Prometeram arranjar-me uma lista de nomes de pessoas mais competentes do que Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal. Mas, por qualquer razão, a lista teima em não chegar. Alguém a tem?
Por amor de Deus, mais competentes do que Centeno deve haver para aí às dúzias. Não sei o que ele fez assim de tão relevante. A competência era tão, tão, tão grande que lá dentro do Banco de Portugal não lha reconheceram. Agora prepara-se para lá entrar por cima...
É só hipocrisia. Sobretudo da parte de quem não viu problema algum da sua ex-MF ir trabalhar para um cangalheiro financeiro já com os olhos postos nos cadáveres financeiros que a ex-MF deixou para trás. Alguns até nos armários do próprio Ministério. E que pelos “bons serviços prestados" ainda reconduziu um ex-banqueiro para continuar a “regular” os amigos da banca.
Confirma-se, Sr. Embaixador, há imensos candidatos mais competentes que Centeno (milhões, pelos vistos!), só que ninguém parece ser capaz de nomear um que seja :) ...
Boa tarde. Não tenho formação para avaliar com rigor e isenção o desempenho do senhor enquanto funcionário do BdP nem como MF. Uma coisa sei, na vida, há sempre melhor e sempre pior. Estou convicto que o senhor tem boas capacidades técnicas, que domina o ambiente da economia e das finanças. O reparo que tenha é relativo à postura, agora que as coisas se complicam abandona o barco. É sobretudo isso, uma questão de carácter. Tal como de carácter os comentários de certos "importantes" de estatura muito pequenina. António Cabral
O mito de que Centeno abandona o barco quando as coisas se complicam começou a ser propagado pelos mesmos que uma semana antes - quando a Europa noticiou que desta vez ia abrir os cordões à bolsa – diziam: - “assim também eu.” Até porque costumamos ter MF que fazem três e quatro legislaturas. Ao fim e ao cabo as pessoas nem têm vida própria e a função de MF nem deve ser nada desgastante. Sobretudo com o que ainda têm de ouvir. Os ministros e a família. Depois ainda vieram outros economistas, pessoal não político como MC, que também integraram o gabinete que elaborou o plano macroeconómico em 2015 garantir que até assinaram acordos com o governo só para uma legislatura. Fosse como deputados, secretários de estado, ministros, etc, etc, etc. Finda a qual retornariam para os seus trabalhos e para as suas vidas longe do ambiente político.
Mário Centeno tomou a decisão de deixar o Governo muito antes da pandemia. Algo que já foi confirmado inúmeras vezes até pelo PM. E só a presidência do Eurogrupo, onde não podia ter honrado mais o nome de Portugal, o fez esperar pelo fim do mandato na UE. E fica assim também desfeito o mito de arma eleitoral em 2019. A principal tarefa de Centeno, muito além das famosas contas certas, foi devolver a credibilidade às finanças públicas portuguesas. É perfeitamente normal que depois da principal tarefa, mais associada à causa pública, concluída qualquer um de nós sinta vontade de voltar a um registo mais low profile. Até depois de todos os portugueses terem tido a oportunidade de conhecer o perfil de Mário Centeno.
É preciso mesmo muita maledicência para apontar algo a alguém que admitiu inclusive interromper a sua carreira longe dos holofotes públicos, para passar a ser escrutinado todos os dias por alguma opinião publicada em Portugal que é melhor nem adjectivar e ainda assim não podia ter elevado mais o nome de Portugal junto dos nossos parceiros da UE.
Finalmente em relação à tão propagada independência do Governo ou falta dela por Mário Centeno e/ou o Presidente do BdP. Portugal não tem moeda. Portugal já abdicou há muito da sua soberania monetária e com ela de qualquer hipótese de políticas macroeconómicas tão importantes sobretudo em tempos de crise. O BdP não faz nem executa o OE como alguma opinião publicada parece querer sugerir. O BdP é hoje um sucursal do BCE e não do Governo e limita-se a olhar para os rácios dos bancos emanados do BCE, para zelar pela estabilidade do nosso sistema financeiro. E como todos temos assistido, até à data, nem isso. Pelo que devemos responsabilizar o BdP mas também o BCE. Sobretudo pelas últimas experiências com resoluções bancárias. Até porque é suposto o BCE também auditar as nossas instituições financeiras.
E se desta vez parece que há uma resposta à crise da UE diferente de em 2008 é porque já está em causa a própria sobrevivência do euro e do mercado único europeu. Com que as maiores economias da UE tanto lucram. Porque ao contrário de em 2008, onde a UE conseguiu transformar o crash do subprime do outro lado do Atlântico numa enorme crise económica, devastadora de pessoas e valor no sul da Europa, deixando países como Portugal e Grécia completamente à mercê dos mercados financeiros, isto é e em última análise, dos maiores responsáveis da maior crise financeira/bancária dos nossos tempos. Com a pandemia já estão em causa três das quatro maiores economias do euro. E como os alemães querem continuar a vender carros o melhor mesmo é acautelar desde já o mercado único europeu. O maior mercado alemão!
Homessa, senhor embaixador. Até parece que antes de Centeno não havia finanças em Portugal e que depois dele ficaremos todos órfãos. Ou que Carlos Costa era a pessoa mais competente na altura quando foi escolhido. Se o novo ministro das Finanças, anterior secretário de Estado, pode substituir Centeno, também poderia ser governador do BdP, ou não? Não sejamos ingénuos nem sectários.
12 comentários:
Ainda bem que é o Centeno
Fernando Neves
Por amor de Deus, mais competentes do que Centeno deve haver para aí às dúzias. Não sei o que ele fez assim de tão relevante. A competência era tão, tão, tão grande que lá dentro do Banco de Portugal não lha reconheceram. Agora prepara-se para lá entrar por cima...
É só hipocrisia. Sobretudo da parte de quem não viu problema algum da sua ex-MF ir trabalhar para um cangalheiro financeiro já com os olhos postos nos cadáveres financeiros que a ex-MF deixou para trás. Alguns até nos armários do próprio Ministério. E que pelos “bons serviços prestados" ainda reconduziu um ex-banqueiro para continuar a “regular” os amigos da banca.
Posso fazer-lhe uma lista de todos os menos comprometidos que Centeno, aqui vai:
10.000.000 de Portugueses menos Centeno menos Costa.
Não tem de quê.
O Mário Centeno no Banco de Portugal? Tem certeza?
Estou estupefacto! Niguém diria! A surpresa foi tão grande que estou sem palavras.
Ainda dizem que este País não inova?
Um abraço
P.S. - Parece impossível que a poucos anos de comemorarmos 50 anos em democracia, apenas as moscas tenham mudado.
Façam um concurso público internacional para o lugar, e provavelmente encontrarão candidatos melhor preparados do que Centeno.
Confirma-se, Sr. Embaixador, há imensos candidatos mais competentes que Centeno (milhões, pelos vistos!), só que ninguém parece ser capaz de nomear um que seja :) ...
Boa tarde.
Não tenho formação para avaliar com rigor e isenção o desempenho do senhor enquanto funcionário do BdP nem como MF.
Uma coisa sei, na vida, há sempre melhor e sempre pior.
Estou convicto que o senhor tem boas capacidades técnicas, que domina o ambiente da economia e das finanças.
O reparo que tenha é relativo à postura, agora que as coisas se complicam abandona o barco.
É sobretudo isso, uma questão de carácter.
Tal como de carácter os comentários de certos "importantes" de estatura muito pequenina.
António Cabral
O mito de que Centeno abandona o barco quando as coisas se complicam começou a ser propagado pelos mesmos que uma semana antes - quando a Europa noticiou que desta vez ia abrir os cordões à bolsa – diziam: - “assim também eu.” Até porque costumamos ter MF que fazem três e quatro legislaturas. Ao fim e ao cabo as pessoas nem têm vida própria e a função de MF nem deve ser nada desgastante. Sobretudo com o que ainda têm de ouvir. Os ministros e a família. Depois ainda vieram outros economistas, pessoal não político como MC, que também integraram o gabinete que elaborou o plano macroeconómico em 2015 garantir que até assinaram acordos com o governo só para uma legislatura. Fosse como deputados, secretários de estado, ministros, etc, etc, etc. Finda a qual retornariam para os seus trabalhos e para as suas vidas longe do ambiente político.
Mário Centeno tomou a decisão de deixar o Governo muito antes da pandemia. Algo que já foi confirmado inúmeras vezes até pelo PM. E só a presidência do Eurogrupo, onde não podia ter honrado mais o nome de Portugal, o fez esperar pelo fim do mandato na UE. E fica assim também desfeito o mito de arma eleitoral em 2019. A principal tarefa de Centeno, muito além das famosas contas certas, foi devolver a credibilidade às finanças públicas portuguesas. É perfeitamente normal que depois da principal tarefa, mais associada à causa pública, concluída qualquer um de nós sinta vontade de voltar a um registo mais low profile. Até depois de todos os portugueses terem tido a oportunidade de conhecer o perfil de Mário Centeno.
É preciso mesmo muita maledicência para apontar algo a alguém que admitiu inclusive interromper a sua carreira longe dos holofotes públicos, para passar a ser escrutinado todos os dias por alguma opinião publicada em Portugal que é melhor nem adjectivar e ainda assim não podia ter elevado mais o nome de Portugal junto dos nossos parceiros da UE.
Finalmente em relação à tão propagada independência do Governo ou falta dela por Mário Centeno e/ou o Presidente do BdP. Portugal não tem moeda. Portugal já abdicou há muito da sua soberania monetária e com ela de qualquer hipótese de políticas macroeconómicas tão importantes sobretudo em tempos de crise. O BdP não faz nem executa o OE como alguma opinião publicada parece querer sugerir. O BdP é hoje um sucursal do BCE e não do Governo e limita-se a olhar para os rácios dos bancos emanados do BCE, para zelar pela estabilidade do nosso sistema financeiro. E como todos temos assistido, até à data, nem isso. Pelo que devemos responsabilizar o BdP mas também o BCE. Sobretudo pelas últimas experiências com resoluções bancárias. Até porque é suposto o BCE também auditar as nossas instituições financeiras.
E se desta vez parece que há uma resposta à crise da UE diferente de em 2008 é porque já está em causa a própria sobrevivência do euro e do mercado único europeu. Com que as maiores economias da UE tanto lucram. Porque ao contrário de em 2008, onde a UE conseguiu transformar o crash do subprime do outro lado do Atlântico numa enorme crise económica, devastadora de pessoas e valor no sul da Europa, deixando países como Portugal e Grécia completamente à mercê dos mercados financeiros, isto é e em última análise, dos maiores responsáveis da maior crise financeira/bancária dos nossos tempos. Com a pandemia já estão em causa três das quatro maiores economias do euro. E como os alemães querem continuar a vender carros o melhor mesmo é acautelar desde já o mercado único europeu. O maior mercado alemão!
Homessa, senhor embaixador. Até parece que antes de Centeno não havia finanças em Portugal e que depois dele ficaremos todos órfãos. Ou que Carlos Costa era a pessoa mais competente na altura quando foi escolhido. Se o novo ministro das Finanças, anterior secretário de Estado, pode substituir Centeno, também poderia ser governador do BdP, ou não? Não sejamos ingénuos nem sectários.
O problema não é a competência,mas sim a promiscuidade.
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