Marcelo Rebelo de Sousa pode ter todos os defeitos do mundo. Contudo, até pelo cuidado extremo com que sempre construiu o seu perfil como figura pública, não o vejo propenso a ações deliberadas de favorecimento de alguém. É o que sinceramente penso.
11 comentários:
J. Carvalho
disse...
Pensando bem, eu também penso o mesmo. Marcelo nada faria para “deliberadamente” favorecer quem quer que fosse com recurso a fundos públicos.
Nesta história, pelo que ouvi, há uma coisa que me intriga mais que outras: O que levou a Casa Civil da Presidência a enviar para o Gabinete do primeiro-ministro a carta do Hospital, sendo esta conclusiva quanto à não prestação do tratamento em causa?
De acordo. No entanto, o que disse ontem, já o deveria ter feito há um mês atrás, quando questionado, mas refugiou-se, no "não tenho ideia nenhuma". Não foi bonito.
Cavaco não precisava de favorecer "deliberadamente" ninguém. Bastava receber o email do filho e remetê-lo para um governo grato e sedento de agradar ao PR. Um sinal evidente do clima deletério de grande proximidade "afectiva" que se instalou entre o PR e o PM da altura. Sendo que este episódio vai ter naturalmente desenvolvimentos que a direita vai explorar, sobretudo a dita "infrequentável"
Sobre a “pessoa Marcelo Rebelo de Sousa” (não o PR) três depoimentos dos que estiveram ao seu lado ao longo dos tempos: - António Mega Ferreira, colega "desde sempre" (Liceu Pedro Nunes e Faculdade de Direito de Lisboa) que escreveu sobre ele no livro de curso do 7º ano dos Liceus o seguinte verso: "E eis-nos enfim chegados a esta promessa eminente, faz gaffes, faz disparates, anda sempre contente." - Pedro Feytor Pinto, Director de Informação de Marcello Caetano: “Marcelo Nuno sempre foi manipulador, muito inteligente, muito culto. Um criador de factos políticos. O grande objectivo dele é divertir-se. E diverte-se. Mas para quem tem memória histórica é profundamente irritante. Ele jantava todos os fins-de-semana em casa do professor Marcello Caetano, ajudava a escrever as "Conversas em Família". Depois vinha e dizia tudo ao contrário.” - Paulo Portas, no programa de Herman José “Parabéns”, emitido pela RTP a 4 de Dezembro de 1994), na sequência do episódio da sopa vichyssoise: “Deus deu-lhe a inteligência e o Diabo deu-lhe a maldade”. - “Gente”, coluna da sua autoria no “Expresso” de 5/09/1978 “O Balsemão é lelé da cuca”, justificando-se de que essa teria sido uma forma de testar os revisores daquele semanário, para depois Marcelo lhe pedir desculpa a Balsemão, que o via como um pai” (José António Saraiva no seu livro “Confissões de um Director de Jornal”). Depois deste perfil de personalidade, querem que eu acredite que o PR-Marcelo não teve nada a ver com o pedido do filho, perdão, do Dr. Nuno Rebelo de Sousa, sobre o tratamento preferencial dado às gémeas luso-brasileiras? Acredita quem quiser!
Somos pobres, verdadeira e absolutamente- quer no que toca a bens materiais, quer no que concerne a cultura cívica. No país das "cunhas", há pessoas que nem sequer precisam meter cunha : os "subalternos" pressurosos gostam de bajular os chefes ou quem eles pensam ser "importantes". E assim, basta o nome....e os canais ficam logo oleados.
Talvez por isso os serviço nacional de saúde está como está : acredito que nenhum dos nossos governantes, nenhum dos nossos deputados, nenhum dos nossos "famosos" e até nenhum dos nossos médicos alguma vez teve que recorrer a um serviço de urgências na qualidade de cidadão anónimo.
Sobre essa quase certeza do Sr. Embaixador só me ocorre o Sinhozinho Malta: "Não me digue nada, eu não sei de nada, eu não (ou)vi nada, não me digue nada".
Entre outros traços de carácter, aqui bem assinalados, acrescentaria um: quando não brinca -com ele e com os outros-, quando muito ocasionalmente entra no sério, reveste-se de uma generosidade quiça, por vezes, difícl de controlar. Um dia destes, quando deixar de ser Sua Exa o PR, talvez nos diga se sabia, ou não sabia, que tal generosa ingenuidade teria um preço > que 4 M. de €uros debitável ao contribuinte pelo SNS e cuja efectividade clínica ainda é discutível. Se não sabia, o que é provável, deixem o homem em paz. Afinal "são rosas, Senhor, são rosas".
11 comentários:
Pensando bem, eu também penso o mesmo. Marcelo nada faria para “deliberadamente” favorecer quem quer que fosse com recurso a fundos públicos.
Nesta história, pelo que ouvi, há uma coisa que me intriga mais que outras: O que levou a Casa Civil da Presidência a enviar para o Gabinete do primeiro-ministro a carta do Hospital, sendo esta conclusiva quanto à não prestação do tratamento em causa?
De acordo. No entanto, o que disse ontem, já o deveria ter feito há um mês atrás, quando questionado, mas refugiou-se, no "não tenho ideia nenhuma". Não foi bonito.
Cavaco não precisava de favorecer "deliberadamente" ninguém. Bastava receber o email do filho e remetê-lo para um governo grato e sedento de agradar ao PR. Um sinal evidente do clima deletério de grande proximidade "afectiva" que se instalou entre o PR e o PM da altura. Sendo que este episódio vai ter naturalmente desenvolvimentos que a direita vai explorar, sobretudo a dita "infrequentável"
Totalmente de acordo com o nosso amigo Tony, não foi bonito e, diría mesmo mais, foi inútil e de muito pouco bom senso.
Quanto ao Unknown também estou de acordo desde que se admita que ele se enganou na personagem.
Sobre a “pessoa Marcelo Rebelo de Sousa” (não o PR) três depoimentos dos que estiveram ao seu lado ao longo dos tempos:
- António Mega Ferreira, colega "desde sempre" (Liceu Pedro Nunes e Faculdade de Direito de Lisboa) que escreveu sobre ele no livro de curso do 7º ano dos Liceus o seguinte verso:
"E eis-nos enfim chegados
a esta promessa eminente,
faz gaffes, faz disparates,
anda sempre contente."
- Pedro Feytor Pinto, Director de Informação de Marcello Caetano:
“Marcelo Nuno sempre foi manipulador, muito inteligente, muito culto. Um criador de factos políticos. O grande objectivo dele é divertir-se. E diverte-se. Mas para quem tem memória histórica é profundamente irritante. Ele jantava todos os fins-de-semana em casa do professor Marcello Caetano, ajudava a escrever as "Conversas em Família". Depois vinha e dizia tudo ao contrário.”
- Paulo Portas, no programa de Herman José “Parabéns”, emitido pela RTP a 4 de Dezembro de 1994), na sequência do episódio da sopa vichyssoise:
“Deus deu-lhe a inteligência e o Diabo deu-lhe a maldade”.
- “Gente”, coluna da sua autoria no “Expresso” de 5/09/1978
“O Balsemão é lelé da cuca”, justificando-se de que essa teria sido uma forma de testar os revisores daquele semanário, para depois Marcelo lhe pedir desculpa a Balsemão, que o via como um pai” (José António Saraiva no seu livro “Confissões de um Director de Jornal”).
Depois deste perfil de personalidade, querem que eu acredite que o PR-Marcelo não teve nada a ver com o pedido do filho, perdão, do Dr. Nuno Rebelo de Sousa, sobre o tratamento preferencial dado às gémeas luso-brasileiras?
Acredita quem quiser!
Somos pobres, verdadeira e absolutamente- quer no que toca a bens materiais, quer no que concerne a cultura cívica.
No país das "cunhas", há pessoas que nem sequer precisam meter cunha : os "subalternos" pressurosos gostam de bajular os chefes ou quem eles pensam ser "importantes". E assim, basta o nome....e os canais ficam logo oleados.
Talvez por isso os serviço nacional de saúde está como está : acredito que nenhum dos nossos governantes, nenhum dos nossos deputados, nenhum dos nossos "famosos" e até nenhum dos nossos médicos alguma vez teve que recorrer a um serviço de urgências na qualidade de cidadão anónimo.
O Celinho andou este tempo todo a inventariar o que poderia haver por aí escrito e depois escolheu a sua trincheira.
-Não há papel que me comprometa!
Sobre essa quase certeza do Sr. Embaixador só me ocorre o Sinhozinho Malta: "Não me digue nada, eu não sei de nada, eu não (ou)vi nada, não me digue nada".
Entre outros traços de carácter, aqui bem assinalados, acrescentaria um: quando não brinca -com ele e com os outros-, quando muito ocasionalmente entra no sério, reveste-se de uma generosidade quiça, por vezes, difícl de controlar.
Um dia destes, quando deixar de ser Sua Exa o PR, talvez nos diga se sabia, ou não sabia, que tal generosa ingenuidade teria um preço > que 4 M. de €uros debitável ao contribuinte pelo SNS e cuja efectividade clínica ainda é discutível.
Se não sabia, o que é provável, deixem o homem em paz. Afinal "são rosas, Senhor, são rosas".
Posso hoje confirmar que "afcm" fez o comentário mais certeiro.
Carlos Antunes no seu comentário diz-nos muito sobre a pessoa - como ele sublinha - que ocupa, temporariamente, o palácio de Belém.
Para o ramalhete ficar completo, só faltou mencionar as Memórias de Francisco Pinto Balsemão.
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