sexta-feira, junho 27, 2025

Os trios das quintas


Começámos já nem sei bem quando: Azeredo Lopes, Agostinho Costa e eu. Era sempre nas noites das 5as feiras, na CNN Portugal. A partir daí, lembro-me que, para grande irritação minha, aconteceu-me ter de perder a segunda parte de alguns concertos na Gulbenkian, para poder atender a esse compromisso regular. Disseram-me, há dias, que aquele formato de debate, centrado na guerra da Ucrânia, tinha uma muito forte audiência. Nunca tive curiosidade de perguntar pelas audiências dos programas em que intervim. Um dia, o trio inicial desfez-se: Azeredo Lopes, por vontade própria, decidiu migrar para outros horários. Agostinho Costa e eu passámos então a ter a companhia de Sónia Sénica. Se bem me recordo, foi por muito pouco tempo. Um dia, Diana Soller substituiu-a. Foi, de longe, o trio que mais tempo sobreviveu, com diferentes pivôs. Posso hoje dizer: era um formato que tinha uma diversidade opinativa que me satisfazia. É que, como dizia Nelson Rodrigues, "todo o unanimismo é burro". Esse trio durou até agosto do ano passado. Nesse mês, informei a CNN de que não desejava continuar. Estava cansado, não de qualquer dos meus companheiros de debate, contrariamente ao que alguns podem julgar, mas da própria tarefa de fazer comentário televisivo regular. Saí de cena apenas porque queria ter mais tempo para mim. Neste último ano, o meu lugar foi ocupado por Jorge Botelho Moniz. Constou-me que, na passada semana, teria havido um qualquer incidente. Se assim foi, é pena. Notei que, na noite de ontem, ali estava um novo grupo de comentadores. Como dizia o versejador de Constância, "todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades". Ou não.

5 comentários:

josé ricardo disse...

Não sei se qualquer incidente, mas, se o houve, tem de certeza a ver com o major-general Agostinho Costa. De facto, Agostinho Costa afasta-se, no que às guerras diz respeito, de um normativo assente numa linha acriticamente contínua que não admite um contraditório que saia a fronteira do contraditório admissível, segundo os padrões previamente estabelecidos, sejam estes explicitamente acordados ou não.

JdB disse...

Sr. Embaixador: penso que o versejador era de Constância (outrora Punhete), e não Constança. Se concordar, não precisa de publicar o comentário.

Unknown disse...

Já é a segunda mulher com quem Agostinho Costa implica...

António disse...

Parece-me que nos media é considerado desagradável admitir sequer que a Ucrânia não ganha a guerra. Ou falar do papel da NATO e de outras coisas.
Há demasiada uniformidade.
Zeca

Lúcio Ferro disse...

Meu caro, quer a Senhora Soller quer a Senhora Gouveia estão muito mal informadas sobre as realidades geo-estratégicas, quer do conflito da Ucrânia, quer do conflito do Médio Oriente, isso é facilmente demonstrável, raro é o dia é que a realidade não as desminta. Para além disso, são imensamente tendenciosas nas "análises" com brindam os telespectadores. Nada disso me faria particular mossa, até porque quase todos os outros, alinham pela mesma bitola, por ezemplo o general Isidro, cujas "anáilises" já so me fazem rir. No entanto, no caso destas duas senhoras, ao contrário do general Isidro Morais e de todos os outros, Soller e Gouveia acrescestam aos seus dislates não só uma insuportável arrogância (característica de pessoas ignorantes), como uma extrema má educação para quem vê os assuntos de forma diferente. Pior mesmo, só uma "jornaleira" do Público, que escreveu um artigo de difamação, preto no branco, um artigo difamatório, do qual possivelmente o meu caro estará fazendo eco, denunciando a "misoginia" do general Agostinho Costa. Mulheres destas, petulantes, ignorantes e mal educadas merecem apenas desprezo, bem como, claro está, pessoas que, veladamente, das suas atitudes vis fazem eco. Cumprimentos.

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