Isto são cenas para inglês ver e procurar atenção mediática. No fundo, são uma afirmação sexista por parte das mulheres que se querem impor como "mães", "donas" da procriação e, consequentemente, merecedores de estatuto especial. Isto, claro, sempre de mãos dadas com os princípios "inabaláveis" da igualdade. Por alguma razão nenhum deputado leva o filho para o parlamento para lá estar a brincar ao cavalinho com ele.
Quem precisa de dar de mamar vai à casa de banho ou ao gabinete, quem tem filhos a precisar de colinho arranja uma ama. É impensável que um deputado - seja de que país for -, não tenha meios para deixar o filho entregue a alguém durante as horas de trabalho. E até me espanta que o parlamento inglês não tenha algum tipo de serviço para tal.
Estes pontuais momentos "ternos" são afirmações políticas e mediáticas e um desrespeito pela formalidade das instituições. Um dia, talvez alguma se lembre de mudar uma fralda na mesa em frente ao speaker. Será, certamente, um momento para recordar, pleno de beleza maternal e - garanto -, com milhões de "likes".
Vale a pena recordar o dr Albino Aroso, que sugeria que fossem instaladas creches em todas as universidades, para que as estudantes pudessem ter os filhos perto delas quando iam para as aulas. Segundo o dr Aroso, uma estudante universitária está na época biologicamente ideal para uma mulher ter filhos, e dever-lhe-iam ser dadas condições para que ela pudesse tê-los nessa altura.
uma afirmação sexista por parte das mulheres que se querem impor como "mães", "donas" da procriação e, consequentemente, merecedores de estatuto especial
Em qualquer país civilizado, um adulto (seja homem ou mulher) que acompanhe uma criança pequena tem um estatuto especial.
Quem precisa de dar de mamar vai à casa de banho ou ao gabinete
Disparate. A minha mulher deu muitas vezes de mamar aos nossos dois filhos nos mais diversos sítios: em paragens de autocarro, em jardins, em bibliotecas públicas, em festas, enfim, fosse onde fosse que se encontrasse. Dar de mamar não é uma atividade privada que precise de se fazer numa casa de banho. Nem, aliás, convém que as casas de banho fiquem meia hora ocupadas por mulheres a amamentar. Nem as mulheres que amamentam podem a toda a hora ter um local privado qualquer (tipo "gabinete" para amamentar.
Para aquilo que os deputados fazem no parlamento - ouvir discursos monótonos, entorpecentes, sem qualquer interesse, sendo que a maior parte dos deputados não é suposta responder a esses discursos, pois somente o líder de cada bancada responde, os outros deputados estão lá para aplaudir ou vaiar e fazer número -, e tendo em conta que muitos deles passam o tempo das sessões, muito apropriadamente, a brincar com os seus computadores e passear na internet, acho que se a deputada passa as sessões a amamentar, isso em nada diminuirá a utilidade do seu trabalho parlamentar e, de facto, estará a fazer algo de muito mais útil (cuidar de um ser humano dependente) do que a generalidade dos seus colegas. Enquanto amamenta ela está fazendo algo de útil, enquanto que os outros estão somente a passear na internet e a aguardar o momento mais oportuno para aplaudir ou vaiar. Não tenho nada contra os deputados, mas acho que é muito mais útil à sociedade uma deputada que amamenta durante as sessões do que um deputado que não o faz.
Ó Luís Lavoura, já em tempos aludi à sua incontinência comentadora. Você tem de saber preservar-se e - sobretudo -, preservar os outros. Ninguém aqui quer saber para nada dos hábitos amamentadores da sua mulher e, julgo, que os seus planos de organização do espaço nas casas de banho femininas também não sejam de especial relevo para a humanidade. Nas casas de banho as pessoas fazem o que quiserem e se alguém lá tiver de mamar, que sejam bebés.
Há qualquer coisa de irritante em ter à perna um tipo que vem para aqui defender que as estudantes universitárias deviam andar a parir durante as aulas... Irra!
8 comentários:
Uma raridade. Mas uma cena lindíssima.
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Cumprimentos
O que se faz para aparecer nas notícias...
Isto são cenas para inglês ver e procurar atenção mediática. No fundo, são uma afirmação sexista por parte das mulheres que se querem impor como "mães", "donas" da procriação e, consequentemente, merecedores de estatuto especial. Isto, claro, sempre de mãos dadas com os princípios "inabaláveis" da igualdade. Por alguma razão nenhum deputado leva o filho para o parlamento para lá estar a brincar ao cavalinho com ele.
Quem precisa de dar de mamar vai à casa de banho ou ao gabinete, quem tem filhos a precisar de colinho arranja uma ama. É impensável que um deputado - seja de que país for -, não tenha meios para deixar o filho entregue a alguém durante as horas de trabalho. E até me espanta que o parlamento inglês não tenha algum tipo de serviço para tal.
Estes pontuais momentos "ternos" são afirmações políticas e mediáticas e um desrespeito pela formalidade das instituições. Um dia, talvez alguma se lembre de mudar uma fralda na mesa em frente ao speaker. Será, certamente, um momento para recordar, pleno de beleza maternal e - garanto -, com milhões de "likes".
Vale a pena recordar o dr Albino Aroso, que sugeria que fossem instaladas creches em todas as universidades, para que as estudantes pudessem ter os filhos perto delas quando iam para as aulas. Segundo o dr Aroso, uma estudante universitária está na época biologicamente ideal para uma mulher ter filhos, e dever-lhe-iam ser dadas condições para que ela pudesse tê-los nessa altura.
uma afirmação sexista por parte das mulheres que se querem impor como "mães", "donas" da procriação e, consequentemente, merecedores de estatuto especial
Em qualquer país civilizado, um adulto (seja homem ou mulher) que acompanhe uma criança pequena tem um estatuto especial.
Quem precisa de dar de mamar vai à casa de banho ou ao gabinete
Disparate. A minha mulher deu muitas vezes de mamar aos nossos dois filhos nos mais diversos sítios: em paragens de autocarro, em jardins, em bibliotecas públicas, em festas, enfim, fosse onde fosse que se encontrasse. Dar de mamar não é uma atividade privada que precise de se fazer numa casa de banho. Nem, aliás, convém que as casas de banho fiquem meia hora ocupadas por mulheres a amamentar. Nem as mulheres que amamentam podem a toda a hora ter um local privado qualquer (tipo "gabinete" para amamentar.
Para aquilo que os deputados fazem no parlamento - ouvir discursos monótonos, entorpecentes, sem qualquer interesse, sendo que a maior parte dos deputados não é suposta responder a esses discursos, pois somente o líder de cada bancada responde, os outros deputados estão lá para aplaudir ou vaiar e fazer número -, e tendo em conta que muitos deles passam o tempo das sessões, muito apropriadamente, a brincar com os seus computadores e passear na internet, acho que se a deputada passa as sessões a amamentar, isso em nada diminuirá a utilidade do seu trabalho parlamentar e, de facto, estará a fazer algo de muito mais útil (cuidar de um ser humano dependente) do que a generalidade dos seus colegas. Enquanto amamenta ela está fazendo algo de útil, enquanto que os outros estão somente a passear na internet e a aguardar o momento mais oportuno para aplaudir ou vaiar.
Não tenho nada contra os deputados, mas acho que é muito mais útil à sociedade uma deputada que amamenta durante as sessões do que um deputado que não o faz.
Ó Luís Lavoura, já em tempos aludi à sua incontinência comentadora. Você tem de saber preservar-se e - sobretudo -, preservar os outros. Ninguém aqui quer saber para nada dos hábitos amamentadores da sua mulher e, julgo, que os seus planos de organização do espaço nas casas de banho femininas também não sejam de especial relevo para a humanidade. Nas casas de banho as pessoas fazem o que quiserem e se alguém lá tiver de mamar, que sejam bebés.
Há qualquer coisa de irritante em ter à perna um tipo que vem para aqui defender que as estudantes universitárias deviam andar a parir durante as aulas... Irra!
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