domingo, julho 14, 2024
Para aligeirar o ambiente
Um futuro com Trump
"Les jeux sont faits!"
Qualquer dúvida que ainda houvesse sobre o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos terminou hoje. Resta apenas contar os dias até ao início do segundo mandato de Donald Trump.
sábado, julho 13, 2024
Ao gosto do freguês
sexta-feira, julho 12, 2024
Biden
- A conferência de imprensa demonstrou, se tal fosse necessário, que Biden domina a substância dos dossiês, a anos-luz de Trump. A questão não é essa. Henry Kissinger, com 100 anos, também era um sábio atualizado. Mas ninguém se lembraria de o propor para um cargo executivo.
- A escolha dos democratas americanos é trágica: manter Biden e arrastar-se por meses de crescente revelação das suas fragilidades ou forçar uma "guerra" interna de divisão do partido, eventualmente (ou mesmo "eventually") afastando Biden, sendo derrotados na mesma. Que dilema!
- As pessoas que aventam nomes "simpáticos" para substituir Biden, com hipóteses de ganhar a presidência, devem lembrar-se que há procedimentos democráticos a respeitar, que seriam necessárias eleições "primárias" e montar um processo complexo de auscultação.
- O "Biden das gafes", daqui a dias, vai passar a ser o "novo normal". Como ele se acha o "máximo" e os democratas não têm forma de o afastar, vão ser uns meses muito penosos, até à sua mais do que provável derrota.
quinta-feira, julho 11, 2024
Memória das pirites
Foi há pouco, no palácio de Belém, a anteceder uma cerimónia. Um cavalheiro aproximou-se de mim e disse-me que ambos tínhamos feito parte, há quase cinco décadas, de uma delegação técnica portuguesa a Marrocos.
quarta-feira, julho 10, 2024
Congéneres ?
Macron
Na carta aberta que hoje dirigiu aos franceses, Macron deixou claro que vai pedir à forças políticas o que sabe ser impossível, num parlamento esfrangalhado pela dissolução de que foi o único responsável. Começa a ficar evidente que, dentro de um ano, haverá novas eleições.
Os nomes da Direita francesa
terça-feira, julho 09, 2024
Casa Branca
Está a esgotar-se a janela temporal para Biden desistir e os democratas conseguirem ainda consensualizar um nome alternativo, com hipóteses realistas de derrotar Trump. Assim, a perspetiva deste poder regressar à Casa Branca adensa-se, a cada dia que passa.
Estatuto
Embora afastado do serviço ativo do Ministério dos Negócios Estrangeiros desde 2013, acompanhei, durante algum tempo, como presidente da respetiva Assembleia Geral, o esforço que a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses desenvolvia para tentar recuperar a degradação da posição relativa da profissão face a outras carreiras especiais da Função Pública.
A atratividade da carreira vinha a ser crescentemente afetada no "mercado" dos novos licenciados e isso foi tendo impacto na capacidade de recrutamento de pessoal para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Dizer que, a prazo, isso teria consequências na qualidade da prestação diplomática é algo que não me parece muito ousado.
O diploma agora concluído terá ainda um caminho institucional a percorrer, esperando que seja breve e não distorçor do que foi acordado. Não conhecendo os seus pormenores, para além do que foi divulgado na imprensa, só posso desejar que as soluções nele consagradas possam satisfazer os anseios da carreira e estejam à altura do empenhamento dos nossos diplomatas de poderem servir, de forma cada vez mais eficaz, os interesses de Portugal na ordem externa.
segunda-feira, julho 08, 2024
Assim como assim...
Não, não vi a entrevista à senhora procuradora-geral. Estive a ver um filme policial.
Jacques Toubon e o "Beaujolais nouveau"
Tempos
Ouvi agora, num debate político na televisão francesa, uma expressão magnífica: "Il est urgent d'attendre".
Quase me fez lembrar a frase de Saramago: "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo".
Ucrânia
Adjetivos qualificativos à parte, não deixa de ser interessante especular sobre qual será a lógica subjacente ao forte ataque russo de hoje a Kiev, nas vésperas de uma cimeira da NATO que terá a Ucrânia como principal ponto da agenda. Moscovo achará que assim verga apoios a Kiev?
Cheney
Este cavalheiro até pode ter razão no que diz - e provavelmente tem. Porém, nunca esquecerei que este cavalheiro é uma das figuras mais sinistras da história contemporânea dos EUA, um dos principais responsáveis pela tragédia no Iraque, fonte de um caos que ainda não terminou.
Macron
Para ajuda à reflexão, deixo a evolução dos resultados das formações que apoiam o presidente Macron nas sucessivas eleições legislativas em França:
2017 - 350 deputados
2022 - 245 deputados
2024 - 168 deputados
Biden
As constantes auto-avaliações otimistas que Joe Biden faz sobre o seu estado físico e psíquico não podem deixar de ser relativizadas, quanto à sua validade e rigor, pelo facto de se tratar de alguém sobre cujo estado físico e psíquico existem precisamente imensas e crescentes dúvidas.
Já agora!
Não sei como vai ser governada a França. Só sei quem o vier a fazer deve analisar, com muito cuidado, as razões que, apesar de tudo, ainda levaram tanta gente a votar na extrema-direita e procurar responder, com humildade democrática, a essas preocupações. A Le Pen fica "à coca!"
Uma coisa é uma coisa...
As reportagens televisivas feitas por estas horas em Paris deviam ter o cuidado de distinguir as manifestações de júbilo pela derrota da extrema-direita, como a que se passa na Place de la République, dos desacatos violentos feitos a coberto dessa noite de euforia.
O seu a seu dono
Há uma coisa que tem sido pouco dita - eu próprio erradamente não a referi, nas intervenções que fiz na CNN Portugal: muitos dos deputados macronistas e LR eleitos devem esse resultado à desistência dos candidatos de esquerda, imediatamente anunciada após a primeira volta.
O trigo e o joio
Uma das vigarices tradicionais da direita mediática é ligar os partidos de esquerda aos distúrbios, assaltos e atos de violência que, em França e não só, grupos de energúmenos levam a cabo em dias de mobilização popular.
A superioridade democrática
Os impasses que possam ser gerados pelo voto democrático são sempre preferíveis a soluções que radiquem em ideologias discriminatórias e anti-humanistas.
domingo, julho 07, 2024
Vive la France!
Em França, o reflexo republicano (convém ter presente que a expressão não tem necessariamente a mesma conotação que em Portugal, na nossa clássica oposição à monarquia) continua a ser um reflexo cívico muito honroso e prestigiante para o seu sistema democrático.
sábado, julho 06, 2024
Não morreu ninguém!
sexta-feira, julho 05, 2024
Ronaldo. A sério.
Agora muito a sério: não há um mínimo de cuidado na preservação da imagem e do prestígio dessa imensa figura do futebol mundial que se chama Cristiano Ronaldo?
Orbán
Todos sabemos que Orbán não é "flor que se cheire". (Erdogan também não era). Mas se acaso ele viesse a conseguir uma (improbabilíssima) ponte negocial entre Moscovo e Kiev, o que é que a União Europeia podia objetar? Afinal, a Ucrânia é ou não "dona" da sua guerra?
Estudem
As pessoas que passam o tempo a tecer loas aos sistemas eleitorais com círculos uninominais já alguma vez se interrogaram sobre a razão pelas quais há muitos países que têm outro modelo e não consideram mudá-lo? Serão menos democratas e mais estúpidos?
Hunt
Jeremy Hunt, ministro das Finanças britânico cessante: "Some Conservatives will wonder whether the scale of our crushing defeat is really justified, but when you lose the trust of the electorate, all that matters is to have the courage and humility to ask yourself why".
Chapeau!
A falta de um guarda-chuva (ou de um chapéu de chuva, em lisboês)
Afinal, deus não dorme...
O que é demais...
quinta-feira, julho 04, 2024
Peter Snow
Tem 86 anos e está reformado. Durante décadas, habituei-me as seguir as noites eleitorais no Reino Unido apresentadas por Peter Snow, primeiro na ITV, depois na BBC. Era uma figura alta que, por essas horas, usava o famoso "swingometer". Com gestos largos, mostrava-nos, de início sem os artefactos digitais dos dias de hoje, um ponteiro que evoluia numa parede, oscilando entre o vermelho e o azul, explicando como "tories" e "labour" subiam ou desciam.
É assim!
Roland Dumas
Uma opção
quarta-feira, julho 03, 2024
Orbán em Kiev
Extremos
Pode ver e ouvir aqui a minha conversa com Pedro Bello Moraes, sobre as eleições francesas:
Nela tive oportunidade de dizer que não me revejo minimamente na ideia de que a política francesa esteja polarizada entre a extrema-direita e a extrema-esquerda.
De facto, num dos polos está a extrema-direita, com a sua agenda excludente, xenófoba, em suma, sinistra, perante os valores da decência, europeus e humanistas.
Porém, do outro lado não está apenas uma agenda com atores extremistas - embora também esteja. Há por ali socialistas, ecologistas e até um Partido Comunista que, nos dias de hoje, tem como bandeira um programa sensato e nada radical. E, de caminho, lembrei que a esquerda foi responsável por muitos e bons anos de gestão governativa em França.
Mas disse mais: sublinhei, nessa conversa, que por muito que algumas das propostas da "esquerda da esquerda" me possam ser alheias, eu não equiparo nunca a extrema-direita à extrema-esquerda. Em França ou em Portugal.
A propósito, recordo um texto com mais de quatro anos, em que falo disto. Leiam-no aqui: https://duas-ou-tres.blogspot.com/2020/02/extremos.html
The final countdown
França
terça-feira, julho 02, 2024
Franco Charais, o MFA e o CDS
segunda-feira, julho 01, 2024
Ni-Ni
O vergonhoso "Ni-Ni" ("ni Rassemblement National, ni Nouveau Front Populaire") de Édouard Philippe e François Bayrou, que pode entregar o poder à extrema-direita, dá, uma vez mais, razão póstuma a Mitterrand: em França, "le centre n'est ni de gauche, ni de gauche"...
Pode?
O prémio da cretinice do dia vai para uns energúmenos, escondidos atrás da sua incultura, que andam hoje aí a insinuar que o Fausto, nas suas canções, fazia a apologia do colonialismo. É nestes dias que me surge a tentação da peça de Kark Valentin, "E não se pode exterminá-los?"
Simples
Para alguém da esquerda moderada, a chamada extrema-esquerda, tal como a direita democrática, são adversários políticos. A extrema-direita, pelo contrário, é, sempre, um inimigo. A diferença é abissal. As coisas são mais simples do que parecem.
Na morte do Fausto
Iliteracia eleitoral
Fausto
O fato claro era de quem tinha acabado de chegar de África, nesse final de 1968. O cabelo era standard para a época, com umas patilhas à maneira. Morreu agora. Morreu-nos a todos, à nossa geração. Lá se foi o Fausto, por esse rio acima.
A questão
Simples
Aviso à navegação
A rua
Não esquecer isto
Nestas horas de debate, a propósito das eleições francesas, sobre quem vai desistir a favor de quem parece esquecido o pequeno pormenor de que ninguém é proprietário do voto do eleitor. Os líderes podem aconselhar um sentido de voto, mas, à boca da urna, o cidadão votará sempre e só em que lhe der na real gana.
domingo, junho 30, 2024
Os eufemismos
Agora
A esquerda francesa devia apresentar, desde hoje, um nome para chefe do governo que, simultaneamente, pudesse federar as suas fações e surgir como aceitável por quantos, no centro e na direita, se disponham a usar o seu voto, na segunda volta, para derrotar a extrema-direita.
Tentação da prosa
Recordo-me que, quando Luís Castro Mendes iniciou as suas crónicas semanais no "Diário de Notícias", fiquei com alguma curiosidade em perceber o tom que ele iria escolher no fixar dessa sua nova aventura na escrita. Conhecia-lhe já a prosa, a sua limpidez, a riqueza vocabular, o fluir fácil e elegante do estilo, saído de alguém para quem a produção de textos constitui um óbvio ato de prazer. Logo ficou claro que, por opção própria, iam ser crónicas abertas, sem tema fixo, no pleno exercício da liberdade do autor, ao sabor dos estímulos da conjuntura e dos humores do dia. Enfim, no verdadeiro espírito das crónicas num jornal. Desde muito cedo, dei por mim a pensar: isto, daqui a uns tempos, pode vir a resultar num livro muito interessante. Não me enganei, ele aí está.
sábado, junho 29, 2024
Baryshnikov
Desde há muitos anos, e até há minutos, vivia na convicção de que Mikhail Baryshnikov, o famoso bailarino com nacionalidade americana e letã, tinha nascido no mesmo dia que eu. Ele em Riga, eu em Vila Real.
Entrevista à revista "Must"
Aque horas se costuma levantar? Em regra, tarde. Desde que saí da função pública, recusei todos os convites para atividades “from-nine-to-f...