Na vida, lembro-me de ter apanhado caloraças inimagináveis. Algumas na quase vintena de países africanos por que passei, outra num deserto da Ásia Central, mas também nos centros do Rio e de Nova Iorque, num fim de tarde na Tailândia, num meio-dia em Atenas, numa jornada em Córdova (no "Verão quente"), até na minha Vila Real da juventude, em domingos sinistros de pasmaceira, nos anos 60. Tenho tantas, muitas memórias de ocasiões com um calor quase insuportável, coisa que foi quase sempre agravada pelo facto de eu ser como o leite que se usa cá em casa: meio gordo.
Nunca, porém, como nesta tarde no Alentejo: sair do ar condicionado do carro, numa área de serviço (estou a perder qualidades geracionais: já não digo numa bomba de gasolina) e levar com um bafo espesso de calor como jamais tinha sentido, que até me dificultou o andar nos poucos metros até à loja, onde comprei sei-lá-bem-o-quê, desde que bem gelado. Depois, sair a medo, sob o sol infernal (não sei se há sol no inferno, mas o calor não pode ser pior), regressar ao carro e, pela milésima vez, pensar na injustiça que é nunca terem dado um Prémio Nobel ao inventor do ar condicionado.
43,5° C foi o que há horas registei no meu carro. Isto está a mudar! Qualquer dia já temos camelos a andar por aí. E não, não é desses!
2 comentários:
O senhor embaixador estaria em Lisboa no início de Agosto de 2018? É que se registou o valor recorde de 44 graus.
Uh la la...
Até aqui pelos oestes a coisa tem andado quentinha, mas nada a esse nível, 'traumemte, hoje até corria brisa e pelas praias pairava nevoeiro, se chegou aos 30 foi muito.
Nunca me esqueço de um passeio a Campo Maior no verão de 1999, nem debaixo de telha com portadas fechadas se respirava.
Falando em termómetros de carros tenho um que é de uma precisão nipónica, curiosamente o outro não faz muito jus à tecnologia alemã, demora a acertar e mete-lhe uns dois graus em cima.
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