Pode ver aqui: https://fb.watch/84fivWNeTe/
sexta-feira, setembro 17, 2021
“A Arte da Guerra”
Não foi assim
Em 31 de agosto último, uma cerimónia serena, congratulatória, teve lugar no aeroporto Hamid Karzai. As últimas tropas americanas abandonavam o Afeganistão.
quinta-feira, setembro 16, 2021
Religião
A síndroma de Corvelo
Foi há umas horas. Tinha acabado de jantar no restaurante da Casa Fernando Pessoa, convidado por um grupo de antigos Auditores de Defesa Nacional, que pretenderam ouvir-me e conversar sobre os equilíbrios geopolíticos contemporâneos. Foi uma agradável ocasião, com gente sabedora e interessada.
Saí pela noite de Campo de Ourique e decidi ir apanhar um táxi no Jardim da Parada. Podia ter regressado a casa a pé, a distância não era muita, mas ainda conservava uma memória, menos confortável, do que, há 48 horas, se tinha passado comigo no Porto. “Lessons learned”, como também se diz em linguagem militar.
Passei junto à esquina da Livraria Ler, olhei lá para dentro e reparei na mesa com livros. Lá estavam quatro exemplares, bem à vista, do meu livro “A Cidade Imaginária”, que a Biblioteca Municipal de Vila Real há dias publicou. Senti, no instante, uma espécie de “déjà vu”, mas não percebi bem o que era.
Fui caminhando para o táxi e, logo que entrado nele, saiu-me um sorriso que, creio, o motorista, no banco da frente, não terá notado. Eu estava a rir para mim mesmo, quase a rir-me de mim mesmo. De quê? De repente, lembrei-me do “flash” na minha paragem em frente à montra da Ler: era o Artur Corvelo!
Quem é o Artur Corvelo? É a figura central do romance “A Capital”, de Eça de Queiroz, em que há uma cena em que ele vai a uma livraria onde tinha colocado o seu livro de poemas “Esmaltes e Jóias”, folheia um exemplar, decide comprá-lo e pergunta, “com ar distraído”: “Tem-se vendido muito disto?”, para ouvir o empregado, indiferente, a responder: “É o primeiro”.
O Eça sempre surge nas esquinas da minha memória e da minha vida. Neste caso, justificadamente: esta quinta-feira, 16, antes de um jantar no Grémio Literário, eu e o meu colega Luís Filipe Castro Mendes vamos falar do nosso também antigo colega José Maria Eça de Queiroz, um homem grande na memória daquela casa. Ele tratará do diplomata que Eça de Queiroz foi, eu direi alguma coisa sobre o modo como escritor observa, na sua obra, os diplomatas e a diplomacia.
O Grémio fica situado numa rua paralela à da Livraria Férin. Depois do jantar, pode bem ser que passe por lá, para olhar a montra. Mas não, o meu livro não foi posto ali à venda. Nem sequer irei encontrar lá o “Esmaltes e Jóias”, uma obra bem conhecida mas que, curiosamente, nunca foi publicada.
Que mundo! Isto já não é o que era, essa é que é Eça!
quarta-feira, setembro 15, 2021
A descentralização e a demagogia
terça-feira, setembro 14, 2021
Pela noite do Porto
segunda-feira, setembro 13, 2021
Protocolo
Parece fácil, mas não é. Quase quatro décadas de vida diplomática ensinaram-me a “ler” melhor estas coisas. Montar, coordenar e dirigir, durante vários dias, a cerimónia das exéquias de uma figura de Estado é um trabalho que exige extrema sensibilidade, rigor e muito bom senso. Se alguma coisa tivesse falhado, se houvesse algum incidente ou um percalço inesperado, teria sido um “aqui d’el-rei”. Como tudo se passou exemplarmente, não é “notícia”.
Silêncio!
domingo, setembro 12, 2021
Meia dúzia de histórias com Jorge Sampaio - a livraria
2001. “Diferente, diferente, é uma livraria que conheço no Upper West Side! É próxima da universidade de Columbia e um bocado “esquerdalha” “, disse eu a Sampaio. Falava-se, naquele dia, da possibilidade de dar um “salto” a uma boa livraria.
Meia dúzia de histórias com Jorge Sampaio - o botão
1998 ou 1999. As cerimónias de entrega de credenciais dos embaixadores estrangeiros passam-se no palácio de Belém, numa grande sala adjacente ao gabinete oficial do presidente da República (digo "oficial" porque, na realidade, o presidente não trabalha nesse gabinete). Durante o ato protocolar, o chefe do Estado tem a seu lado, mas um pouco mais recuado, o ministro dos Negócios Estrangeiros (ou, na frequente impossibilidade deste, um qualquer secretário de Estado, ou mesmo o secretário-geral, do MNE). Quem, em qualquer governo, passou por essa função na cerimónia sabe que deve colocar-se "sobre uma rosa" que existe no desenho da carpete.
Meia dúzia de histórias com Jorge Sampaio - Budapeste
Meia dúzia de histórias com Jorge Sampaio - no Procópio
Não consigo precisar a conjugação de circunstâncias que proporcionaram a cena. Nem sequer o ano, que deve ter sido 1996 ou 1997.
Meia dúzia de histórias com Jorge Sampaio - Gdansk
1998. Uma das várias viagens internacionais que, em representação do governo, acompanhei Jorge Sampaio foi à Polónia. Era uma visita de Estado, com uma deslocação ao campo de extermínio de Auschwitz. Tinha estado anos antes nesse local que a História tornou trágico, mas Sampaio não o conhecia e, sabendo-se a sua propensão para a emoção, pode imaginar-se o seu estado na ocasião.
Meia dúzia de histórias com Jorge Sampaio - a reunião
“Esteve aí o senhor presidente, à sua procura, logo de manhã!”, disse-me. O “presidente”? O presidente da República era Mário Soares e não era minimamente plausível que ele viesse a minha casa. “Qual presidente?”, inquiri, surpreendido. “O presidente da Câmara, o Dr. Jorge Sampaio”.
Fez-se-me logo luz! Eu tinha combinado com Jorge Sampaio que ele viesse a minha casa à “nove e meia”. Só que não disse “da noite”, no pressuposto que ele estaria ciente de que as manhãs dos sábados eram sagradas para o meu sono. Sampaio entendeu que era “da manhã” e, britânico nos costumes, lá tinha estado a essa hora, pontualmente. Eu não tinha ouvido o toque da campainha. Telefonei-lhe, de imediato, rimo-nos do equívoco e, pelas “vinte e uma e trinta” desse mesmo dia, ali regressou ele, de novo.
Para quê? Para a primeira de várias reuniões que o já candidato à presidência da República queria ter sobre temas de política externa, para as quais tinha pedido que fosse mobilizado um grupo de diplomatas da sua confiança pessoal. Ali estavam Luís Castro Mendes, José Filipe Morais Cabral, José Freitas Ferraz e eu. A nós, se juntava Carlos Gaspar, professor universitário, que já tinha sido assessor de Mário Soares.
Sampaio tinha-nos dito que, para essas reuniões, não queria papéis, só ideias. O objetivo era poder ter connosco um “brainstorming” regular sobre as grandes questões internacionais, cruzando perspetivas, alvitrando cenários de possível evolução.
Ficou sempre muito claro que Jorge Sampaio estava bem atento ao mundo, que a nossa contribuição apenas podia servir para algum refrescamento de ideias, em particular sobre alguns dossiês mais específicos e técnicos. Não tenho presente quantas destas reuniões tiveram lugar, mas guardo-as numa muito boa memória.
sábado, setembro 11, 2021
A História está sem pressa
sexta-feira, setembro 10, 2021
Jorge Sampaio
quinta-feira, setembro 09, 2021
Sousa Tavares
FLAD
quarta-feira, setembro 08, 2021
“A Arte da Guerra”
‘A Arte da Guerra”
Nos meios audiovisuais do “Jornal Económico”, em “A Arte da Guerra”, falo esta semana com António Freitas de Sousa sobre os “leaks“ relativos aos “paraísos fiscais” que estão a agitar a sociedade política internacional, sobre as dificuldades algo inesperadas que Joe Biden está a encontrar no seio do Partido Democrático, sobre as tímidas aberturas democráticas no Qatar e a situação nos restantes Estados do Golfo Arábico, bem como a questão das provocações militares de Beijing ao regime de Taiwan, com análise ao peculiar estatuto internacional deste território.
Pode ver o programa aqui.
Adriano
Lembro-me muito bem da primeira aula a que assisti, tendo Adriano Moreira como professor. Foi em outubro de 1968, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (ISCSPU), de que Adriano Moreira era diretor. Caramba, foi já há 53 anos! E Adriano Moreira fez agora 99 anos.
terça-feira, setembro 07, 2021
segunda-feira, setembro 06, 2021
Um sete de setembro diferente
De amanhã a um ano, em 7 de setembro de 2022, passarão 200 anos desde que, como reza a História, o príncipe dom Pedro terá dado o chamado “grito do Ipiranga”, a proclamação da vontade de independência da colónia do Brasil, território que o pai, o rei dom João VI, tinha deixado ao seu cuidado depois de regressar definitivamente a Portugal.
domingo, setembro 05, 2021
sábado, setembro 04, 2021
Uma bela noite!
No estrado, as clássicas mesas e cadeiras do Café Excelsior onde estávamos sentados traziam o sabor a uma certa Vila Real mais antiga, que o “A Cidade Imaginária” modestamente pretende celebrar. Vitor Nogueira, diretor da Biblioteca Municipal de Vila Real, fez uma simpática e muito culta apresentação do livro, sob cuja chancela a publicação acontece. Na audiência, muitos amigos. Foi uma bela noite! E vão oito!
sexta-feira, setembro 03, 2021
“A Arte da Guerra”
Pode ver aqui: https://fb.watch/7NOdfTF9lA/
Três mil carateres
Foi muito simpático este convite. Deram-me liberdade para escrever sobre o que me apetecesse. O jornal, ao fazê-lo, estava longe de saber que sou um seu leitor, desde o primeiro número. Verdade seja que, de há uns tempos a esta parte, já só me apetece ler aquilo com que sei, de certeza segura, que não vou concordar. Ora o “Novo”, com uma frontalidade rara, traz sempre, nas suas colunas, muito daquilo que eu claramente não penso nem penso vir a pensar. Mais ainda: defende, quase sempre, precisamente o contrário daquilo que são as minhas ideias. E isso é valiosíssimo! Cada vez me convenço mais de que ler aquilo com que sei que vou estar de acordo é uma redundância comodista. Para pensar como eu penso, basto eu! O que hoje cada vez mais me interessa - e não estou a ironizar, podem crer - é o confronto de opiniões, a guerra das trincheiras, verbais ou tecladas. Há nisto um pouco de masoquismo? Seja, mas tem muito mais graça assim. Porém, vindo eu de outra “freguesia”, uma pergunta impõe-se: que diabo posso aqui trazer que leve o leitor médio do “Novo” a ler-me? É que já estou a imaginar a maioria dos que chegaram a esta página três do jornal a refilar: “Quem foi que teve a ideia de pôr aqui este tipo?”. Ora eu tenho a certeza de que quem me convidou sabia bem o que fazia. E não quero desiludi-lo. Surjo aqui na quota da diversidade a cujo luxo o jornal se dá. O “Novo” - honra lhe seja! - não nos leva ideologicamente ao engano, desde que abriu folhas. Por isso, pode permitir-se o gesto de fazer um convite como este que hoje me dirige. "Será que o tipo vai aqui defender o Costa e o quase unanimismo da missa laica algarvia?", alguém deve ter perguntado. "Não é muito o estilo dele", imagino que possa ter dito o Pedro Correia, o único da casa que convive heterodoxamente com este improvável escriba, embora lhe não adivinhe os humores. "Às tantas, vai falar dos talibãs e do Afeganistão, porque aquela é a praia dele, depois de décadas de croquetes nos claustros engravatados das Necessidades”, terá saído a alguém. Estive quase para o não desiludir, mas isto de ocupar um espaço nobre num jornal de direita e resistir à tentação de dar uma bicada na ala política mais triste, órfã e desesperada da pátria seria uma contenção excessiva para alguém como eu. Aproveitar um pretexto, e tenho tantos e tão bem artilhados, para dizer que "a culpa é do Passos!", é algo a que muito dificilmente resisto. Mas, espera aí!, há outras maneiras de levar a cabo uma flor de provocação: fazer aqui a discreta apologia de Rui Rio e, de caminho, deixar uns elogios a Marcelo. Assim, atiçaria a zizânia, matando dois (outros) coelhos de uma assentada. Mas não, não quero ser chato para a LapaNews, precisamente um nome que sugere o bairro em que vivo. Além disso, dizer bem deles só iria confirmar o que alguma direita há muito já pensa: Rui Rio é uma espécie de MDP-CDE do PS e o presidente já se bandeou com Costa (é não o conhecerem!). Mas, sendo as coisas o que são, então vou falar de quê, neste espaço que o “Novo” me concedeu? De nada! Já passei os três mil carateres que me tinham dado!
Francisco Pinto Balsemão
António Costa decidiu ontem homenagear Francisco Pinto Balsemão, por ocasião dos 40 anos dos governos que chefiou e dos 84 anos daquela que é a mais importante figura política viva da nossa democracia - e a luta de Balsemão pela liberdade começou bastante antes do 25 de Abril, note-se.
quinta-feira, setembro 02, 2021
Mikis Theodorakis
Um dia de novembro de 1977, numa escala no aeroporto de Benghazi, na Líbia de Kadhafi, o avião em que eu seguia, na rota de Tripoli para Atenas, ficou estacionado por quase uma hora. Ninguém sabia o que se passava.
A brigada do Júlio de Matos ataca de novo
Pronto! Lá começaram os maluquinhos do costume a criar uma teoria da conspiração sobre a coincidência temporal nos acidentes aéreos de hoje....