domingo, dezembro 10, 2023

Que diabo de fama!


A senhora olhou para mim, com um sorriso, à entrada para o edifício da estação ferroviária das Devesas, em Vila Nova de Gaia, onde, há pouco, fui apanhar o Alfa para Lisboa. E disse: "Logo à noite, saberemos onde foi almoçar". E continuou a sorrir.

Creio ter respondido: "Desculpe, mas não percebi o que quis dizer com isso..." Ela esclareceu que iria saber isso pelas redes sociais, onde eu deixava "sempre" nota das minhas almoçaradas e jantaradas. Na realidade, nem sempre é assim, ou melhor, era só o que faltava que eu fizesse por aqui uma espécie de diário das minhas amesendações! Mas, por vezes, acontece. 

Retorqui então à senhora, satisfazendo a sua curiosidade: "Fui almoçar ao "Terra", na Foz, e comi muito bem". Fiquei por aqui e sorri de volta. Mas podia ter-lhe dito que, na véspera, jantara no "Solar Moinho de Vento", também no Porto. E igualmente bem. 

Por vezes, gosto de assinalar aqui onde comi bem. Os bons profissionais que nos servem merecem que o seu trabalho seja destacado. E acho que é, de certo modo, um "serviço público" ajudar quem faz o favor de seguir estes textos a ter boas surpresas quando decide visitar restaurantes.

Pelo contrário, não me apetece, em regra, escrever sobre restaurantes que me não agradaram, porque não quero correr o risco de, com um comentário impressionista, poder estar a afetar um negócio, bem como os empregos e rendimentos de famílias dele dependentes. É que "um dia não são dias" e o facto de as coisas poderem ter corrido menos bem durante uma minha visita não significa necessariamente que seja esse o dia a dia dessas casas. Com exceção de casos limite, de más educações ou de falta ostensiva de profissionalismo, arquivo essas más experiências na "gaveta" das memórias negativas. 

E pronto! Aqui ficaram duas brevíssimas notas sobre outras tantas casas que visitei, ontem e hoje, e de onde saí satisfeito. Alguns perguntarão: Só isso? Nem uma nota sobre os pratos, sobre os preços? Não, hoje vai ser assim. É que, neste espaço, ao contrário dos restaurantes, as coisas não são "à vontade do freguês", desculpem lá! É como "me dá na veneta", uma outra bela expressão clássica que agora me ocorreu.


3 comentários:

manuel campos disse...


As coisas já foram mais "à vontade do freguês" nos restaurantes.

Tem dias e sítios, é como lhes "dá na veneta"

António Barata disse...

Caro Embaixador, para dar outro colorido ao título, dever-se-á acrescentar que também tem o proveito! E que mantenha ambos por muitos anos.

Flor disse...

É costume dizer "Cada um come do que gosta" e a senhora que o interpelou não conhecia a principal prestação que são os debates políticos mas sim os restaurantes onde se come bem.

Entrevista à revista "Must"

Aque horas se costuma levantar?  Em regra, tarde. Desde que saí da função pública, recusei todos os convites para atividades “from-nine-to-f...