domingo, novembro 08, 2020

Os portugueses

Os portugueses refilam quando o governo não apresenta medidas para fazer face às movimentações de pessoas que ajudam à propagação da pandemia. “Anda tudo à balda!”

Quando o governo impõe medidas, os portugueses reagem logo quanto às medidas determinadas, muitas vezes ridicularizando-as, porque acham que as medidas, afinal, deveriam ter sido outras, porque a malta (os gajos lá do café, um dos quais tem um primo que é político e outro um cunhado na GNR) é que sabem as medidas “que deveriam ser”. 

Quando as medidas do governo são duras, queixam-se de que são duras demais, que a economia é abafada, que as liberdades estão ameaçadas, que vem aí o fascismo. “Já quase só falta a pide!”.

Quando as medidas são brandas, flexíveis, com margens deixadas ao bom-senso e ao espírito cívico, acham que medidas dessas não vale a pena, que “o pessoal assim não respeita nada” e, claro, conclui com o definitivo “assim não vamos lá!”.

Têm toda a razão! Assim não vamos lá! Porquê? Porque são os portugueses. Somos.

14 comentários:

João Cabral disse...

E depois há os que têm sido coerentes nas opiniões e que não encaixam nessas dicotomias. Considere também esses, senhor embaixador.

Anónimo disse...

É verdade senhor embaixador mas o governo também o é ( português)e desde o início da pandemia que a confusão de medidas, a inabilidade para as comunicar é de tal modo desastrosa que é exatamente como refere, as pessoas ridicularizam-mas e desrespeitam-nas. Não se gere uma pandemia como uma campanha eleitoral este é, na minha opinião, o que tem acontecido e, lamentavelmente temo o pior...senão vejamos, será que é altura de andarmos com questões ideológicas a propósito do papel dos privados que já deveria estar há muito tempo definida a sua forma de participação, em vez de continuarem a discutir o público e privado ameaçando com mortes de pessoas à porta dos hospitais do SNS porque faltam camas? O mesmo partido político cujo seu governo, em tempos recentes realizou centenas de parcerias público privadas....não se percebe e receio o pior!

Anónimo disse...

Eu deixei de ver o que o Costa diz. Só percebi que ontem era meia noite e o homem não desamparava a loja. Devia ser mais uma daquelas arengas pouco claras. Tenho de deixar assentar a poeira e olhar depois, através da TV ou dos jornais, para a ossatura das medidas. Também ainda não vi o que o Marcelo disse ao país. Não percebi porque ele tinha de ir à TV se ele traz sempre a TV com ele no bolso. Sabe, a sobreexposição dos responsáveis e os maus resultados têmn destas coisas: a gente já não os vê nem ouve.

Anónimo disse...

Outra coisa muito portuguesa é este género de opiniões, vagas e meio sarcásticas, sem dizer coisa nenhuma. O que seria uma coisa não portuguesa? Verificar, uma a uma, se as medidas são, ou não adequadas e se o governo está, ou não, a acertar, e concordar, ou não, com elas, apoiando ou protestando.

Anónimo disse...

"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."

Anónimo disse...

Foi então que Júlio César, já sem paciência e arrependido por ter posto aqui os pés, desabafou, ‘Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar’…

Anónimo disse...

Como se não bastasse o "8 de novembro de 2020 às 18:02" vir para aqui com os lugares comuns dos que apenas sabem dizer mal, ainda por cima repete a dose e fá-lo acrescentando pormenores disparatados.

A frasezinha de que o "8 de novembro de 2020 às 18:02" tanto gosta é atribuída a um filósofo grego de nome Estrabão (Júlio César???!!!), e, como é óbvio para quem tenha um mínimo de cultura, os gregos nunca chamariam a isto "Ibéria" mas sim "Hispânia". Aliás "Hispânia" também era o nome dado pelos romanos à península ibérica.



Anónimo disse...

Também vai ser preciso o PM apelar ao bom senso dos muitos aposentados, para que deixem de frequentar centros comerciais, supermercados e afins aos sábados e domingos?
Esta gente, que, de segunda a sexta-feira se arrasta por tudo o que é sítio, não se cansa?
Outro confinamento dos filhos e netos, para continuarem à vontadinha?

É indispensável passar uma mensagem clara; não há médicos para tantas camas...

Flor disse...

Eu penso que isto "não vai lá com paninhos quentes". Infelizmente há muita gente que não tem bom senso e mesmo com os apelos do governo fazem ouvidos moucos.Por uns pagam os outros e o número dos infectados continua a subir....e a morrer.

Anónimo disse...

Também é muito português gostar de frases. Aquela ali em cima do Júlio César é um clássico absoluto ;). Enfim, senhor embaixador, com franqueza, o seu post é apenas a versão de luxo, mais polida, daquela outra frase revisteira do "ninguém sabe o que estes gajos querem, pá!" Para que serve isto? Para nada. A verdade é que uma sociedade madura pode e deve discutir as medidas, quaisquer que sejam, dos seus governos; saber se são cientificamente acertadas, razoáveis, etc.

Anónimo disse...

"8 de novembro de 2020 às 20:52" - essa frase (errada) foi copiada à letra do site da RTP! Nem sequer sabem escrever, apenas copiar disparates!

Anónimo disse...

Os Portugueses são assim tão terríveis??? Se os compararmos com os Espanhóis ou Italianos, os Portugueses são ursinhos Panda.........

Cristina

jj.amarante disse...

Caro embaixador, tem toda a razão e eu subscrevo. Gostaria contudo de notar que onde escreve "portugueses" poderia escrever "governados" pois na generalidade dos países acontecem fenómenos semelhantes dado que é praticamente impossível aplicar medidas que tenham um efeito equivalente em toda a população e extremamente difícil encontrar essa equivalência através de várias medidas assimétricas em que cada uma benefecia/prejudica diferentes grupos sociais. É por isso que a profissão de político é tão ingrata. Como dizia o outro, é a vida...

Anónimo disse...

Eu gostava que o embaixador que foi muito solícito a criticar o F.C.Porto viesse agora comentar aquela pouca vergonha de o Benfica estar acima da lei.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...