Há dias, numa cerimónia religiosa, vi-o, ao longe. É um traste, uma nódoa moral, um vigarista, com um currículo, melhor dizendo, um cadastro de mau comportamento - face ao cônjuge, à família, aos colegas. Traiu amigos, continua a ser uma figura mesquinha e má. Mas lá o vi, subindo e descendo o corpo na coreografia da cerimónia, repetindo com os lábios a ladaínha do ritual. Ah! E no final, com um ar compungido, foi buscar a hóstia, saindo depois com ela, com o ar humilde dos crentes respeitáveis.
Fui, desde que me conheço, ateu. Olho para estas cerimónias com grande distância, mas sempre com o respeito que acho que é devido às crenças dos outros. Mas, confesso, tenho uma imensa dificuldade em poder admitir que uma religião onde reconheço que há tanta gente de bem, que se apoia em princípios decentes e solidários (princípios em que fui educado e em que me reconheço, embora sem nenhuma matriz religiosa de suporte), aceite no seu seio, sem uma mínima denúncia pública, sem uma estigmatização perante os seus pares, figuras do jaez daquela figura.
19 comentários:
Oh que é bem escrito e bem sentido, Senhor Embaixador. Faço minhas, se me permite, as suas palavras que não saberia tão bem dizer. E se esses trastes soubessem o mal que fazem à sociedade, desde sempre, suicidavam-se...Mas nunca o farão! E é por isso que de vez em quando, uma revoluçãozita faz bem se permite de sanear o ar…Mas se ela substitui uns por outros iguais, não vale a pena…
Senhor Embaixador,
Começo por dizer que concordo inteiramente com a sua conclusão.
Acho porém que erra ao mencionar o respeito devido às crenças dos outros. O que devemos respeitar são os outros e o direito que teem de terem as suas crenças e de as exprimirem, no respeito dos direitos dos outros. Quanto às crenças em si, sejam elas religiosas, políticas ou outras, não devem merecer o respeito de ninguém.
Dizer que as crenças merecem respeito é um erro pernicioso mas, infelizmente, muito comum.
Porque razão a igreja católica deveria ser diferente de qualquer outra religião? Toda a gente sabe que não existe uma correspondência entre "ensinamentos" e "comportamentos". E porque deveriam as religiões ser diferentes dos partidos políticos que dizem promover os mais altos padrões de ética e, depois, é o que vemos?
Sinceramente, este post tem qualquer coisa de moralismo... barato.
Há dias, numa cerimónia religiosa, vi-o, ao longe. É um traste, uma nódoa moral, um vigarista
A quem se refere, concretamente?
Então eu ia dizer o nome, Luis Lavoura?
O Luís Lavoura ganhou o prémio de ingénuo da semana
Conheço alguns
A consciência pessoal, da própria pessoa, é inviolável num contexto desses. O passado pode ajudar a mudar de vida uma pessoa, e uma cerimónia dessas poderá despertar a pessoa para uma mudança de vida (metanoia). Assuntos que dizem respeito à intimidade da consciência, e os assuntos que estão no passado apesar das consequências ainda se fazerem sentir, se não têm hoje concretização, esses delitos (religiosamente falando) cometidos poderão estar ultrapassados. Outra coisa são as tábuas da lei romana (s ecular) outra é o delito de caráter do ponto de vista religioso e outra ainda é o julgamento social pela Justiça. É de facto difícil aceitar com bonomia a situação que descreve, se bem que, se li bem, à superfície de uma conduta passada, talvez, esperamos, ultrapassada.
"Então eu ia dizer o nome, Luis Lavoura?"?? (Luís)
Desculpem, mas, não consigo parar de rir!
Bom texto. Adoro os adjetivos.
Claro que deveria dizer o nome, Francisco. Está a chamar "traste" e "vigarista" a uma pessoa concreta; mas, isso não tem significado nenhum se não disser a que pessoa se refere.
No limite, até podemos dizer que este post é espúrio, que não é genuíno, que os apodos que contem não se referem a ninguém, ou seja, que é um post inventado, uma espécie de "fake news".
Para que o post não seja isso, o Francisco precisa de dizer concretamente a quem ele se refere.
Esse seu tropismo para o “gossip” é estranho, Luis Lavoura. Este blogue é dirigido por mim, as regras sou eu quem as dita e só passa por cá quem quer, aceitando-as. É uma pessoa concreta, mas conheço várias outras - bastantes! - a quem se aplica.
Claro que é o Francisco quem faz as regras, e eu aceito-as. Só estou a comentar que, sem que o Francisco diga a quem se refere, este post não vale nada, porque é inverificável, insindicável. É, como eu disse, uma forma de "fake news".
Isto é apenas o meu comentário crítico e o Francisco aceita-o se quiser, se não quiser não aceita.
Luis Lavoura. Isto não é um órgão de comunicação social. É um blogue pessoal. Digo o que quero, não digo o que não quero.
A igreja tem ao seu dispor a ferramenta da excomunhão para excluir fiéis da comunhão. Mas nos evangelhos são numerosas as situações em que Jesus Cristo foi acusado de ter más companhias, pelo que esta inclusividade de trastes no conjunto dos fiéis parece uma característica essencial da doutrina cristã, da possibilidade da redenção, se bem que contribua algumas vezes para o afastamento de alguns fiéis que se sentem incomodados com essas más companhias. Não me parece contudo que a igreja vá aumentar o uso da excomunhão nos tempos mais próximos.
Fundamentado na melhor fonte para este assunto J.J.Amarante! Apoiado.
O Sr.Lavoura é autor de imensas "lavouradas"......só falta dizer como a outra , "que Portugal tem barragens a mais"....
Ainda não percebi o que andam a fumar.....
MMC
Ainda gostava de perceber a mórbida curiosidade de alguns em quererem saber o nome de uma figura sem o menor relevo público, que vislumbrei numa cidade remota de província, numa aparição numa missa. É doentio!
MMC : Manuel Maria Carrilho ...
Vê a confusão que pode dar ?
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