Nas eleições francesas, como é de regra nos sistemas eleitorais em que há circunscrições uninominais, é eleito à primeira volta o candidato que tenha mais de 50% dos votos expressos.
No caso de nenhum candidato obter esse resultado, haverá obrigatoriamente uma segunda volta, que terá lugar no dia 7 de julho. Quem passa a essa segunda volta? Passam sempre os dois candidatos mais votados nessa circunscrição na primeira volta, independentemente do nível dos seus resultados. Mas pode passar também à segunda volta um terceiro (e, teoricamente, mesmo um quarto) nome. Em que condições?
É sobre isto que anda aí uma grande confusão. Desde há dias que, na imprensa, em rádios e canais televisivos, se repete a afirmação de que podem passar à segunda volta os candidatos que, na primeira volta, tenham obtido um mínimo de 12,5%. de votos.
É falso!
Para passar à segunda volta, um candidato tem de obter o voto de 12,5% DOS ELEITORES INSCRITOS nessa circunscrição eleitoral, NÃO 12,5 % DOS VOTOS EXPRESSOS. Ora isto faz uma imensa diferença, tendo em conta as abstenções. Por exemplo: se a abstenção, nessa circunscrição tiver sido de 50%, um candidato só passa à segunda volta se tiver obtido 25% dos votos expressos.
Como fazer passar esta mensagem?
3 comentários:
Ou seja, trata-se de um sistema muito próximo do britânico, que praticamente trucida os pequenos partidos.
Sem dúvida um sistema eleitoral bem mais refinado que o actual em Portugal. Claro que os actuais donos da bola não concordariam com a perda de poder....
-Por um lado é uninominal, gerantindo de esse modo o aparecimento de gerações de políticos genuínos, com nome próprio, e não apenas diligentes funcionários dos partidos.
-Por outro lado na primeira volta, os tais > 50% não deixam dúvidas sobre poder político.
-A terceira volta evita vencedores, no poder, com menos votos do que a soma de votos dos segundos mais os votos dos terceiros classificados. Governos sem poder, como agora em Portugal e à mercê da oposição....
Anónimo
A generalidade dos sistemas políticos uninominais tem sistemas de controle que garantem que a imensa maioria dos políticos não são genuínos.
Por exemplo, o financiamento das campanhas eleitorais pode depender dos partidos, que dessa forma adquirem poder sobre os candidatos.
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