Uma manifestação que, nas atuais condições de pandemia, não respeita as mais elementares regras de distanciação social (sabendo-se hoje que o mero uso de máscaras não dispensa a observância dessas regras) não deixa de ser um ato de irresponsabilidade e passa a ser uma cerimónia digna, apenas pelo facto de ter sido dedicada a uma causa justa.
Repito, para quem tenha dificuldade em entender: estou a falar de uma manifestação que se processou em termos inaceitáveis. Não é para aqui chamado o tema do evento.
23 comentários:
Ora bem!
Sobre a causa justa - e atendendo a que observou o evento com cuidado -, viu alguma referência ao ucraniano espancado no aeroporto de Lisboa?
Aquecem os motores para 2ª feira ...
Assino por baixo. Uma manifestação nem sequer poderia ter sido proibida nas condições presentes (ausência de estado de emergência), mas quem a organizou deveria ter mostrado o mínimo de responsabilidade. A nossa primeira obrigação é com a saúde e segurança dos vivos, depois é que vem a memória dos mortos ou a defesa de causas, por mais justas que sejam...
Quanto ao assassinato abominável do ucraniano, o anónimo das 08:33 só tem que procurar na imprensa aos artigos de destacados anti-racistas na altura em que isso aconteceu para ter a resposta afirmativa à sua pergunta. É curioso como há gente que gosta de desconversar...
Depois queixem-se e digam que: Áh o Governos e coisa e tal.....pois pois. Total irresponsabilidade.
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Votos de um domingo feliz
Cumprimentos poéticos
Muito interessante o post, na medida em que a manifestação do 1º de maio, convocada pela CGTP, que respeitou as regras impostas pela DGS, foi bem mais criticada do que esta (aliás, não li nada sobre esta manifestação em sentido crítico).
O Jaime Santos é que desconversa. Desconversa porque, independentemente dos "destacados anti-racistas" terem escrito alguns artigos (em jeito de "tem de ser"), as "redes sociais" não reagiram, a indignação social e coletiva não aconteceu, a emotividade não se manifestou. Certo, era o confinamento mas... e cartazes às janelas, e imagens simbólicas no instagram, e hashtags e laçarotes no Facebook? Todos eram possíveis e, no entanto, nenhum aconteceu. Mas aconteceram agora...
O Jaime Santos, por querer desconversar, passa ao lado do aspeto político da coisa. O Floyd, fosse ele francês ou brasileiro ou russo, nunca teria tido semelhante destaque. O facto de isto se passar nos EUA é fundamental para compreender a natureza da reação. Há duas pulsões das quais a extrema esquerda não se livra: o abismo do conflito social/rácico e o anti-americanismo. O Floyd permite as duas coisas. O brasileiro perseguido e morto pela polícia inglesa há uns anos (em Londres), não. O português espancado por vizinhos há pouco tempo em Inglaterra, também não. O ucraniano morto em Lisboa, idem. O são-tomense assassinado por ciganos em plena luz do dia no Seixal é... digamos, incómodo...
Qualquer assassinado nos EUA beneficia de uma indignação desonesta, exacerbada e canalha pelo simples facto de se aproveitar a desgraça daquele para a luta política contra quem for o inquilino da Casa Branca (desde que não seja Republicano). É por isso que a repressão na Rússia (manifestações dispersadas, opositores detidos, manifestantes condenados), nunca passará de uma espécie de nota de rodapé e a repressão na Bielorússia e na Turquia irão pelo mesmo caminho. Na China nem vale a pena falar...
Já agora - e para desconversar ainda mais -, o Jaime Santos sabe como está o caso do caboverdeano morto em Bragança? Não acha curioso que tenha caído no silêncio?
Relativamente a "7 de junho de 2020 às 13:32", deve ler-se
"(...) contra quem for o inquilino da Casa Branca (desde que SEJA Republicano) (...)"
É curioso que haja sempre uns anónimos que, de cada vez que algo acontece, o procurem desvalorizar com o 'what-aboutism'.
Se todos os casos são preocupantes, e são-o, na altura devida, em que tipicamente estes anónimos estão calados ou a desviar as atenções com ainda outras coisas, agora a questão relevante é o assassinato de Floyd e a reação miserável de Trump aos protestos.
Até porque, do que acontecer dependerá provavelmente o desfecho da eleição em Novembro, o que terá repercussões muito para além da morte trágica de Floyd, em particular para as minorias nos EUA, mas para nós todos também.
Mas claro, se a intenção é desmobilizar, toca de nos acusar a todos de hipocrisia, porque não damos a atenção devida a tudo.
Claro, o meu caro pode sempre desmentir-me fazendo duas coisas. Primeiro, revelando quem é, e depois qual a sua contribuição para a denúncia de todas estas injustiças. Isto para além do ativismo de sofá por detrás da capa do anonimato...
É que, de contrário, tenho que concluir que os verdadeiros ativistas, por muito imperfeitos que sejam, valem bastante mais do que a pessoa com quem me correspondo...
Já cá faltava a estafada história dos anónimos X homens de peito feito. Como se a validade de uma opinião dependesse do nome ou da cara laroca de cada um. O "Jaime Santos" - que mais não é do que um vulgar nome vulgar (não é gralha, isto), talvez condicione as suas opiniões à mediocridade mundana das "marcas" e, talvez por isso, não se sinta à vontade com a pureza das opiniões sem carimbo. Temos pena, pá.
Permita o anónimo de 7 de junho de 2020 às 13:32, de desconversar com ele.
Então o Sr. quer comparar a responsabilidade de países como aqueles que cita, com a dos EUA, no quadro mundial e desde 1945? Quando um americano, Joe Biden, ele mesmo, comenta a situação do seu país: “‘Eu não consigo respirar, eu não consigo respirar’. As últimas palavras de George Floyd. Mas elas não morreram com ele. Elas ainda são ouvidas. Elas ecoam por toda a nação”, disse Biden. “Elas falam a uma nação onde frequentemente a cor da sua pele coloca a sua vida em risco. “
“Elas falam a uma nação onde mais de 100 mil pessoas perderam as suas vidas para um vírus e 40 milhões de americanos perderam seguro de desemprego – e com um número desproporcional dessas mortes e perdas de emprego concentrado nas comunidades negras e nas minorias”, disse Biden. “E elas falam a uma nação onde todos os dias milhões de pessoas – não no momento de perder sua vida, mas ao longo dela – estão dizendo a si mesmas: ‘eu nâo consigo respirar’.”
Onde, na Rússia, na Bielo-rússia, e na China, (não cito a Turquia’, aliado dos EUA e da NATO) se vêm homens ser cruelmente assassinados todos os dias por causa da cor da sua pele?
E acha que a indignação do mundo inteiro, de Paris, a Londres, a Sidney, a Tóquio, a Lisboa, a Berlim, enfim, repito, no MUNDO INTEIRO é desonesta, exacerbada e canalha, quando um canalha se encontra na Casa Branca, desprezando a memoria dos mais de 100 000 mortos do Covid 19 , ameaça os cidadãos com as armas do Exército, cujos chefes , envergonhados, recusam educadamente mas firmemente de o seguir na sua loucura.
Que diria o anónimo se o que se passa nos EUA se passasse nos países que cita?
Na realidade, não nos devíamos admirar do comportamento deste presidente, cuja mais recente frase nauseabunda, foi proferida hoje, quando disse que George Floyd deve estar satisfeito, lá onde está, de ver que o desemprego recua nos EUA». Banalizar um tal crime com um tema tão afastado do problema que agita os EUA, e que arrastou milhões de americanos nas ruas de Washington, demonstra o grau de delírio deste presidente. E o desprezo manifestado no seu discurso é a prova que o racismo o infectou desde a nascença, como um coronavírus mortal.
Mas no fundo não é nada de admirar quando conhecemos o resto da sua família.
O pai de Donald Trump foi detido após um motim do Ku Klux Klan na década de 1920, segundo relatos da época.
Os Estados Unidos nunca se sentiram ofuscados pelo nazismo, pelo fascismo ou pelo racismo, desde que sirvam os seus interesses. A única diferença, é que "sob Trump, a América racista marcha e desafia a descoberto.
E, se tinham dúvidas de que muito disto passa por ser nos (contra os) EUA, cá temos o Freitas, que vive num país que é um cancro nestes temas mas que só se preocupa com os EUA. Já estranhava a ausência dele...
Onde está o Freitas durante os motins que regularmente acontecem em França?
A intenção do Jaime Santos não é a de se colocar em oposição ao anónimo, tomando para ele as dores dos activistas que protestam contra o racismo e que têm muito mais coragem que o Jaime Santos, um mero vulgar nome vulgar :) .
Eles saberão certamente defender-se, desde logo notando que a impossibilidade de abraçarem todas as causas não justifica, evidentemente, que baixem os braços em relação a esta que se reveste de um particular simbolismo, dada a história de racismo e violência policial nos EUA, como já disse acima.
Sucede que o anónimo classifica a indignação dos activistas, entre outros epítetos, de canalha, porque eles contestam a actuação de um Presidente Republicano.
Claro que os protestos têm uma motivação política que vai muito para além desta morte em particular. Mas por que razão é que isso é motivo de escândalo, tendo em conta a resposta miserável de Trump a esta crise e o seu comportamento racista no passado, desde a campanha de 2016, que nada fez para tornar a situação das pessoas de cor mais segura no EUA?
Mas, se o anónimo questiona a motivação dos activistas, o Jaime Santos também pode questionar os motivos do anónimo.
Acha que é desconversar? Pois, tenho pena, pá...
O 'what-aboutism' é afinal um dos truques de retórica favoritos da Direita Reaccionária, aqui e nos EUA, para tentar calar os críticos.
Se o seu argumento é o de que quem protesta é hipócrita porque não o faz da mesma maneira em relação a outros casos, aqui e no estrangeiro (muito embora tenha havido imensas denúncias relativamente a eles), eu pergunto-lhe que moral é que tem para criticar essas pessoas, quando elas fazem apesar de tudo bastante mais do que você pela Justiça, você, o militante anónimo do teclado, que não arrisca mais do que quebrar uma unha?
Pois, não tem nenhuma. Como vê, não dar a cara não traz só vantagens...
Ah, eu bem me parecia que o pobre comentador que interpelou o Sr.Jaime Santos, era o anónimo corajoso habitual. Deve sofrer muito neste momento, ou talvez não, perante os crimes dos seus mestres a pensar…yankees.
Sim, na França temos os mesmos problemas, pelas mesmas razoes. Ou não fosse a França alinhada com a mesma politica. E o povo reage, combate nas ruas durante meses, como agora os americanos. Eu tomo a minha parte no combate.
Temos aqui dois heróis do teclado mas, infelizmente, se o Freitas merece a ordem da Estrela Vermelha pelos serviços prestados, o Jaime Santos por, ao sê-lo, não ser ninguém, fica de fora das condecorações. Uma pena que Jaime Santos seja tão anónimo quanto qualquer outro. Bazófias da internet...
PS: atendendo a que o Freitas toma parte no combate em França, posso ter o prazer de o imaginar de lenço à palestininana, enrolado à volta dos brancos cabelos, atirando pedras à polícia francesa e gritando "A culpa é dos Yankees!!!" ? - vou deliciar-me durante o dia de hoje com esta imagem.
Cada um é responsável pela sua saúde. Quem esteve na manifestação foi responsável, não foi irresponsável. As pessoas idosas, como o Francisco, devem manter-se resguardadas dentro das suas casas. As pessoas jovens, como os manifestantes, podem e devem andar na rua. Só se eles se contamminarem é que finalmente alcançaremos a desejada imunidade de grupo.
O "whataboutism" não serve para menosprezar as causas mas sim para expor a incoerência, a desonestidade intelectual e o viés ideológico daqueles que as defendem.
Não há manifestações de rua por causa da perseguição aos rohingyas na Birmânia, apesar de o problema ser trágico, afetar uma população inteira e configurar uma situação de racismo, perseguição étnica e intolerância religiosa. Imaginem quantos Floyd acontecem por lá...
Não há indignação pública com a limitação de direitos democráticos na Rússia, com prisões em massa nas manifestações, jornalistas detidos e opositores políticos perseguidos (e presos!). Mas vejam o que aconteceu quando uma equipa da CNN foi momentaneamente detida nos EUA...
Não há preocupação política com as ditaduras "de facto" e "de jure" na Bielorússia, Cuba, Coreia do Norte e consequente opressão dos seus povos. Mas notem a indignação com medidas
restritivas na Hungria ou na Polónia.
Não há pedidos de explicações à África do Sul pela perseguição aos brancos, expropriações forçadas (e não recompensadas) e incentivo à emigração (o que constitui um caso de
tentativa de limpeza étnico-racial). Também não houve significativo destaque dado às perseguições xenófobas a imigrantes pretos e que levaram a mortes, pilhagens e
destruição massiça de bens.
Não há uma política estruturada e pública de responsabilização, perseguição, detenção e condenação de ditadores e genocidas africanos e asiáticos. Mas vejam o que aconteceu aos
"ocidentais".
Não há viva e generalizada revolta contra a violência policial quando ela acontece em países ou contra pessoas que não estejam no radar das "pessoas preocupadas". Veja-se os
casos ocorridos em Portugal e que foram os ou dos mais graves que por cá sucederam (o espancamento de um jovem alemão no Bairro Alto, a agressão pública a um adepto benfiquista
em Guimarães, o assassinato do ucraniano no aeroporto).
Não há luta internacional contra as limitações dos direitos de milhões de mulheres nos países muçulmanos. Mas note-se o que sucede se um político ocidental fizer um comentário
jocoso a alguma manifestação de opressão das mulheres islâmicas (como o Boris Johnson fez relativamente à burka).
Não há qualquer problema com a perseguição religiosa a minorias cristãs nos países muçulmanos (o Egito sendo o caso mais gritante). Mas veja-se o que sucede perante o menor
comentário "discriminatório" feito contra os muçulmanos na Europa. Até o Papa já chamou a atenção para isto.
Na realidade, isto é "apenas" o prolongamento da velha lógica das "Associações de Amizade", das "Organizações para a Cooperação" e dos "Congressos para a Paz" do tempo da
Guerra Fria e que serviam para tentar corroer os países ocidentais por dentro, criando contestação nas ruas e desestabilização social e económica.
O perigo novo é que o patrocinador da desestabilização já não é necessariamente um estado identificável (embora os derrotados da Guerra Fria tenham transferido a sua canina
lealdade para a nova proto-ditadura russa). Hoje, enfrentamos uma atomização de responsáveis pela desestabilização. A coisa "franchisou-se". Mas vários são, ainda assim,
identificáveis: os partidos radicais que, à míngua de causas fraturantes existentes, procuram criá-las; os órfãos da União Soviética que procuram vingança; as teocracias muçulmanas e, finalmente, os derrotados da sociedade, os fracos, os ausentes que veem no radicalismo político uma razão de ser, algo que lhes preenche o vazio das suas tristes e pouco produtivas vidas.
Tal como no tempo da URSS, temos os agentes de desestabilização e os idiotas úteis. A grande desgraça é que o sucesso da democracia permitiu aos segundos passarem a ter voz e
a gritarem alto o que os primeiros lhes mandam dizer. É uma ironia, de facto.
Não entendo qual é o problema. As pessoas estão de máscara. Anda-se assim todos os dias nos comboios, metro e autocarros e não é proibibido.
Mariel
Mariel, excelente comentário.
Todas as medidas de proteção anti-vírus contêm uma boa dose de hipocrisia. Por exemplo, se as pessoas andam muito juntinhas nos transportes públicos, isso não é grave, percebe-se que elas tenham que andar assim, porque caso contrário o transporte público não seria rentável; mas, se as pessoas andam muito juntinhas numa manifestação, isso já é um grave erro, porque elas poderiam perfeitamente manifestar-se sem estarem juntas... Da mesma forma, se eu estou com uns amigos num restaurante a comer e não usamos máscara, pois está muito bem, porque não se pode comer de máscara, mas se eu estiver sem máscara com pessoas noutro sítio qualquer que não seja um restaurante, já é um grave pecado...
Anonimo das 10:38:
O 'what-aboutism » levado ao extremo, por um anónimo reaccionário, que é incapaz de ver a diferença entre todas as situações trágicas de populações vítimas da Historia , e a geopolítica daquela potência que submete o mundo inteiro à sua vontade hegemónica, e que recupera por este facto o ódio de povos no planeta.
O anónimo é ignorante. Incapaz de ver que;
Os Rohingyas , indesejáveis na Birmânia, como os Karen na Birmânia e na Tailândia.
Os Caxemiras, no Caxemira, humilhados após a perda da autonomia do seu território ;
Os Tibetanos, uma das 56 etnias da RPChina;
O povo Ainu da ilha de Hokkaido,e Sakhalina
Os Curdos, nada menos de 25 milhões, do Curdistão dividido entre Irão, Iraque, Síria, Turquia, Arménia e Azerbaijão e Geórgia.
Os Palestinianos, vitimas da batalha assimétrica, e do abuso de força promovida por Israel os EUA, e da geopolítica do Ocidente.,
São povos que sofrem, alguns desde há séculos, dos percalços da História, que os colocaram em zonas de tensões aquando da descolonização ou das guerras.
Se o anónimo fosse um pouco “patriota” podia incluir na lista Olivença, amputada à Mãe Pátria…pelos grandes da época. Mas isto não o deve comover!
Mas ir buscar os Rohingyas para os quais, como escreve, “Não há manifestações de rua por causa da sua perseguição” é o máximo da inteligência politica do anónimo.
E todas estas asneiras para justificar os actos criminosos da potência que quer ilibar de culpas: os EUA.
Esquecendo que desde o fim da guerra de 1945, esta potência esteve permanentemente em guerra no mundo inteiro. Que seja através das sanções, dos embargos e das acções militares, os EUA não podem ser comparados a nenhuma outra potência na arte de fazer mal aos povos.
As sanções ferem um terço da população mundial A forma mais traiçoeira e generalizada de guerra moderna em Wall Street e no Pentágono, agindo em coordenação, passa em grande parte despercebida e incontestada. Este ataque calculado está a fazer recuar décadas de progresso nos cuidados de saúde, saneamento, habitação, infra-estruturas críticas e desenvolvimento industrial em todo o mundo. ("A suivre" si o Senhor Embaixador o permitir)
Quase todos os países em desenvolvimento que tentam implementar programas sociais para as suas populações são visados. O imperialismo americano e os seus parceiros subordinados refinaram o estrangulamento económico numa arma devastadora. As sanções nas mãos das potências militares e económicas dominantes matam agora mais pessoas do que bombas ou espingardas. Esta arma dificulta o crescimento de milhões de jovens e leva a uma migração desesperada, deslocando dezenas de milhões de pessoas. Um crime contra a humanidade As sanções e os bloqueios económicos contra a Venezuela, Cuba, Irão, Rússia e China são bem conhecidos. Mas os efeitos devastadores das sanções dos EUA em países já nem sequer estão no radar dos grupos de direitos humanos.
A maioria das sanções são intencionalmente ocultas; Nem sequer têm uma linha nos noticiários. Algumas sanções são rapidamente adoptadas após um novo artigo sobre uma alegada atrocidade. Os civis que sofrerão não têm nada a ver com o crime que os meios de comunicação usam como desculpa. O que nunca é mencionado são as concessões económicas ou políticas que o governo ou as empresas dos EUA procuram com estas sanções. "
As sanções não podem ser colocadas como alternativa à guerra. São, de facto, a forma de guerra mais brutal, visando deliberadamente os civis mais fracos os jovens, os idosos, os doentes e os deficientes. Numa altura da história humana em que os problemas da fome e da doença podem ser resolvidos cientificamente, privar centenas de milhões de pessoas das suas necessidades básicas é um crime contra a humanidade.
Então não viu Trump, o seu ídolo, agravar as sanções durante a pandemia, ao Irão , a Cuba e à Venezuela? Não viu? Porque não quer ver…*
A sociedade industrial moderna baseia-se numa frágil teia de tecnologias essenciais. Se bombas e linhas de esgotos, elevadores e geradores não puderem funcionar devido à falta de peças sobressalentes simples, cidades inteiras podem ser submersas por águas inundadas. Se lhes forem negadas sementes, fertilizantes, máquinas e instalações de armazenamento, e se os alimentos, medicamentos e equipamentos essenciais forem deliberadamente recusados, um país inteiro está ameaçado.
As sanções" por parte dos Estados Unidos, é um "terrorismo económico que afecta um terço da humanidade com mais de 8.000 medidas que afectam 39 países".
O terrorismo, é uma ameaça a todo o sistema de relações internacionais e constitui a maior violação dos direitos humanos no mundo.
O mecanismo e a capacidade de um país, ou de um voto, de destruir um país do outro lado do mundo não é bem compreendido, sobretudo pelos reaccionários à bota do mestre.
O capital internacional usa o sistema do dólar. Todas as transacções internacionais passam por bancos americanos. Estes bancos podem bloquear transferências de dinheiro para a menor transacção e confiscar biliões de dólares detidos por governos e indivíduos visados. Podem também exigir que todos os outros bancos aceitem as restrições súbitas impostas por Washington, excepto para se exporem às sanções.
É semelhante à forma como a marinha dos EUA pode reivindicar o poder de interceptar navios e parar o comércio em qualquer lugar, ou como os militares podem atingir pessoas com drones e invadir países sem sequer formular uma declaração de guerra.
O anónimo protesta pelos pobres Rohingyas…Incapaz de ver a dimensão do problema criado pela ditadura mais atroz que determina quem vai morrer amanhã, vitima dos seus drones, das suas sanções, dos seus embargos, dos seus golpes de Estado, dos seus militares….
Confunde alhos com bugalhos…
Pois que me gratificou com a “Estrela Vermelha”, que me honra, deixo-lhe a “Cruz de Ferro”. Mas sabe que na Feira da Ladra é possível encontrar abajures feitos de pele humana.
É difícil expressar em termos minimamente civilizados a repugnância que a hipocrisia e a demagogia do Freitas me suscitam. Por isso, mais vale não dizer nada. Safa, que um homem tem, por vezes, de ter uma paciência de santo...
Excelente a observação senhor embaixador! Não tem nada a ver com o propósito da manifestação mas a forma como decorreu é inaceitável e deve obrigar a tomar medidas rigorosas em situações análogas. Em que pensam estas pessoas...?
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