Os "polígrafos" deste mundo são, em geral, uma forma de dar palco a mentiras e enormidades, com a benévola desculpa de as estarem a desmascarar. Até agora, só um palerma acharia que Salazar criou o SNS. Com esta publicação, um bando de gente passa a pôr-se a questão. Parabéns!
3 comentários:
Nunca vi um "Polígrafo" na minha vida, aquilo é mesmo muito mauzito.
O SNS toda a gente é suposta saber quando e por quem foi criado o SNS, de tanto ouvir falar nisso.
Mas para facilitar a vida a todos adianto que foi pela Lei n.º 56/79 de 15 de Setembro, sob a tutela do Ministério dos Assuntos Sociais.
A história de um serviço nacional de saúde em Portugal, fôsse o que viesse a ser, começa em 1899 com Ricardo Jorge.
Pode ser consultada no site do SNS, basta pôr "SNS história" na pesquisa.
Manuel Campos, "olhe que não". Eu creio que no interior profundo as pessoas mais idosas são bem capazes de acreditar que sim.
Flor
Olhe que sim, olhe que sim.
As pessoas mais idosas do interior profundo são muito vivas de espírito, apanham tudo no ar sem dificuldade, a vida obrigou-as a ser assim, no fundo é uma defesa.
E como não vêem o "Polígrafo" e, se o vissem, não o deviam perceber bem, é gente pouco dada a floreados de linguagem e raciocínios explicativos complexos, é tudo muito terra a terra.
E claro que têm filhos com o 12º ano e netos na universidade, é um ponto de honra hoje em dia terem netos com um curso qualquer, que possam fugir do mundo rural por mais sacrifícios que se façam.
Os próprios netos se esforçam por isso, ao contrário dos jovens da cidade e arrabaldes que, como já lá estão, não percebem que só lá estar não chega.
Tenho uma propriedade no interior há 30 anos, comprada e não herdada, é o "algures" de que falo sempre, o meu "hideaway" onde "ouço o silêncio", apesar de estar dentro de uma sede de concelho, tenho quantidades malucas do bem mais precioso a que hoje posso aspirar, o tempo.
Como se imagina sou sociável q.b. apesar de minha mulher me dizer que o sou demais, nunca se é demais para conhecer outras pessoas e as suas histórias, aprende-se sempre, falo o mesmo tempo e do mesmo modo lá com toda a gente, desde o presidente da Câmara ao único varredor das ruas (por acaso não o tenho visto).
Desde que me reformei que passo lá metade do mês, almoçava e jantava todos os dias fora, parece bom comer sempre fora mas a certa altura cansa, de há uns tempos para cá almoçamos e trazemos o jantar em "take-away", só preciso de comprar o vinho, adegas de produtores é o que há mais em Portugal, toda a gente com uns metros quadrados de terreno se vê na obrigação de produzir vinho.
Claro que com as doses de lá e os preços de lá não compensa nada cozinhar (meia dose dá para dois nas calmas, apesar de ambos comermos normalmente).
O mundo rural mudou muito até porque deixou de ser rural, não tarda nada há mais funcionários no ministério da Agricultura do que agricultores.
Muita fábrica, muita pequena e média indústria, quase tudo dedicado à exportação, casas novas ou recuperadas, carros com média de idades decente e restaurantes sempre cheios (aquele onde temos sempre "reserva" desde que queiramos, tem 150 lugares sentados e aos fins-de-semana chega a servir 400 refeições ao almoço).
Um amigo nosso, pintor bem conhecido da capital, costumava perguntar-nos "quando é que vocês voltam lá para a parvónia?", fômos contando histórias, mostrando fotos, já se deixou da conversa da "parvónia".
Sou "alfacinha" há 4 gerações mas cada vez mais acho que a "parvónia" se mudou para as grandes cidades, cheias de um bulício sem sentido em que ninguém pára para pensar e não se dá conta (muitas vezes porque não o quer admitir) que há "outras vidas e outros mundos".
Fugi à questão, fujo sempre, mas gosto de conversar consigo.
Uma boa noite para si que a esta hora já deve dormir há muito tempo
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