sexta-feira, junho 12, 2020

O meu nome

Muitos amigos e outras pessoas que me não conhecem bem terão visto e ouvido hoje o meu nome citado num contexto de polémica. Sinto-me no dever de lhes dar uma satisfação. E faço-o sem menor embaraço, porque as coisas são bem simples e claras.


A história que agora de novo emerge a público é uma efabulação requentada, que há anos anda pelas redes sociais, alimentada pelos cultores habituais das teorias da conspiração.


Convém assim contá-la de forma completa, para que dela não fique apenas a caricatura distorcida pelo viés. É mesmo por essa razão que entendo que uma investigação judicial sobre este assunto é bem vinda. Pena é que ninguém me tenha chamado até hoje a esclarecer quaisquer dúvidas que existissem, de que só vim a saber agora pela imprensa.


Por isso, vamos aos factos.


Em inícios de 2012, fui informado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de que, num processo de contenção orçamental, o governo de então havia decidido terminar com a existência de um embaixador junto da Unesco, função que passaria a ser desempenhada, em acumulação, pelo embaixador em Paris, cargo que, à época, eu ocupava. Não foi caso único: o mesmo iria ocorrer em Viena, onde o embaixador bilateral passou também a acumular com a delegação junto da OSCE.


Semanas depois, fui chamado a Lisboa, onde a ministra da Agricultura, de um governo PSD/CDS, que tinha então responsabilidades na área do ordenamento do território, me informou de que, no quadro das novas funções que eu ia desempenhar na Unesco, existia um sério problema para o Estado português: uma missão enviada pela organização, que, no ano anterior, tinha estado em Portugal, alertada por associações ambientais que se opunham à construção da barragem Foz Tua, tinha produzido um relatório em que suscitava dúvidas sobre a compatibilidade da construção da barragem, então já em adiantado curso, com o estatuto do Douro como “património mundial” da Unesco. Esse relatório continha, no entanto, vários “remédios” que deveriam ser executados, para que fosse possível manter essa compatibilidade. Segundo a ministra Assunção Cristas, Portugal tinha já em curso um conjunto de medidas para corrigir as deficiências apontadas.


Qual era, então, o problema? É que a Unesco tinha a intenção de levar à reunião anual do Comité do Património Mundial, que iria ter lugar tempos depois em São Petersburgo, uma proposta para que as obras da barragem fossem entretanto suspensas. Se Portugal assim não procedesse, iniciar-se-ia um processo de retirada do estatuto de “património mundial” ao Alto Douro Vinhateiro.


O governo português estava, assim, seriamente preocupado. No cenário limite do projeto da barragem não poder ir por diante, para preservar aquele valioso estatuto, o Estado teria de pagar à concessionária, a EDP, uma indemnização se orçava em cerca de 400 milhões de euros.


Foi-me pedido que tentasse negociar com a Unesco uma fórmula que permitisse assegurar uma continuidade dos trabalhos, mesmo que a ritmo mais lento, até que uma nova missão pudesse apreciar se as obras de correção, entretanto feitas, eram suficientes para acomodar as preocupações da organização. Foi isto que me foi solicitado.


E foi isso que fiz. Chegado a Paris, elaborei, durante semanas, com os membros do Comité do Património Mundial, uma fórmula que permitia a continuidade dos trabalhos que estavam a ser desenvolvidos em profundidade, até uma nova missão da Unesco viesse a ter lugar, ficando suspensa toda a obra à superfície - porque era precisamente o efeito sobre a paisagem que era contestado.


Esse acordo veio a ser aprovado na reunião anual do Comité, que teve lugar em São Petersburgo, em que intervim em nome do governo português.


De regresso a Paris, requeri, com caráter de urgência, a deslocação ao Douro de uma nova missão da Unesco, por forma a poder aquilatar do cumprimento das recomendações que haviam sido feitas pela primeira missão. Pedi, expressamente, que essa segunda missão incluísse a relatora da primeira, porque ela seria a melhor testemunha da nossa transparência, abertura e boa vontade.


Essa segunda missão deslocou-se ao Douro, algumas semanas depois. Reuniu com ambientalistas opositores da barragem e com autarcas favoráveis à obra, além de fazer, durante alguns dias, uma detalhada observação do que fora, entretanto, executado, respondendo às anteriores objeções.


Algumas semanas mais tarde, a Unesco anunciou que, como consequência desse segundo relatório, que avaliara positivamente o que fora entretanto feito por Portugal, era permitida, no essencial, a continuidade das obras da barragem.


A Unesco concluía, assim, que a construção da barragem Foz Tua era compatível com o estatuto de “património mundial” do Alto-Douro Vinhateiro.


Uma das melhorias feitas, recordo-me, havia sido o “enterramento” da central elétrica, obra que, há poucos anos, valeu um prémio arquitetónico ao arquiteto Souto Moura.


Dei assim o meu trabalho por encerrado neste assunto.


Faço aqui um parêntesis para referir que o problema da construção da barragem e a consequente afetação do vale do Tua é um tema sério, que mereceu e ainda merece discussão pública. Será que a barragem era mesmo necessária? A sua construção teve ou não efeitos negativos na conservação do rio e do seu vale, com as várias consequências que a subida das águas provocou?


São questões respeitáveis, mas, como se compreenderá, a um funcionário como eu era, não sendo minimamente perito na matéria técnica em causa, não competia ter estados de alma, mas apenas levar à prática as determinações que havia recebido de quem geria, com legitimidade democrática, o Estado. Foi o que fiz. Em idênticas circunstâncias, e em total consciência, faria hoje exatamente o mesmo. Como qualquer outro colega meu o faria, estou certo.


Pelo trabalho profissional executado, recebi então felicitações do governo e de outras entidades públicas nacionais. No entanto, havia-me limitado a cumprir mais uma tarefa de Estado de que fora incumbido, como outras que levara a cabo no passado, da melhor forma que sabia e podia.


Recordo-me que, por parte das associações ambientais, que pretendiam evitar a construção da barragem, passei a ser fortemente criticado, pelo que chegou a ser considerado o meu “excesso de zelo diplomático”! Pelas redes sociais, cheguei a receber ameaças de morte.


O trabalho diplomático desenvolvido pela nossa delegação junto da Unesco, sobre a barragem Foz Tua, desenrolou-se entre Março e Agosto de 2012.


Por ter atingido o limite de idade para o exercício de funções públicas no estrangeiro, regressei definitivamente a Portugal em janeiro de 2013. Aposentei-me em março desse ano.


A partir de então, isto é, nos últimos sete anos, recebi inúmeros convites para colaborar com empresas, fundações, universidades e outras entidades. Uns aceitei, outros recusei. Algumas dessas atividades foram e são remuneradas, muitas outras foram e continuam a ser exercidas pro bono.


Não sou, com certeza, o melhor julgador das razões que motivaram o interesse dessas entidades, mas imagino que a experiência que colhi na minha longa carreira diplomática, para aconselhamento em áreas de consultoria estratégica, possa ter justificado esses convites.


Faço um parêntesis para notar que só em Portugal é que parece estranho que um embaixador, encerrada a sua carreira pública, passe a trabalhar no setor privado. Em países como o Reino Unido, a França, a Espanha e tantos e tantos outros, esta é uma prática generalizada. É considerado perfeitamente natural que os conhecimentos recolhidos pelos diplomatas possam ser postos ao dispor dos operadores económicos, em especial em análises de risco de mercados externos e juízos de evolução geopolítica.


Igualmente absurda é a ideia, que por cá parece prevalecer, de que um diplomata não pode ir trabalhar, no final da sua carreira pública, para uma empresa privada com a qual haja porventura contactado, durante o seu percurso profissional. Ao longo da minha vida, nos diversos postos em que estive colocado, como acontece com qualquer outro colega da minha profissão, lidei com muitas dezenas de empresas portuguesas, nomeadamente dando-lhes apoio nas suas diligências e negócios. Fi-lo, sempre, em consonância e em cumprimento de instruções recebidas dos 21 ministros dos Negócios Estrangeiros de quem dependi, no âmbito da execução da diplomacia económica que me era determinado desenvolver.


Em 2016, isto é, quatro anos depois de ter atuado em representação do Estado português junto da Unesco, recebi um convite para o cargo de administrador não-executivo da EDP Renováveis, em empresa dedicada à energia eólica e solar. Nessa altura, a minha experiência de administração em outras empresas com forte ação internacional já tinha mais de três anos.


Aceitei esse convite com o orgulho de poder ficar a colaborar, na área de aconselhamento estratégico, precisamente com as três maiores empresas portuguesas que, operando em setores muitos diferentes, atuam hoje no mercado internacional - no seu conjunto, estando ativas em 42 países e neles gerando um total de cerca de 150 mil postos de trabalho.


Só pode derivar de uma doentia teoria conspirativa, configurando, além disso, uma insinuação altamente ofensiva, a ideia de que a aceitação do convite para o exercício de funções na EDP, a partir de 2016, possa ter tido alguma relação com o trabalho que, alguns anos antes, em nome do Estado português, e exclusivamente para defesa dos interesses desse mesmo Estado, eu havia desenvolvido junto da Unesco, nos escassos meses em que aí desempenhei funções. É que essa foi uma tarefa que, relembro, terá evitado que o Estado tivesse de indemnizar fortemente... a EDP!


Perceba-se, de uma vez por todas: a ação desenvolvida não beneficiou a EDP. Se a construção da barragem tivesse parado, a empresa teria direito a receber uma forte compensação, por uma obra que não iria concluir. O trabalho diplomático em que estive envolvido terá, isso sim!, ajudado a evitar que os contribuintes portugueses pudessem ter de pagar cerca de 400 milhões de euros à EDP. O argumento da calúnia que tem vindo a ser lançada funciona precisamente ao contrário.


Estou certo que os governantes de então, que me deram as instruções que rigorosamente cumpri, com a lealdade funcional que sempre foi a minha, bem como o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde repousa a nossa memória profissional, podem prestar o testemunho necessário sobre este assunto.


Quem possa andar lançar este tipo de insinuações revela uma profunda falta de respeito pelo percurso de quem dedicou mais de quatro décadas ao serviço público, a cujo topo profissional chegou por um mérito que nunca viu contestado por ninguém e que, talvez por isso, acabou por ser reconhecido com a atribuição da mais elevada condecoração do país a que um servidor público pode ambicionar.


Alguns dirão que esta explanação é longa, desnecessária e, provavelmente, não convencerá, em nenhuma circunstância, quantos têm já as suas ideias feitas. Não penso assim. Achei ser meu dever fazê-la. Quem não se sente, não é filho de boa gente. E eu sou-o.

28 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Ditos e mexericos que incomodam sempre não é verdade?

Cumprimentos

J I Toscano disse...

Muito bem!

Erk disse...

Sabe quem é que foi ilibado em tribunal depois de um processo vergonhoso de julgamento em praça pública o qual o Partido Socialista e a Maçonaria se encarregaram de liderar?

Pois é, um cidadão chamado Bruno de Carvalho.

Prove agora uma ínfima fracção do que foi a vida do homem durante anos.

Anónimo disse...

Muito bem. Está tudo doido
Fernando Neves

jj.amarante disse...

O Ministério Público de Portugal é lendário pela sua falta de discernimento e pela sua promiscuidade com os jornalistas. Obrigado pela explicação que julgo já ter lido em parte há algum tempo num post deste blogue, talvez na sequência dum ataque de "ambientalistas".

Anónimo disse...

A Santa Inquisição não desapareceu de Portugal. A inveja de quem é estrangeirado também não. Que quem levantou infundadas suspeitas possa e deva ser responsabilizado e punido. E que se saiba quem é. Provavelmente um antigo aluno de uma obscura universidade que passou com 10 à terceira tentativa.

Falcāo disse...

Porquê procurar justificar-se, quando nāo é culpado ?

Respeitosamente
C.Falcao

Carlos disse...

Ha por prte de alguns juizes e membros do MP uma busca de protagonismo publico com laivos de proselitismo politico que se esta a converter num serio problema para a administração da justiça

O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro não é um modelo a ser seguido!

Fernando B. disse...

Ao longo dos últimos anos já li várias coisas sobre isto. Favoráveis umas, desfavoráveis outras. Compreendo que te sintas magoado, mas deixa para lá... Fizeste como sempre o teu trabalho, com seriedade e esforço. E neste caso, passados uns anos, ninguém tem dúvidas que foi a melhor solução. Naquela altura, e hoje!!! Abraço.

Anónimo disse...

Para quem tem ideias preconcebidas, mas tenha um pouco de seriedade intelectual, deve ficar esclarecido. Sempre tive um grande respeito pela honestidade deste SENHOR. Certamente ser-lhe-á reconhecida a sua cidadania como merece.

José Manuel Silva disse...


Deixemo-nos de punhos de renda, os cães ladram a caravana passa.

Paulo Guerra disse...

Quando o MP recorre à praça pública com a cumplicidade de alguns jornaleiros e não ao CPP para julgar alguém está tudo dito sobre o Estado de Excepção Constitucional em que vivem alguns Srs. Procuradores. E já agora, alguns Magistrados Judiciais que também lhes dão cobertura e que como ainda se viu há pouco tempo nem a pandemia ou incidentes de recusa travam sua manifesta parcialidade. Completamente à margem da lei. E ao cúmulo desta forma de realizar a “Justiça” também já assistimos todos ainda há muito pouco tempo em Portugal. Infelizmente alpinistas como o Sérgio Moro não são um exclusivo da Justiça brasileira. Nomeadamente quando um famoso Sr. Procurador chegado às alegações finais da fase de Instrução teve o descaramento de dizer ao Juiz de Instrução e ao país que a única razão para o processo seguir para julgamento era precisamente o bruá todo que o Sr. Procurador tinha criado com os jornaleiros na praça pública nos últimos anos em Portugal. Já os famosos indícios fortíssimos…. E se isto tudo foi possível acontecer só no maior caso judicial da Democracia portuguesa até à data…

Já quanto aos 400 Milhões de indemnização pelos vistos previstos no contrato caso a barragem não fosse adiante, a EDP nunca teve qualquer interesse em recebê-los. Como acontece aliás com a maioria das indemnizações contratuais. Claro que estão lá por alguma razão mas o interesse do dono da obra, como refere, por norma é a própria obra. Também não vale a pena estarmos agora a orçar quanto a EDP já terá ganho com a barragem.

Finalmente agradecer ao Sr. Embaixador a sua explicação.

Paulo Guerra disse...

Já agora e senão fosse pedir muito eu gostava era que o Sr. Embaixador um dia ainda contasse aqui como é que foi possível a Justiça Portuguesa chegar ao ponto a que chegou. Com comissária política e sem comissária política na PGR.

netus disse...

Boa tarde
Que me recorde, quanto a comissários políticos na PGR, houve pelo menos dois comissários e duas comissárias.
António Cabral

RJ da sorte disse...

Bole posts meus parabéns. ;)
RJ da Sorte

Paulo Guerra disse...

Com uma diferença muito substancial. No tempo do bando do Cavaco mandavam-se arquivar os processos todos que nunca chegavam a ver a luz do dia. Não foi por acaso que o bando já foi desmontado depois de Cavaco ter deixado S. Bento. Isaltino é acusado em 2007 e o bando do BPN só uma década depois e porque depois do desmoronamento do Banco tornou-se impossível continuar a tapar o sol com a peneira. Actualmente condenam-se pessoas na praça pública, muitas vezes sem nunca sequer serem ouvidas na Justiça. Como infelizmente tocou agora ao Sr. Embaixador. E todos sabemos a partir de que caso judicial vergonhoso a Justiça passou a fazer-se nos jornais. Começou tudo com o processo Casa Pia. Que serviu para tudo e mais alguma coisa. Como tentar decapitar um partido político. E de lá para cá nunca mais pararam de tentar. Inclusive com casos de corrupção com condenações lá fora que em Portugal foram liminarmente arquivados.

Paulo Guerra disse...

O maior problema da Justiça em Portugal, como de outras áreas já agora, é que é tudo uma família muito pequena.

Anónimo disse...

Não é politicamente correcto dizê-lo, mas esta justiça causa mais danos que a corrupção.
Louvo o Rui Rio por ter a coragem de denunciar este establishment que já aprisionou o regime e especialmente este governo.

Luis Gil disse...

Mexericos, entre a mesma "imprensa" de sempre e os corrompidos habituais no MP.
Por causa desta parcialidade política (a direita a tentar detonar a esquerda, dê por onde der, para desviar atenções de bons resultados e prognósticos) e falta de isenção é que fui um dos contra, os nossos 15 milhões de euros para apoio "desta" imprensa privada!

António disse...

Um dia li a extensa lista de cargos que ocupa actualmente. Não sei nem me interessa saber quais são remunerados ou por quanto, e não duvido que esteja onde está por mérito, e não por ser do partido socialista. Haverá quem pense, certamente, e a culpa é dum sistema demasiado promíscuo, que acaba por lançar a suspeição geral.
O caro embaixador, que apenas conheço pelo que escreve, reconhecerá sem dúvida que é privilegiado, num país onde cerca de 80% dos agregados familiares nem ganha o suficiente para pagar IRS. E o português não lida bem com o sucesso do outro português. Por culpa dos dois grandes partidos que têm governado desde a Revolução, manteve-se a cultura salazarista duma certa pobreza virtuosa. Os frutos estão aí - quem não é pobre não é virtuoso.

Anónimo disse...

ABSURDO DA POLÍTICA ENERGÉTICA
Rui Rodrigues
sáb, 13/06/2020 23:42
ABSURDO DA POLÍTICA ENERGÉTICA.

Qualquer que seja a forma de obter energia utilizando Carvão, Gás, Hídrica, Eólica e outras, em todas existe uma relação entre a verba investida e a receita obtida.

A construção das Novas Barragens é justificada para acumular a energia em excesso, produzida durante a noite pelas Eólicas.

Considerando só a energia hídrica (proveniente dos rios), as novas barragens vão apenas funcionar 1 mês por ano (fonte INAG), produzindo somente 1672 GWh/ano, isto é, apenas 3% do consumo nacional em 2010.

Durante o dia, a turbina da barragem vai produzir eletricidade para a Rede Elétrica nas horas de maior procura, através da água acumulada na albufeira (Fase 1). Durante a noite, por existir muito mais vento e menos consumo, as Eólicas vão fornecer eletricidade para bombear a água. Ou seja, a água vai circular em sentido inverso.

Na fase da bombagem (Fase 2), a Barragem vai consumir energia, pois a água vai circular em sentido oposto à do rio, afim de ser elevada para a albufeira.

O balanço energético das fases 1 (Barragem a produzir durante o dia) e 2 (Fase da Bombagem) é nulo ou negativo, devido à energia consumida e às perdas durante a bombagem.

O concessionário vai ganhar a “duplicar” (bombagem+hídrica).

O preço médio da energia Eólica é pago pelos consumidores a 95 € por MWh durante as 24 horas. Para o Concessionário, o preço da bombagem é muito baixo, por ser efetuada durante a noite (podendo até ser nulo). É sobretudo através da diferença de valores pagos, durante a bombagem, que o Concessionário vai ter lucros para pagar a barragem.

Só a Barragem do Sabor custou 640 milhões de euros. Foi um dos maiores atentados ambientais em Portugal pois, a sua construção foi em plena Rede Natura. Milhares de hectares de bons terrenos agrícolas ficaram debaixo de água. Impressionante.

A Barragem do Tua custou mais de 450 milhões de euros e foi outro atentado ambiental.

Em conclusão, está previsto gastar 16 mil milhões de euros nas Novas Barragens, cujo balanço energético é negativo. Estas só funcionarão durante 30 dias por ano. Esta situação poderá ser comparável a uma família que gaste todas as suas economias, para passar 1 mês por ano numa casa de férias!

Lúcio Ferro disse...

Senhor embaixador, os cães ladram e a a caravana passa. A sua integridade e profissionalismo nunca estiveram em causa. Há muitas coisas em que não concordo consigo mas tenho total respeito pelo que tanto tem feito por Portugal. Deixe-os os ladrar, até estou em crer que não merecem as palavras que lhes dedicou. Cumprimentos,

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

E assim se percebe como a PIDE funcionava como funcionava.
Terrível ter o nome enlameado de forma tão torpe.
Bem-haja, Senhor Embaixador!

Paulo Guerra disse...

Em Democracia esta caixa de comentários devia servir em exclusivo para prestar solidariedade a alguém e nem devia importar quem, que vê de repente o seu nome enlameado na imprensa pelas famosas fugas de informação do MP e a cumplicidade de alguns jornaleiros. Aliás o titulo do post é bem elucidativo - “O meu nome”. No caso do Sr. Embaixador. Porque nenhum de nós tem nada de mais precioso na vida! E nunca um verdadeiro Estado de Direito Democrático devia permitir tal ignominia. Como aliás refere um dos últimos comentários, mais próprio de outro tipo de regimes.

E é só por isso é que não resisto a comentar um dos episódios mais recentes da nossa Justiça. Parece que finalmente está formado o colectivo de Magistrados que vai julgar Rui Pinto. Depois do afastamento inédito e muito bem de dois Juízes que basicamente tiverem comportamentos demonstrativos de alguma parcialidade nas redes sociais. Já o famoso Carlos Alexandre ainda na fase de Inquérito da Operação Marquês deu entrevistas públicas onde não podia demonstrar mais parcialidade, inclusive com a famosa frase dos cabritos e nada!!!

Como é que é possível a mesma Justiça ter dois comportamentos tão distintos em dois processos no mesmo país? E como é que é possível um Juiz de Instrução - muito também pela aberração judicial que o TICÃO representa – que nunca obedeceu à garantia de Juiz Natural, como nunca foi um Juiz das Liberdades e Garantias ou um verdadeiro árbitro como se exige a qualquer Juiz de Instrução na fase de Inquérito, ainda tenha demonstrado publicamente o seu amuo por não ser ele o Juiz sorteado para realizar a Instrução?! Onde basicamente ia avaliar as suas próprias decisões no Inquérito. Quando há muito tempo devia ter sido o próprio a pedir escusa por todas as faltas de independência e imparcialidade demonstradas.

Felizmente O CPP em Portugal ainda não permite que um mesmo Juiz inquira, investigue, julgue e condene alguém como fez o Sérgio Moro no Brasil. Não por acaso visita frequente do nosso país. Como é que é possível Portugal e os portugueses continuaram a assistir diariamente a este percurso completamente erróneo da parte de um Órgão de Soberania e ainda não ter vindo alguém com o mesmo peso dizer de uma vez por todas: - Alto e Para o Baile! Nenhum país se desenvolve só com economia. A Justiça bem administrada foi e será sempre um pilar fundamental de qualquer Estado de Direito Democrático. Onde os pelourinhos já foram abolidos há muito tempo e muito menos são permitidas ignominias como esta que atinge agora o nome do Sr. Embaixador e a quem aproveito para desejar as maiores felicidades. Amanhá seremos nós os atingidos!

P.S. Em Portugal a decisão de construir barragens nunca passou pelas Necessidades.

Anónimo disse...

afinal a piolheira ainda anda no activo e continua a medir os outros pela sua bitola,que é a inveja e a miséria mental como valores de uma postura que permite julgar todos os que não pertencem à sua casta!

Patrick disse...

Vejo que, sendo assim, o senhor tem alguma noção da perseguição sofrida por Lula no Brasil por ter trabalhado no setor privado após ter deixado a Presidência da República.

Anónimo disse...

engracado

a grande maioria dos comentarios e feita por homens

Anónimo disse...

Por aquilo que li as suspeitas vieram ao conhecimento público através de uma promoção do Minsitério Público no interrogatório do Mexia, o que é estranho. É estranho o Ministério Público revelar os nomes dos investigados. Pode não dar em nada, mas fica sempre o labéu.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...