O país fixou-o desde 1975, quando constituiu, com Joaquim Letria, a dupla de jornalistas que orientou o mais célebre debate do mundo mediático português, entre Mário Soares e Álvaro Cunhal, durante o qual o líder comunista retorquiu com o hoje clássico "Olhe que não! Olhe que não!".
Um dia, lá por 1988, para minha surpresa, fui dar com o José Carlos em Argel, onde dirigia a delegação do então ICEP. Depois, com ambos andando por lugares de vida diversos, ia-o encontrando a espaços, muitas vezes em noites no Procópio, em belas conversas que tinham o Nuno como maestro.
Católico "progressista", tinha assinado o famoso manifesto "dos 101", documento-chave na mobilização do catolicismo anti-salazarista. Em 1969, esteve na lista lisboeta da CEUD, como candidato a deputado. Depois, foi com Jorge Sampaio para a Câmara de Lisboa, trabalhou na Lisboa - Capital europeia da Cultura e teve várias outras funções públicas e privadas, onde a sua seriedade e competência foram uma sua imagem constante de marca.
Pronto! Mais um que parte!
9 comentários:
Que em Paz descanse.
se me permite, não é só mais um.
Podia referir algum que cá continue. Aquele rapaz cheio de ânimo, Afonso, um moço todo bem posto de Guimarães, o pai era franciú e a mãe galega, onde é que anda?
Os que deveriam ser eternos partem sempre cedo.
Estará já em bom lugar.
4 dias sem posts, julgo que é inédito nos muitos anos deste blog. Desejo que esteja tudo bem.
4 dias sem posts, julgo que é inédito nos muitos anos deste blog. Desejo que esteja tudo bem.
Muita coisa para fazer. Logo "recuperarei"...
É urgente que regresse depois de a TVI/CNN ter contratado o pior comentador do mundo, tantos são os disparates e tantas as confusões, em matéria de política internacional.
Trabalhei com o José Carlos Megre quando nos longínquos anos 80 do século passado, este na qualidade de Administrador do grupo Lusoceram (então um empreendimento criado pela família Megre, hoje pertencente a um grupo internacional) me incumbiu de organizar, em regime de consultoria, os serviços administrativos e de pessoal da fábrica no Outeiro da Cabeça (Torres Vedras). Finda a incumbência, os nossos destinos, salvo em encontros ocasionais, nunca mais se voltaram a cruzar!
Mas desse tempo, ficou-me dele sempre a ideia de um líder com uma elevada competência e capacidade de influenciar/inspirar as pessoas para a realização dos objectivos pretendidos, neste caso, no ambiente organizacional de uma empresa. Mas também de alguém com uma grande capacidade de relacionamento pessoal - aquela voz alta, grave e impressiva (que podia impressionar quem não o conhecesse) escondia a sua imensa capacidade de ouvir e dialogar com os demais.
Mais um dos que ajudaram, antes e pós-25 de Abril, a construir o Portugal democrático.
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