Conheci-o em 1975, através do meu primo e seu grande amigo Carlos Eurico da Costa, colega no Grupo Surrealista de Lisboa. Jovem diplomata, eu trabalhava no recém-criado setor da cooperação para o desenvolvimento. Cruzeiro Seixas tinha a intenção de ir como cooperante para a Guiné-Bissau independente. Falámos umas boas horas.
Há não muito tempo, retomámos essa conversa com mais de 45 anos, num jantar simpático de amigos. Recordo-me que gostou de ver, numa minha parede, um seu quadro. Tinha uma imensa lucidez e uma bela memória. Queixou-se-me de que, no sítio onde passava os dias, tinha pouca gente com quem pudesse ter uma conversa com interesse. Mas gostava muito da vida.
5 comentários:
RIP
Foice: o último dos dinossauros encriptadores de Portugal, a magia do poder gráfico do mito no ovo, que perdurará até chegar a altura de se tornar operativa.
Há vários tipos de surrealismo. O literário costuma ser uma bosta. O político, temos de levar com ele todos os dias e é mau. Mas... o surrealismo na pintura, é uma maravilha!
A nossa arte ficou mais pobre.
"Foice" (Foi-se), "bosta", não haverá mais nada a dizer de um Grande artista e escritor que morreu pouco antes de completar 100 anos? Diz-se na minha terra: cresçam e apareçam! Enquanto esperam podem ver hoje na RTP um documentario/entrevista
sobre o artista.
Boa noite.
Gosto sempre de o ler quando recorda e homenageia pessoas. Já aqui comentei antes. É uma prática pouco comum entre nós, mas tão necessária e tão importante.
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