sexta-feira, dezembro 29, 2023

Bicho raro

Fui, desde a adolescência, um viciado em notícias, em jornais e revistas. Nos últimos anos, deixei parte (só parte) do papel e ando muito, talvez demasiado, por estes écrans da internet (iPad e iPhone, larguei por completo os laptop e já dei conta que desperdicei dinheiro num Mac que nunca abro). Criei uma rede forte e segura de consulta para me informar sobre os temas internacionais que tenho de comentar na televisão. Pago assinaturas, gasto cada vez mais dinheiro para obter a informação que me interessa. Julgo saber o suficiente "da poda" das notícias para não correr o risco de ser vítima das "fake news", mas isso dá-me uma constante trabalheira de "check and re-check". Perco assim muito tempo por aqui, leio menos livros, quase não ouço rádio, há três anos que deixei de ver, por completo, os telejornais dos canais clássicos. Dos restantes, olho um pouco a "minha" CNN, e nem sempre, quase só em zapping. Não assisto a nenhuns programas de debate (salvo se me chamarem a atenção para alguma coisa imperdível), seleciono os escassíssimos comentaristas que vejo e oiço. Às vezes, perante os meus amigos, faço figura de real ignorante relativamente a coisas que todos sabem, que todos viram, que todos ouviram, a pessoas de quem se fala. Ridicularizaram-me quando, há meses, perguntei o que era essa coisa dos Coldplay. Até há duas semanas, nunca tinha ouvido a voz de Taylor Swift, figura a que achava graça por outros motivos. Reconheço que sou um "bicho raro" no mundo da comunicação, mas sinto-me bem assim.

5 comentários:

jj.amarante disse...

Temos alguns pontos em comum, dos Coldplay sei que os bilhetes para os concertos do ano que vem (ou terá sido este ano?) em Portugal esgotaram muito depressa, ouço falar dessa Taylor Swift, já ouvi falar da Lady Gaga e da Shakira mas a propósito duma notícia do New York Times duma estátua que lhe fizeram em Barranquilla na Colômbia, fui ver a estátua, onde era a cidade no Google Maps e depois este video "Hips Don't Lie" que me impressionou e recomendo: https://www.youtube.com/watch?v=DUT5rEU6pqM, diz que põe os homens a querer falar em espanhol.

manuel campos disse...


Não vejo TV há um pouco mais de 30 anos, no sentido de estar ali sentado em frente dela à espera de algo ou a acompanhar em directo algo.
E quando digo isto a alguém que me conheça mal vem o inevitável “Nem os telejornais?”, ao que respondo sempre “Muito em especial nunca os telejornais”.
De seguida levo com o “Então se não vês como é que andas informado?” ao que levam com o “É precisamente por não os ver que ando informado”.

Claro que quando me chamam a atenção para este ou aquele programa (e essa chamada vem de alguém “credível” para mim), lá vou a horas mortas procurar para trás o programa e vejo-o, saltando intervalos e anúncios, às 3 da tarde ou às 3 da manhã (como aliàs já aqui contei).
Minha mulher, mais atenta às programações ainda que nunca viciada, lá me vai falando disto e daquilo, que grava cheia de boa vontade, a maior parte das vezes vejo pois se há alguém que sabe o que está a aconselhar-me é ela.

Como almoço fora todos os dias da semana, muitas vezes estou só e é onde calha, muitas vezes em sítios que têm TV sem som (fundamental), olho para os ecrãs e só confirma o bom senso de nunca ver telejornais (digo ecrãs porque muitos locais já têm dois, um em cada ponta, assim toda a gente está servida e não há discussões sobre lugares com melhor “vista”).

Portanto faço também o meu "check and re-check" sem telejornais (nestes não é possível fazê-lo, dizem todos quase o mesmo e, não bastando, repetem-no à exaustão durante o dia, ao que me contam).
Bem o compreendo assim na procura da melhor e mais honesta informação possível, único modo de granjear o respeito que lhe têem mesmo os que discordam de si sempre (eu também vou discordando aqui ou ali).

Os Coldplay sei quem são, a Taylor Swift não sei nem quero saber, já ouvi falar e até tive a última revista do Expresso com ela na capa toda esta semana ali num dos gabinetes de leitura aqui de casa e de quase todas as casas (a casa de banho).
Um melómano compulsivo e coleccionador inveterado não vai em modas antes de elas deixarem de o ser e passarem a algo mais sério, às vezes demora uns bons anos.

manuel campos disse...


Hoje ao fim da manhã desci da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (aka Museu de Artes Decorativas) ali no Largo das Portas do Sol até à Baixa para aproveitar o último dia calmo.
Pois qual quê!

A bagunça estava instalada de novo, hoje já com os turistas estrangeiros que, despachado o Natal em família vieram cá para o Ano Novo, os nacionais em férias ou tolerâncias de ponto variadas, a Rua do Ouro completamente engarrafada de uma ponta à outra e com um ambiente festivo próprio da época à base de buzinadelas estridentes e impropérios à escolha.
Lá fiz o percurso habitual, descer a Rua Garrett, parar na Rua Anchieta (de onde trouxe mais umas coisas e recebi outro bónus), ir ao imperdível WC que se sabe, desta vez sem fila de senhoras nenhuma, nada como a época de saldos para fazer adiar todas as mais básicas necessidades fisiológicas.

Já ontem, dia de ír ali para os lados de S. Sebastião, o nosso neto “mais próximo de nós" resolveu lá ir almoçar connosco pois teve uns dias de férias (bem precisa delas).
Atirámo-nos assim os dois a um “buffet” de concentrado de colesterol, perdão, de porco ibérico (bochechas, lombinhos, secretos, barriga, pernil, migas de espargos, grelos, arroz, etc), eu ainda fui buscar uma 2ª volta e ele uma 2ª e uma 3ª volta.

Os saldos lá ficaram, quando um casaco dos bons, com 50% de desconto, ainda fica a custar o mesmo que um esquentador bom do último modelo (comprei agora um), deixo de perceber qual é a ideia, defeito meu decerto.

manuel campos disse...


Em tempo.
Muito bem, voltas atrás, mas como é que fazias antes de isso ser possível?
Pois gravávamos os programas pelos meios convencionais, está bem de ver, ainda há pouco tempo deitei no ecoponto pilhas de cassettes VHS usadas para esse efeito.

Flor disse...

Eu ouço televisão. Há quem ouça rádio! Está sempre sintonizada em um canal de notícias. A umas dou atenção a outras nem por isso. Vejo com gosto programas de animais selvagens. Aprecio imenso ver os espaços de publicidade com os quais me divirto imenso e solto umas belas gargalhadas.

"Quem quer regueifas?"

Sou de um tempo em que, à beira da estrada antiga entre o Porto e Vila Real, havia umas senhoras a vender regueifas. Aquele pão também era p...