Quase às três da manhã não a quero deixar sem um "novo" comentário.
Apraz-me assim informar que também não entendi bem. Mas imagino que ande por aí alguém a querer discutir qual é a cidade do mundo com a luz mais bonita. Ora não há dúvidas (eu não tenho!) de que seja Lisboa e que, de facto, tinham que juntar 3 ou 4 noutras paragens para a troca (como com os cromos raros).
Portanto indiquei onde fica o edifício fotografado com este maravilhoso céu azul por trás, numa fotografia de fim de tarde.
Conhecendo a posição do edifício, bem virado a sul, dominando toda a Av. Almirante Reis, é fácil ver que é fim de tarde, não porque do lado da Av. Gago Coutinho esteja todo à sombra mas mais porque as “molduras” das janelas estão todas à sombra do lado poente (e até parte dos vidros).
Ainda esta manhã lá passei a pé, estava o céu limpo mas é aos fins de tarde que mais bonito se torna. Pouco entusiasmado com levar o carro para a Av. Roma e depois ainda querer ir à Baixa, apanhei um autocarro (quase vazio às 11.30), fiz a Av. João XXI a pé, tratei do que tinha a tratar, voltei ali para apanhar o Metro para a Baixa, onde almocei num restaurante também quase vazio (naquele só lá se vêem portugueses).
O Metro dali para a Baixa é a tal linha multinacional e multicultural que aqui foi falada há tempos, onde o fato e gravata demonstram alguma excentricidade, viajo nela quase todas as semanas uma vez. Pois devo dizer que um blusão Quebramar e um chapéu de feltro (ambos bem respeitáveis) não me deixaram também particularmente bem visto.
Há um lado curioso nisto. A linha é multicultural porque serve várias zonas habitadas por imigrantes, mas é também multinacional porque na Alameda cruza com a linha vermelha que serve o aeroporto, estação onde entra e sai muita gente indo para ou vindo de lá. E é precisamente destes turistas que por ali passam que vêm os olhares de esguelha para as farpelas mais cuidadas, o que não me espanta tendo em conta os “accoutrements” com que se apresentam em viagem.
ZAVENTEM, NONANTE ET REQUINS (ver nota final) Este texto é muito vagamente inspirado na leitura de um texto de um livro de bolso que alguns de nós andarão a ler.
Já aqui contei que há mais de uns 30 anitos fui parar a uma comissão da CEE em representação da área da indústria nacional onde na altura estava. Portanto todos os meses ou mês sim mês não lá ía até Bruxelas. Já não ía para aqueles lados há uns bons tempos e tinha sido avisado para escolher sempre os táxis da Autolux, uma empresa com bons carros e educados motoristas, para evitar sempre os outros. Tendo apresentado a questão dos outros taxistas a um motorista que me levou ao hotel de uma das vezes, diz-me ele “Monsieur, ce sont des requins”. E mais não disse, educado e cuidadoso.
Ora houve uma vez em que, já não me lembro porquê, tive que apanhar um táxi de um “requin”. Entrei e, em vez de arrancar e me levar onde eu pedia, o sujeito meteu mais 3 pessoas, que eu obviamente não conhecia nem se conheciam entre elas. E então começou a dar umas voltas esquisitas, respondendo de maus modos às chamadas de atenção minha e de outro, indo deixar o 1º a saír neste percurso e cobrando-lhe o que marcava o taxímetro desde o aeroporto. Aí já eu ía desconfiado do que vinha a seguir, foi-me deixar e toca de cobrar o que dizia o taxímetro (desde o aeroporto, claro), a discussão era inútil por falta de provas e testemunhas compreensivas, já na altura ninguém queria chatices e os outros passageiros empurravam-me porta fora. Terá assim feito o mesmo com os dois seguintes (que já deviam saber mais que eu) e eu nunca mais caí naquela (caí noutras, todos caímos).
Essa ida lá não ficou por aqui. Eu tinha o hábito de ficar pela zona da Place Brouckère, com uma razoável escolha de restaurantes por ali e a FNAC a dois passos (ainda não havia cá). Dessa vez fui parar já não me lembro onde mas o quarto tinha uma excelente vista. Felizmente já eram horas de jantar e não desfiz a pequena mala para duas noites. Quando voltei do jantar fui recolher a chave à recepção e deram-ma (repito: deram-me a minha chave). Chegado ao quarto e metido a chave à porta salta-me de lá um senhor de aspecto árabe muito excitado com a minha tentativa de intrusão no quarto “dele”. Quando vou à recepção lá me dizem que tinha havido um engano e lá me deram outro quarto com uma magnifica vista para um pátio das traseiras, como àquela hora já não ia procurar outro hotel porque aquele até já ia pago de cá, assim ficámos. O “engano” deve ter sido o do costume, o senhor devia ser um cliente daqueles a quem não podiam dizer que não e queria ter boa vista. No dia seguinte quis pagar 2 garrafitas de whisky daquelas de 50 ml e um filme pago, que não senhor, que era o que faltava, que pediam muita desculpa pelos incómodos e me esperavam ver de volta. É o vês!
Nota final- ZAVENTEM é o nome do Aeroporto de Bruxelas, “nonante” é o número 90 por lá (e não tanto o “quatre-vingt”) e “requins” é tubarões.
Manuel Campos Achei graça e desconhecia o termo em francesa "accoutrements". Antigamente as pessoas que viajavam de avião iam todas bem vestidas. Eu pessoalmente em 1979 quando fui para a Venezuela mandei fazer um vestido chic que depois serviu para apresentações mais cuidadas. Agora o turismo de mochila às costas é o que vê. "Nem tanto ao mar nem tanto á terra".
Cada vez que vamos os dois aí passar uns bons dias ao nosso "algures" (e vamos todos os meses) gastamos mais na viagem do que se fôssemos a Paris ou Londres...
11 comentários:
Praça Francisco Sá Carneiro nº8, 1000-159 Lisboa
Não entendi e estive á espera por novos comentários.
Flor
Quase às três da manhã não a quero deixar sem um "novo" comentário.
Apraz-me assim informar que também não entendi bem.
Mas imagino que ande por aí alguém a querer discutir qual é a cidade do mundo com a luz mais bonita.
Ora não há dúvidas (eu não tenho!) de que seja Lisboa e que, de facto, tinham que juntar 3 ou 4 noutras paragens para a troca (como com os cromos raros).
Portanto indiquei onde fica o edifício fotografado com este maravilhoso céu azul por trás, numa fotografia de fim de tarde.
É caso para dizer que a Flor anda às escuras. Nada de novo mas ainda acaba por murchar...
Obrigada Manuel Campos. Poderá ser mas... espero pela informação do sr. Embaixador. Estou intrigada.
Conhecendo a posição do edifício, bem virado a sul, dominando toda a Av. Almirante Reis, é fácil ver que é fim de tarde, não porque do lado da Av. Gago Coutinho esteja todo à sombra mas mais porque as “molduras” das janelas estão todas à sombra do lado poente (e até parte dos vidros).
Ainda esta manhã lá passei a pé, estava o céu limpo mas é aos fins de tarde que mais bonito se torna.
Pouco entusiasmado com levar o carro para a Av. Roma e depois ainda querer ir à Baixa, apanhei um autocarro (quase vazio às 11.30), fiz a Av. João XXI a pé, tratei do que tinha a tratar, voltei ali para apanhar o Metro para a Baixa, onde almocei num restaurante também quase vazio (naquele só lá se vêem portugueses).
O Metro dali para a Baixa é a tal linha multinacional e multicultural que aqui foi falada há tempos, onde o fato e gravata demonstram alguma excentricidade, viajo nela quase todas as semanas uma vez.
Pois devo dizer que um blusão Quebramar e um chapéu de feltro (ambos bem respeitáveis) não me deixaram também particularmente bem visto.
Há um lado curioso nisto.
A linha é multicultural porque serve várias zonas habitadas por imigrantes, mas é também multinacional porque na Alameda cruza com a linha vermelha que serve o aeroporto, estação onde entra e sai muita gente indo para ou vindo de lá.
E é precisamente destes turistas que por ali passam que vêm os olhares de esguelha para as farpelas mais cuidadas, o que não me espanta tendo em conta os “accoutrements” com que se apresentam em viagem.
Vai aqui, com as minhas desculpas.
ZAVENTEM, NONANTE ET REQUINS (ver nota final)
Este texto é muito vagamente inspirado na leitura de um texto de um livro de bolso que alguns de nós andarão a ler.
Já aqui contei que há mais de uns 30 anitos fui parar a uma comissão da CEE em representação da área da indústria nacional onde na altura estava.
Portanto todos os meses ou mês sim mês não lá ía até Bruxelas.
Já não ía para aqueles lados há uns bons tempos e tinha sido avisado para escolher sempre os táxis da Autolux, uma empresa com bons carros e educados motoristas, para evitar sempre os outros.
Tendo apresentado a questão dos outros taxistas a um motorista que me levou ao hotel de uma das vezes, diz-me ele “Monsieur, ce sont des requins”.
E mais não disse, educado e cuidadoso.
Ora houve uma vez em que, já não me lembro porquê, tive que apanhar um táxi de um “requin”.
Entrei e, em vez de arrancar e me levar onde eu pedia, o sujeito meteu mais 3 pessoas, que eu obviamente não conhecia nem se conheciam entre elas.
E então começou a dar umas voltas esquisitas, respondendo de maus modos às chamadas de atenção minha e de outro, indo deixar o 1º a saír neste percurso e cobrando-lhe o que marcava o taxímetro desde o aeroporto.
Aí já eu ía desconfiado do que vinha a seguir, foi-me deixar e toca de cobrar o que dizia o taxímetro (desde o aeroporto, claro), a discussão era inútil por falta de provas e testemunhas compreensivas, já na altura ninguém queria chatices e os outros passageiros empurravam-me porta fora.
Terá assim feito o mesmo com os dois seguintes (que já deviam saber mais que eu) e eu nunca mais caí naquela (caí noutras, todos caímos).
Essa ida lá não ficou por aqui.
Eu tinha o hábito de ficar pela zona da Place Brouckère, com uma razoável escolha de restaurantes por ali e a FNAC a dois passos (ainda não havia cá).
Dessa vez fui parar já não me lembro onde mas o quarto tinha uma excelente vista.
Felizmente já eram horas de jantar e não desfiz a pequena mala para duas noites.
Quando voltei do jantar fui recolher a chave à recepção e deram-ma (repito: deram-me a minha chave).
Chegado ao quarto e metido a chave à porta salta-me de lá um senhor de aspecto árabe muito excitado com a minha tentativa de intrusão no quarto “dele”.
Quando vou à recepção lá me dizem que tinha havido um engano e lá me deram outro quarto com uma magnifica vista para um pátio das traseiras, como àquela hora já não ia procurar outro hotel porque aquele até já ia pago de cá, assim ficámos.
O “engano” deve ter sido o do costume, o senhor devia ser um cliente daqueles a quem não podiam dizer que não e queria ter boa vista.
No dia seguinte quis pagar 2 garrafitas de whisky daquelas de 50 ml e um filme pago, que não senhor, que era o que faltava, que pediam muita desculpa pelos incómodos e me esperavam ver de volta.
É o vês!
Nota final- ZAVENTEM é o nome do Aeroporto de Bruxelas, “nonante” é o número 90 por lá (e não tanto o “quatre-vingt”) e “requins” é tubarões.
Já agora.
O nome do aeroporto é Zaventem porque fica no município de Zaventem, um pouco como era o caso cá com Portela.
Manuel Campos
Achei graça e desconhecia o termo em francesa "accoutrements". Antigamente as pessoas que viajavam de avião iam todas bem vestidas. Eu pessoalmente em 1979 quando fui para a Venezuela mandei fazer um vestido chic que depois serviu para apresentações mais cuidadas. Agora o turismo de mochila às costas é o que vê. "Nem tanto ao mar nem tanto á terra".
Estranho!! Entrei na página de Facebook do sr. Embaixador e contrariamente ao que costuma acontecer, este post não foi partilhado ali. Mistério!!
Flor
Cada vez que vamos os dois aí passar uns bons dias ao nosso "algures" (e vamos todos os meses) gastamos mais na viagem do que se fôssemos a Paris ou Londres...
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