quinta-feira, agosto 22, 2019

Falatório



Nikki Halley, a embaixadora americana na ONU, que pediu para sair do cargo por razões nunca muito bem explicadas, tem vindo a dizer, em várias ocasiões, não ser candidata ao lugar de vice-presidente, substituindo Mike Pence, num futuro segundo mandato de Trump. Ontem, uma fonte semi-oficial dizia que, aparentemente, a única pessoa que espalha esse rumor é ... a própria Nikki Halley.

Isto fez-me lembrar uma história passada no Montecarlo, o café lisboeta onde, antes do 25 de abril, nos juntávamos para noites de bela e solta conversa. 

Havia por ali um jornalista, conjunturalmente desempregado, um tipo com alguma graça, que, num certo período, se sentava nas nossas mesas. Todos sabíamos que ele andava “deserto” para entrar para o ”Diário de Lisboa”, à época um prestigiado vespertino, com muita da “nata” do jornalismo a escrever por lá. Mas o convite não chegava, como, aliás, nunca chegaria. 

A conversa dele sobre o assunto era em tom desafiante, do estilo: “Queres saber que há aí uns palermas a dizer que eu vou para o ‘Lisboa’! Como se eu aceitasse, assim do pé para a mão!” E eu, para o ouvir, ia dizendo: “Também já alguém me falou isso, há uns dias, mas já nem sei quem foi ...” Ele, ansioso: “Não te lembras quem foi?” Eu “esquecido”, reprimindo a crueldade, com vontade de dizer: “Foste tu!”

2 comentários:

José Vilar disse...

Senhor Embaixador

Sou um leitor diário da sua prosa no duas ou três coisas.
Tambem eu sou um vilarealense hoje longe de Vila Real fisicamente
Chamou-me a atenção o seu poster de hoje.
Fiquei particularmente entristecido por tomar conhecimento
da morte do Engenheiro Simões, um Homem que tanto fez pelo engrandecimento
de Vila Real.
Mais triste fiquei por não ver um linha que fosse na Voz de Trás-os-montes.
Vila Real é bem pouco grata para com os seus naturais de enorme Estatura e Personalidade. Lamente-se

Paulo Guerra disse...

Que saudades dos cafés de Lisboa. Às vezes dou por mim a pensar que não soubemos cuidar da nossa cidade. E o que mais me irrita é que continuamos a não saber.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...