Começámos já nem sei bem quando: Azeredo Lopes, Agostinho Costa e eu. Era sempre nas noites das 5as feiras, na CNN Portugal. A partir daí, lembro-me que, para grande irritação minha, aconteceu-me ter de perder a segunda parte de alguns concertos na Gulbenkian, para poder atender a esse compromisso regular. Disseram-me, há dias, que aquele formato de debate, centrado na guerra da Ucrânia, tinha uma muito forte audiência. Nunca tive curiosidade de perguntar pelas audiências dos programas em que intervim. Um dia, o trio inicial desfez-se: Azeredo Lopes, por vontade própria, decidiu migrar para outros horários. Agostinho Costa e eu passámos então a ter a companhia de Sónia Sénica. Se bem me recordo, foi por muito pouco tempo. Um dia, Diana Soller substituiu-a. Foi, de longe, o trio que mais tempo sobreviveu, com diferentes pivôs. Posso hoje dizer: era um formato que tinha uma diversidade opinativa que me satisfazia. É que, como dizia Nelson Rodrigues, "todo o unanimismo é burro". Esse trio durou até agosto do ano passado. Nesse mês, informei a CNN de que não desejava continuar. Estava cansado, não de qualquer dos meus companheiros de debate, contrariamente ao que alguns podem julgar, mas da própria tarefa de fazer comentário televisivo regular. Saí de cena apenas porque queria ter mais tempo para mim. Neste último ano, o meu lugar foi ocupado por Jorge Botelho Moniz. Constou-me que, na passada semana, teria havido um qualquer incidente. Se assim foi, é pena. Notei que, na noite de ontem, ali estava um novo grupo de comentadores. Como dizia o versejador de Constança, "todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades".
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