A Inglaterra comemora o nascimento do soberano, na França é a revolucionária queda da Bastilha, na Espanha é o dia da Hispanidad (que por cá se lembrasse da "portugalidade" ia logo corrido a "facho"), na Rússia e na China mantiveram a data da consagração como repúblicas socialistas, os EUA têm a declaração da independência, na Itália é o dia jubiloso em que a monarquia foi por água abaixo. Nós, temos um funeral!
Para nos redimirmos do modo como a ditadura tratou os portugueses que tiveram de ir, por aí fora, tratar da sua vida, depois de Abril juntou-se à designação o nome do morto e "... e das Comunidades Portuguesas", como se estas não fizessem parte de Portugal.
Nestes dias de divertida auto-flagelação nacional, de "bota-abaixismo" militante e endémico, eu decreto, por este blogue: por algum tempo, nos comentários que deixarei publicar, só aceitarei pensamentos (sinceramente) positivos e otimistas. Podem continuar a chamar "choldra" e "piolheira" ao país, como fazia um rei qualquer. Usem os vossos blogues, as vossas páginas de Facebook, o Manuel Acácio e as caixas de comentários do "Correio da Manhã". Aqui, não!
Por isso, atenção: reformados tristonhos, de onde geralmente sai a legião escrevinhadora da acrimónia e das vesículas estragadas, abstenham-se de escritas fora do mundo dos sorrisos e da boa-disposição. Não vou ao ponto do exagero do chefe do Estado (é assim que se escreve e não chefe "de" Estado, aprendam), que acha que somos os melhores do mundo. Mas, pronto, andamos lá perto!
Ah! E viva Portugal, claro!
5 comentários:
Como disse Cavaco Silva e que foi bem criticado "10 de Junho, o Dia da Raça".
Percebi que o "decreto" foi agora publicado e entrou em vigor.
Como nele não encontro nenhum limite temporal parto do princípio que estará em vigor até ser revogado.
Como não o estou a ver a revogá-lo fico mais descansado.
O que vale é que Portugal é, como creio era o Pessoa que dizia.à prova de portugueses.Pela minha parte seria incapaz de viver noutro país, defeito meu, apesar de saber muito bem como ele é, e como somos.
Entre o princípio de 2000 e meados de 2006 passou na RTP 2 uma sitcom da BBC
com o título de “My Hero” (cá foi traduzido à letra).
A série de humor conta as aventuras (e desventuras) de um super herói vindo do planeta Ultron, um extraterrestre conhecido como “Thermoman”, uma espécie de caricatura de Clark Kent mas em muito trapalhão.
Casado com uma enfermeira inglesa, divide o seu tempo entre salvar pessoas e evitar catástrofes e tomar conta de uma espécie de ervanária de que é dono, no meio das sarilhadas e confusões provocadas pelas suas dificuldades em compreender os humanos.
Das poucas situações de que me lembro bem foi quando a “hierarquia” dele o reformou, claro que muito novo porque não era suposto envelhecer.
Nessa altura a mulher perguntou-lhe o que é que ele ía fazer com tanto tempo livre para além de tomar conta da loja, ao que ele respondeu “ora, o que é que havia de ser, vou fazer como todos os reformados, escrever todos os dias cartas para todo o lado a dizer mal de tudo”.
Também não viveria noutro lugar... Viva Portugal!
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