirada da lista.
Só e apenas o melhor da nossa justiça à portuguesa. Corporativa e mediocre, além de sem qualquer produtividade. E quem lhe deu rédeas e à vontade, se não os cúmplices legisladores?...
Rio ainda tentou por cobro a esta vergonha institucional.
Tive experiência similar à de Manuel Campos. Fui indicado como testemunha e o julgamento foi adiado três vezes. Só à 3ª vez se realizou. Quando fui testemunhar Manifestei à Juíza a minha insatisfação. Mandou-me calar ameaçando que poderia ser punido.
Desculpe a insistência, mas justifica-se aqui ver quem são os principais responsáveis por esse estado de coisas. E os maiores responsáveis são o Governo e a Assembleia da Republica, pela sua (deles) incompetência. Com efeito, os tribunais, apesar de serem um órgão de soberania, não são uma ilha dentro do Estado. Estão sujeitos ao poder legislativo e se este não faz nada opu quase nada para melhorar o estado dos tribunais (apesar de muitas vezes alertado para vários constrangimentos, perceptíveis até para crianças em idade escolar) tem pouco sentido atirar, implicitamente, todo o odioso para o pessoal que ali trabalha ( " greves", " incompetência" ).
quer-me parecer que tem.
Enviar um comentário