sexta-feira, outubro 06, 2023

As horas difíceis de Zelensky


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8 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Quem esperava outra situação era ignorante da Historia. Os ignorantes deviam ler a comovente história da fundação dos Estados Unidos da América, que alimentou gerações de patriotas e foi exportada para todo o mundo como exemplo a seguir, e que nada mais é do que uma distorção da mais crua e hipócrita das realidades, muito menos colorida e, até menos, adaptado para servir de inspiração.

O segundo parágrafo da Declaração de Independência dos Estados Unidos de 4 de Julho de 1776, escrita por Thomas Jefferson, o inspirador da democracia nos EUA, o carácter de profunda humanidade, uma das figuras mais ilustres e cativantes da revolução americana, o homem da luz e do progresso:

“ Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade”.

Só que, a “história” dos EUA se esquece de acrescentar o facto de que Thomas Jefferson, personagem de profunda humanidade, figura do iluminismo e do progresso, não era outro senão um traficante de escravos sanguinário.
O autor das linhas da declaração de 1776 “todos os homens nascem iguais; são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis; entre esses direitos estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade”, oito anos depois de escrevê-los – não oito dias ou semanas, mas oito anos depois – ainda tinha em sua posse... 200 escravos.

Esses duzentos ingratos da sua propriedade, desde que puderam fugiram. Um décimo conseguiu escapar permanentemente do inferno de Thomas Jefferson na terra sem serem capturados e torturados antes de retornarem à "busca da felicidade". Os outros não tiveram tanta sorte.

A realidade está no facto de que, na altura da independência da Grã-Bretanha, havia aproximadamente 9 milhões de pessoas a viver nos Estados Unidos, das quais os brancos eram apenas uma pequena minoria em comparação com a população nativa americana e os escravos negros. A Declaração de Independência não só não dizia respeito aos nativos americanos ou aos escravos – eles não eram considerados pertencentes à raça humana – mas também não dizia respeito às mulheres, nem mesmo aos homens brancos de origem social modesta.

Pensei neste “maravilhoso” personagem, Jefferson, quando li o que disse há dias, o senador da Carolina do Sul, Linsey Graham , sobre a guerra na Ucrânia, : cito “ é o melhor investimento” esta guerra entre povos irmãos em que centenas de eslavos morrem todos os dias “constituiu para o seu país”.

Sendo esta palavra sinónima de escravos na sua língua, não duvido que para ele e os seus pares, ver “escravos” morrer pela sua causa por apenas algumas dezenas de bilhões de dólares de sua moeda mágica, deve lhe dar um prazer doentio.

Ucranianos, eslavos, escravos, como esperar um melhor tratamento da parte do Império ?

Luís Lavoura disse...

O Francisco esqueceu-se de dizer algumas coisas, por exemplo:
(1) Os EUA estão atualmente com um défice público de 7% a 8% do PIB. É um défice de uma dimensão verdadeiramente socrática. Para ele contribui o dinheiro que estão a gastar na Ucrânia.
(2) Todas as armas que o Ocidente tem vindo a fornecer à Ucrânia não têm feito grande diferença no curso da guerra. Os extraordinários tanques ocidentais praticamente não são usados. Os fabulosos aviões F-16 não começarão a operar antes do verão de 2024. Os soldados ucranianos estão a atacar os russos a pé, porque qualquer veículo militar é imediatamente identificado pelos drones russos e atacado.
(3) Os arsenais ocidentais estão quase vazios, especialmente em munições para a artilharia. Mesmo que o Ocidente quisesse ajudar mais a Ucrânia, não tinha com quê.

Anónimo disse...

Impressiona-me a Comunicação Social.
Um jornalista deve informar ou deve lutar por um dos lados da contenda? Vejo os noticiários em que as pivots se mostram irritadas, sem disfarçar, quando os entrevistados não dizem que a Ucrânia vai ganhar a guerra. Eu penso que não vai ganhar nos termos em que o Ocidente quer (salvo se se dispuser a embarcar numa terceira Guerra com uso de armas nucleares). Ainda ontem vi, na CNN, uma pivot muito agastada com o General Carlos Branco porque a análise da situação militar deste não coincidia com o desejo da pivot. A qual não hesitou em afirmar que vestia a camisola do Ocidente.
Então devo acreditar nas notícias que ela dá ou devo tomá-las como propaganda a favor do lado cuja camisola ela veste?
Confessadamente: não entendo qual é o papel dos jornalistas.
Zeca

Joaquim de Freitas disse...

Luis Lavoura : Exacto.Em 1945, O PIB dos EUA sozinho representava metade do PIB mundial.

Hoje, o PIB dos Estados Unidos caiu para menos de 20% do PIB global e novos gigantes estão surgindo no cenário internacional e não têm intenção de continuar a jogar de acordo com suas “regras”. Os BRICS estão a mudar a face do mundo e não teremos que esperar muito para ver a desintegração de todas as instituições internacionais, FMI, Banco Mundial, BIS, G7 que hoje trabalham exclusivamente para os interesses dos EUA.

Anónimo disse...

Luis Lavoura. Antes da crise financeira, o governo Sócrates tinha conseguido um défice de menos de 3% é uma dívida externa de 68%. A crise financeira não foi responsabilidade dos governo europeus , mas da grande banca, sobretudo americana. Diga antes défice Cavaquiano. Agora quase não temos déficit e baixamos a dívida consideravelmente, o que constitui um escândalo para a oposição e parsons comentatudo nacionais
Fernando Neves

João Nobre disse...

Há por aí gente de uma certa pseudo-esquerda que está absolutamente furiosa com a vitória de Robert Fico na Eslováquia. António Costa, o nosso "iluminado" PM ao serviço de interesses estrangeiros, até já se deu ao trabalho de escrever uma carta ao Presidente dos socialistas europeus, a pedir a expulsão do partido político de Robert Fico - a Direcção Social-Democracia (SMER-SSD) - caso este mantenha a sua "retórica anti-Ucrânia" e a alegada "linha pró-russa". A provável coligação do SMER-SSD com um partido da também alegada "extrema-direita", é outro pecado capital para estes socialistas bem-pensantes.

Estamos bem entregues nesta Europa. Que não restem dúvidas. Quem defende o seu interesse nacional e se recusa a ser um mero sabujo de Washington, é hoje imediatamente rotulado de "pró-russo". Por sua vez, seguir políticas pragmáticas e aliadas da paz, dão direito ao rótulo de ser de "extrema-direita" e "anti-Ucrânia".

Desejo toda a sorte do Mundo a Robert Fico e ao povo da Eslováquia. Eles bem que precisam, no meio do ninho de víboras e traidores em que se transformou a Europa...

manuel campos disse...


Parafraseando Garcia Márquez: "O presidente no seu labirinto".

manuel campos disse...


O labirinto de hoje já não é o mesmo de ontem.

Isto é verdade?