Fomos muitos, mesmo muitos, os que ontem encheram, a transbordar, uma grande sala do Centro Cultural de Belém, na apresentação do livro de memórias de Eduardo Ferro Rodrigues. Foi um grande momento afetivo, bem patente em todas as intervenções, a começar na do autor até à peça que encerrou a sessão, uma deliciosa fala de Marcelo Rebelo de Sousa. Foram ditas muitas e muito justas coisas sobre o Eduardo, o "Fefé", como muitos lhe chamam, desde há décadas. Saí - julgo que saímos todos - muito satisfeito daquela que, a pretexto de um livro, acabou por ser uma bela homenagem a um querido amigo, um grande cidadão da nossa República.
12 comentários:
Desculpe a discordância. Admito que seja um querido amigo (em Portugal cultivamos muito a amizade, com prejuízo da frontalidade) mas duvido que tenha sido um grande cidadão da nossa República. Desempenhou cargos importantes mas neste último sobrelevou a sua falta de imparcialidade, o que não é de louvar. Aliás, a parcialidade é tanta que até confessou que se demitiu de Presidente da AR por ser contra o fim da geringonça. De arrepiar.
Unknown
neste último sobrelevou a sua falta de imparcialidade
Ferro Rodrigues pode não ter sido imparcial, mas Augusto Santos Silva tem sido ainda muito menos imparcial, e nem sequer tem pudor de o exibir. Sempre às turras com o Chega, sem necessidade nenhuma.
Saudades do MES...
do lé-lé da cuca? deliciosa? só pode.
Ferro Rodrigues é um homem de esquerda, que lutou por valores, com uma ideologia, frontal. Valores que, nos dias de hoje, pouco dirão a muitos, como é visível.
Viva a Liberdade!.
As TV´s – ao contrário, por ex. do que aconteceu com grandes parangonas com a apresentação da “Arte de Governar” (será que não deveria chamar-se antes a “Arte de Governar-se”, atentos os negócios com as acções do BPN, pagamento de IMI da casa da Coelha, acumulações de reformas do Banco de Portugal e de Professor universitário, do homem do “Poço de Boliqueime”, perdão, “Fonte de Boliqueime”, porque o homem não podia ter nascido no “Poço” – ignoraram pura e simplesmente, sem qualquer referência, a apresentação do livro de Ferro Rodrigues, que goste-se ou não, foi Secretário-Geral do PS, Ministro em vários governos, Embaixador na OCDE e Presidente da Assembleia da República!
Além do mais, com apresentação do PR-Marcelo que é auscultado por tudo e nada e em todo o lado, mas que neste caso foi igualmente silenciado.
Por aqui, se vê (a falsa) independência editorial dos media portugueses.
Unknown
Ao contrário do que afirma, Ferro Rodrigues nunca se demitiu de Presidente da AR. Após terminar o mandato de PAR que cumpriu integralmente, resolveu abandonar a vida política, invocando precisamente o facto de ser contra o fim da geringonça.
Um percurso político coerente – que infelizmente falha à maioria dos nossos políticos à esquerda e à direita – de alguém que fundador do MES, mais tarde já no PS foi um dos negociadores (entre eles, António Costa) do acordo à esquerda com o PCP para a eleição de Jorge Sampaio para a CMLisboa e para a PR e, finalmente e coerentemente com o seu passado político, apoiou António Costa na negociação com o PCP e BE para a construção da “geringonça”.
Mas também de alguém que enquanto Ministro da Solidariedade Social e do Trabalho de Guterres (1995) ousou introduzir políticas de reforço do Estado Social (criação do Rendimento Mínimo Garantido, hoje, Rendimento Social de Inserção, a nova Lei de Bases da Segurança Social, o lançamento inédito da rede de apoios do Estado aos idosos através do Pacto com as IPSS e os municípios para a cooperação e solidariedade).
Fernando Neves
Grande português, grande cidadão como dizes, exemplar ser humano. É um privilégio conhecê-lo.
Tenho pena não ter ido, mas não soube do lançamento do livro
Fernando Neves
"até confessou que se demitiu de Presidente da AR por ser contra o fim da geringonça."
Como se vê frontalidade é elogiada mas não é bem-vinda.
Zeca
Marcelo Rebelo de Sousa vê Ferro Rodrigues como “um homem bom, doce” Doce????
È verdade, Ferro Rodrigues não se demitiu de Presidente da AR.
Viva o Jorge Sampaio!!!
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