Leio que Fernando Mendes vai manter-se com o seu “Preço Certo” na RTP, não obstante ter sido tentado por um convite da TVI. A televisão pública vai assim poder continuar a contar com um “produto” de entretimento (não uso “entretenimento”, no que sigo Frei Luís de Sousa e João de Araújo Correia) que, para além dos seus méritos próprios, tem funcionado como um importante “driver” para “segurar” as audiências que levam ao telejornal das oito (o qual, por muitas críticas, algumas justas, que se lhe façam, é, a longa distância, o mais equilibrado e menos populista jornal noticioso televisivo de Portugal). E isso é excelente!
Dirão alguns, mais puristas, que o modelo do “Preço Certo” casa mal com a ideia de “serviço público”. Estou em total desacordo. A televisão pública não pode desprezar os produtos televisivos que correspondem ao interesse de um largo conjunto de pessoas que apreciam modelos de diversão que, nem pelo facto de serem simples, deixam de ser dignos. Não há serviço público sem ter público. E a televisão pública não é apenas sinónimo de produtos para elites, mais ou menos cultivadas.
Fernando Mendes é assim, nos dias de hoje, uma figura televisiva de referência. Mas é, igualmente, uma personalidade muito simpática. Há uma década, em Paris, coincidi com ele numa iniciativa na Rádio Alfa, organizada pelo comendador Armando Lopes. Eu levava comigo um casal amigo brasileiro que, desde logo, ficou “íntimo” de Fernando Mendes. Cruzaram-se, dias depois, no aeroporto. Caíram nos braços uns dos outros. Dias depois, estavam a confraternizar no “Solar dos Presuntos”. É assim Fernando Mendes!
É esta afabilidade, esta forma aberta de estar com as pessoas, que me agrada em Fernando Mendes. É isso também que me leva a congratular-me que o “Preço Certo” possa continuar a ser o lugar geométrico onde, ao final da tarde, um certo Portugal se junte para passar uma hora divertida, fora das preocupações da vida, unido por alegrias simples e inócuas. Fazer as pessoas felizes é também serviço público.
7 comentários:
Senhor Embaixador, o Fernando Mendes entra, de segunda a sexta, em minha casa. Como não tenho mais nada que fazer que alimentar os meus blogos, desde há vários anos essa figura (comparo-o como O Vasco Santana), antes gorda, agora assim,assim está comigo 5 dias por semana, à frente da mesa de trabalho.O Fernando Mendes, evidentemente, que é a pessoa certa para o programa certo. Ali, bem presente, a generosidade, hospitaleira, do povo português que vão oferecendo, ao Fernando, aquilo que tem. O programa de facto não é de grande qualidade, mas em relação a outras misérias que nos manda a RTP para os que vivem fora de Portugal, dou os parabéns ao Fernando Mendes e ao seu trabalho que tem trazido centenas, milhares de pessoas de todas as idades e de muitos lugares de Portugal a Lisboa. Vejo essas pessoas felizes durante o decurso do programa. A RTP, infelizmente,emite conteúdos de extrema pobreza que a mim, me dá a impressão que por lá ainda pensam que nós os acolhidos em países estrangeiros somos, ainda, parolos de Santa Comba Dão. Por exemplo a venda de rifas, pelo telefone (1 euro mais Iva) que até não podemos comprar.Saudações de Banguecoque
Absolutamente simpática a figura de Fernando Mendes. Não o conheço pessoalmente mas não duvido que seja genuíno, e um excelente compincha.
Quanto ao serviço público dar às pessoas o que elas querem, força nisso, só me surpreende que ainda não haja uma RTP XXX.
Falando mais a sério, os incêndios de Pedrógão sugerem que devia haver um canal de emergência - principalmente na rádio - que até podia estar silencioso na maioria do tempo, mas que fornecesse informação vital em casos de emergência. O site do IPMA é extraordinariamente competente, já me aconteceu sentir um sismo, e ao fazer login a informação já lá estar - isso sim, é um bom trabalho.
E não é só isso! É a Lenka. A Lenka, meu deus!!! Querem melhor promoção da diversidade do que aquela louraça de leste?
Fazer as pessoas felizes é também serviço público.
Este blogue é também serviço público!
ironico espero
ja ter q ver o programa na rtp internacional, quando outros paises passam nas suas filmes e mostram o q se faz de bom no pais deles.
Preço certo: Um retrato do país profundo, ridicularizado pelo FM sem ofender. Em África, Sem grandes alternativas ao mercado aberto, mais transferências, pés-em-riste, ouço o programa enquanto preparo umas saladas com um queijo da serra e umas frutas da terra. Ás 19:30 mudo-me para o RTP África ...finalmente foi abolida a fronteira da corda que existia desde há 30 anos em Safim na RGB(15 km de Bissau) … seguindo-se uma grande contestação dos vendedores locais e quem sabe, principalmente dos policias...
O "amigo da Espanha" não dizer "entretenimento" é... imperdoável!
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