sexta-feira, agosto 02, 2019

Mundos & fundos


Uma verdade que sei incómoda para muitos que me leem: só seremos um país em equilíbrio quando os agentes económicos e sociais não tiverem, como regra regular para se desenvolverem, o tropismo de recorrerem a fundos comunitários ou a outros tipos de discriminação positiva de origem estatal, quando, para realizarem qualquer coisa que deva obedecer simplesmente às regras de funcionamento do mercado e da concorrência, não se pense logo “deixa lá ver se se consegue sacar alguma coisa para isto do 2020, a fundo perdido ou bonificado”, quando, para investir em qualquer setor, a lógica passe a ser, muito simplesmente, ir pedir um empréstimo a um banco, pagando-o depois com os lucros do que investiu.

6 comentários:

Anónimo disse...

e com algum capital próprio....

Anónimo disse...

Completamente de acordo !
Conheço uma pessoa cujos pais beneficiaram de apoios comunitários para construirem uma queijaria devidamente equipada e deixassem de fabricar queijo artesanal sem condições de higiene . Obteve o crédito , e como nunca houve nenhuma inspecção , utilizou o subsídio ( a fundo perdido ) para comprar 2 apartamentos , e continuou a fabricar o queijo em casa , com a mesma falta de higiene . Isto passou-se há perto de 20 anos e nunca ninguém pediu contas de nada .
Para mim isto é uma vergonha . Se essa pessoa tivesse pedido um empréstimo teria de certeza construído a queijaria , nem que fosse para pô-la a rentabilizar e pagar o empréstimo !
E quantas coisas deste género se passaram assim ?

Anónimo disse...

Sr, Embaixador,
No dia que a maioria das empresas deixar de recorrer aos chamados fundos comunitários, estou convencido que mais de 70% fecha as portas. Num País no qual 99% são micro ou PME, se não recorrerem aos fundos não têm qualquer capacidade de serem competitivas.

Lúcio Ferro disse...

Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Ou por ventura acha que é fácil chegar a um banco com um projecto de negócio (coisa que já por si tem custos elevados), por exemplo no interior do país, e ver o financiamento aprovado sem fortes garantias colaterais?...
Por outro lado, não esquecer que o 2020, ou melhor os fundos de coesão estrutural da Europa, se baseiam num dos quatro pilares fundamentais dos tratados pré-Maastricht e Lisboa: o da Solidariedade para com as regiões/estados estruturalmente desfavorecidos. Enfim, não me alongo mais, estou certo de que entende o ponto de vista; é fácil dizer: quer dinheiro, vá ao Totta, sobretudo quando o dito não falta.
Cumprimentos senhor embaixador.

Anónimo disse...

Anónimo das 14,50
E acha honesto pedir dinheiro e depois não cumprir com o prometido ?
É por coisas destas que que o nosso país está cheio de oportunistas , e que ainda por cima se ache normal ...

Luís Lavoura disse...

Já agora, quando os prédios não forem construídos com os andares previamente vendidos, e quando o dinheiro que o Estado investe na ciência venha do próprio Orçamento do Estado e não inteiramente da União Europeia.

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...