É óbvio que o PSD de Rui Rio e o CDS de Assunção Cristas vão apanhar uma forte “abada” em outubro. Poderão mesmo atingir traumáticos mínimos históricos.
Apenas então se ficará a saber se o PS terá quatro anos de maioria absoluta ou se precisará de um qualquer modelo de Geringonça para sobreviver como governo minoritário. Em definitivo, não acredito António Costa leve para o governo qualquer dos parceiros à sua esquerda.
Rui Rio vai inevitavelmente cair e o PSD “passista” vai voltar, quase de certeza com Luís Montenegro, que se diz estar já a tentar federar os descontentamentos criados pelo processo da construção das listas - que terá corrido pior do que expectável.
Montenegro (que não estará na AR) terá em S. Bento um grupo parlamentar inexperiente, (inicialmente) adverso e politicamente frágil. Um cenário ainda pior do que aquele que Rio enfrentou desde que foi eleito.
Porque o resto da direita (Ventura, Santana e os liberais da paróquia) não passará de isso mesmo, de restos, sem a menor expressão que não seja mediática, tudo indica que passará a haver um setor significativo do eleitorado que se verá sem uma representação institucional significativa.
Contrariamente ao que certa esquerda pode pensar, isto não é uma boa notícia para a saúde, a prazo, do sistema politico - mas não se pode pedir à esquerda que resolva os problemas dos seus adversários.
Era a isto que Marcelo Rebelo de Sousa se referia quando falava da crise que, para a direita, aí virá, depois de outubro. A grande questão é saber se, depois da sua reeleição, o presidente se sentirá tentado a intervir no seio da família política de que é originário. Mas essa é uma questão para 2021.
11 comentários:
Ninguém se lembra que Antonio Costa ia ganhar de certeza as eleições a Passos Coelho. Que talvez tivesse maioria absoluta e que as sondagens lhe asseguravam uma vitória formidável!
Nada disto aconteceu mas desta vez é que é porque ele é muito hábil e muito respeitado e ouvido lá fora. A Merkel, o Macron o Sanchés não se mexem sem ouvirem o hábil Costa que é um exemplo para o mundo inteiro extasiado. Que sorte fantástica que nós temos! E ainda por cima temos o Centeno , outro hábil formidável, por quem o FMI suspirou intensamente, que consegue meter o Rossio na betesga: dar dinheiro aos contribuintes por um lado e tirar-lhes mais um bocado pelo outro sem ninguém dar por isso, antes pelo contrário: é um verdadeiro milagreiro!
João Vieira
Nada é certo em política a mais de 15 dias.
E AGORA O MONTENEGRO
Parece que há movimentações na estrumeira.
Alguns vermes já mexem a pensar no pós-eleições.
E fala-se no Montenegro. Acho boa ideia.
Se o Passos tem a reputação que tem, o Montenegro será descer ainda mais na escala da evolução humana.
E será desta que o PSD mirra de vez e a tralha passista migra em massa para o Iniciativa Liberal ou para o Livre.
Ou pior: para o Basta (ou Bosta, ou Besta, não decorei ainda o nome correcto da agremiação do Ventura cigano).
Convençam-se disto: o PSD está a pagar pela má, pela péssima governação de Passos Coelho.
O Rui Rio está a pagar a factura das burrices do Passos.
Vão lá buscar o Montenegro, tragam-no em ombros.
E não se esqueçam do clerical Hugo Soares, da "economista" Miquelina Albuquerque, da instável Paula Teixeira Cruz (cuidado com ela depois do almoço) , do Carlos Peixoto, o famoso peste grisalha, da interessante e bipolar Teresa Leal Coelho, da cínica Teresa Morais, do execrável Carlos Alberto Amorim, o manatim vociferante, do Marco António que haja Deus, ainda vai estagiar em Évora, do extremista de direita Miguel Morgado, do retórico Leitão Amaro, e do convencido Miguel Pinto Luz que só diz disparates.
E não se esqueçam do Duarte Marques, que alguém tem que escrever os discursos do PSD, e o Duarte de Mação é óptimo nessa arte. Aliás, apurou a escrita com aquele conterrâneo dele, o famoso juiz Carlos Alexandre.
Se as eleições fossem agora tinha a maioria absoluta, o que era mau pois nessa situação ou pertíssimo dela o PS governou sempre mal (e os casos de negocismo ampliam-se logo). Mas durante a campanha Costa perde terreno, não empolga, não tem carisma, não tem discurso eleitoralista, não tem figura.
Olha o Sr. Vieira a chamar o PM Costa de hábil. Gostei.Pois é o que iremos continuar a ter e muito bem.A Madame do CDS, queria liderar a direita e até, vejam lá, admitiu vir a ser primeira ministra, a segunda mulher a sê-lo, disse a madame. Parece-me que já perdeu as peneiras. O Sr. Santana viu que a cena da saída, lhe correu mal, quer agora, as direitas encostadas, incluindo o partido de onde fugiu. Talvez o "Chega" para lá, eleja o geitoso advogado do sindicato dos motoristas, pelos vistos, ele quer. Isto está giro. Lá isso está.
No dia 7 de Outubro, vamos ver se o Costa ganha terreno, se empolga, se tem ou não carisma, se tem ou não discurso eleitoralista e se tem figura. Olhe que à minha frente, não vejo ninguém?
Em definitivo, não acredito [que] António Costa leve para o governo qualquer dos parceiros à sua esquerda.
Mas isso não depende somente de António Costa, depende também dos parceiros à sua esquerda. Esses parceiros podem perfeitamente exigir ir para o governo para lhe darem o seu apoio - tal como o Unidos Podemos está atualmente a fazer em Espanha. E nessas condições António Costa poderá ter que transigir.
Quem vai levar a maior abada estou convencido que vão ser os partidos políticos, tal vai ser a abstenção, votos em branco ou nulos.
Então e o partido dos cães, não conta? Hoje em dia, em cada 4 portugueses, 5 têm cães. Esses pobres coitados (os donos) é vê-los, já noite bem cerrada, a meditar no voto, passeando os caninos. Por isso os brancos e nulos, vão diminuir, dado o agora grande escape. Mas os partidos tradicionais, creio eu, só alguns, levarão abada e por culpa própria.
Ao anónimo das 00:39
Caramba, convém que tenha umas lições de "interpretação de textos"
Confesso que só poderia chamar o primeiro ministro de "manhoso", característica muito portuguesa mas que não tomo como qualidade.
João Vieira
Caro embaixador, tenho o dúbio prazer de estar simultaneamente bloqueado em blogues de direita, e esquerda. Bloqueado mesmo. Aqui, por vezes, há uns comentários que não passam. Nunca percebi bem porquê - com o tempo lá encontrarei um padrão, certamente.
Talvez eu pertença a um grupo inclassificável, o que enerva quem gosta de tudo bem rotulado. E no entanto, a liberdade também passa por aí.
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