O que se tem passado no Médio Oriente, de Gaza ao Irão, representou uma preciosa oportunidade para se saber quem põe a compaixão à frente do sectarismo, quem entende que o estrito respeito pelo Direito Internacional prevalece sempre sobre o que dá jeito.
Esses são os meus.
8 comentários:
É mais que óbvio que Israel vai levar o seu trabalho até ao fim. E nem precisa de matar todos os palestinos. Basta continuar a matar mulheres e crianças e assim cumprirá o seu objetivo maior. Tudo com a prestimosa ajuda dos governantes europeus, que não se importam se a morte chega a Gaza pelo ar ou pela sonegação de alimentos, que estão mesmo ali, do outro lado da fronteira.
É mais que óbvio que a comunicação social está a favor (ou é paga para isso) da solução final, tal como está feliz com o ataque dos EUA ao Irão. Não vi, mas disseram-me que ontem, exatamente ontem, a SIC passou um documentário fortemente negativo sobre o Irão. Um canal de televisão de um regime fascista não faria melhor em termos de propaganda.
É mais que óbvio que desde há muito que o direito internacional não é observado, desde sempre por Israel, e de quando em vez pelos EUA e mesmo pela França, como sucedeu no bombardeamento da Líbia.
Mas quem se preocupa com isso? A posição dominante, muito dominante, na comunicação social está-se nas tintas para o direito internacional. Seguem quem lhe dá as notícias e paga pela sua divulgação. O papel da comunicação social, nesta matéria, é formatar a opinião pública.
Vivemos tempos imorais num mundo cão, onde a nossa Europa política, aprisionada pelo trauma alemão, apela “à contenção das partes” ao mesmo tempo que rejubila, arma Israel e bajula Trump.
É a miséria moral que temos. Pelo menos, a morte que aqueles servem, por enquanto, anda por longe.
J. Carvalho
A retórica religiosa é particularmente revelada. Quando 65% dos judeus judeus dão crédito ao moderno “Amaleque” — o inimigo bíblico que Deus tentou aos israelitas que exterminassem “até ao ultimo bebé” — e 93% aplicam hoje este mandamento aos palestinianos, isso deixa de ser um discurso político. Ao defendermos um genocídio teórico, a onda de limpeza étnica transforma-se num mandato divino.
Esta é a sociedade que produziu não só Netanyahu, mas todos os líderes israelitas que supervisionaram o estrangulamento gradual da vida palestiniana. Esta é a sociedade que aplaudiu a declaração de Golda Meir, em 1969, de que "os palestinianos não existem". Esta é a sociedade que passou décadas a aperfeiçoar a arte de tornar impossível a existência palestiniana, mantendo uma fachada de respeitabilidade democrática.
Quando penso que os kibutzim que os progressistas ocidentais idealizam como utopias socialistas foram construídos sobre as ruínas de aldeias palestinianas… A democracia que Israel afirma defender nunca foi alargada aos milhões de palestinianos que vivem sob o seu controlo.
Os meus também!
Estando pouco informado, estou em crer que ainda não houve nenhuma resolução da ONU a condenar, por exemplo, o bombardeamento levado recentemente a cabo pelos EUA ao Irão ou sequer, para esse efeito, os bombardeamentos levados a cabo por Israel. Parece, inclusive, que o Conselho de Segurança não tem consenso sobre a matéria. Assim, presumo que, à luz do "direito internacional", o que quer que isso seja, não lhe causa mossa o que se tem vindo a passar?.... Admissivelmente, sendo "direito internacional" uma noção muito lata e flutuante, não será fácil estabelecer posição inequívoca em concordância com o mesmo.
Isto quer dizer que derrubar o Govt da UA em 2014 foi legal? Para a CIA e a a NATO estabelecerem logo as suas bases e violarem de uma penada o Memorando de Budapeste e a neutralidade na Constituição Ucraniana. De certeza, para treinarem extremistas para promoverem a boa vizinhança com a Rússia.
E imagine-se, a Russia nem caiu com as sanções nem ofereceu o Mar Negro e a “buffer” com mais de 2 000 kms de fronteira na grande planície europeia. Algum trauma do passado. Se a Russia tem tido calma, a Casa Branca depois do roubo das reservas ainda nomeava outro democrata como Guaidó para resolver a ditadura russa. Perdão, outro Ieltsin. Sim, a Russia já teve uma ótima experiencia com a nossa democracia. Com fome, desemprego e milhões de mortos com repercussões na demografia até hoje. Pelo contrário Londres e NY não se podem queixar da sangria dos recursos russos.
E o que querem os US hoje do Irão, depois de mais uma manobra de diversão com os melhores bombardeiros do mundo e arredores? Em fim de vida e com os dados em todos os radares desde o precalço na YU. Que devem ter sobrevoado tanto o Irão e destruíram tanto o seu programa nuclear como os jatos de Israel desde o Iraque. Como se confirma pelas pequenas crateras nas fotos de satelite que Trump tenta tanto vender. A única hpótese dos B-2 terem sobrevoado o Irão foi com a permissão de Teerão, com as defesas aéreas caladas para capitalizar apoio internacional e/ou algum acordo manhoso para Trump e Bibi salvarem a face e pararem a agressão. O que os próximos dias mostrarão. Ou não.
“Que caminho para a Persia em 2019, fase por fase, inclusive com o embuste das negociações, segundo a Ordem Mundial baseada nas regras de Wall Street:
https://www.brookings.edu/wp-content/uploads/2016/06/06_iran_strategy.pdf
A maior probabilidade é que os US hoje procuram desesperadamente uma resposta irada do Irão a qualquer activo americano para escalar o conflito pelos recursos do Irão. No velho Nimitz, que já estava atracado para sucata era o ideal. Um recife é muito mais barato que só a descontaminação. E se o Irão não cair na armadilha, como a Rússia nunca caiu, aparecerá rapidamente uma bandeira falsa como no Kosovo ou no Golfo de Tonkin. O genocida estado de Israel não tem muito mais tempo de vida. O choque e pavor de sexta 13 foi mais um rotundo fracasso na linha da “proxy war” na UA.
Já ao Irão basta fazer com que Israel continue a pagar um preço muito alto por cada agressão e selecionar os navios no estreito de Ormuz como os Houtis no mar vermelho. Nada demasiado dramático mas que cause dor suficiente aos inimigos que apoiam o genocidio em vez da habitual corrida aos títulos americanos que o caos sempre promove e os US também tanto precisam.
Adenda: ouvi Mark Ruthe, líder da OTAN, Aliança de que Portugal faz parte e para com a qual tem obrigações, dizer que não houve qualquer infração do direito internacional. Ouvi também Roberta Metsola, presente do parlamento europeu, para o qual Portugal elege deputados, dizer que a paz só depende dos iranianos, culpando-os pelo que se tem vindo a passar nos últimos dias. Aparentemente, também a insigne presidente da comissão europeia, pessoa de grande relevo nos destinos de toda a Europa, Portugal incluido, partilha dessa opinião. Por fim, não ouvi de qualquer órgão de soberania português qualquer menção a um alegado desrespeito do direito internacional, pelo contrário, tenho visto nas televisões portuguesas peças documentais atrás de peças documentais dando conta de que no Irão do Xá é que as pessoas eram livres, felizes e que agora são oprimidas como se pior do que animais fossem. Assim, em coerência, senhor Embaixador, espero sinceramente que não achincalhe os gestos de auto-defesa de israelitas e americanos face às acções ofensivas em larga escala levadas a cabo pelo regime bárbaro dos aytholas, que quer a UE quer Portugal condenam!
Detesto o regime dos mulás, mas isso não vem ao caso. Se conseguirmos matar todos os que odiamos como fazem os ayatollahs e os EUA, o mundo será um inferno.
Eles estão a levar-nos para lá.
Os EUA, a mando de um criminoso de guerra, violando as disposições da ONU que tornam as guerras "preventivas" ilegais e a Constituição dos EUA, que especifica que os EUA só podem entrar em guerra por decisão do Congresso e do Senado.
Os outros, matando repetidamente milhares de pessoas nas ruas ou enforcando-as.
Poderemos achar completamente normal que eles próprios, possuindo (juntamente com o seu aliado israelita, na maior hipocrisia) milhares de bombas A, H e de neutrões, neguem a este regime (ou a qualquer outro) o direito de fazer o mesmo?
Que eles achem isso óptimo é uma coisa, mas que os seus servos europeus sigam o exemplo é a cereja no topo do bolo.
Donald Trump tem razão em chamar-lhes "bajuladores", eles merecem. * Que vergonha. Tudo isto para equipar o Irão com um novo fantoche à sua disposição, como Reza Palhavi e a sua SAVAC, a polícia política que aprisionava e torturava quem quisesse e que, claro, também fazia parte do "eixo do bem".
Estes bons apóstolos do campo do bem sofrem infelizmente de uma doença terrível que mina até as melhores intenções:
Amnésia seletiva.
Quem se recorda do Ayatollah Khomeini e das condições da sua ascensão ao poder?
Tal como em "7 de Outubro", nem tudo começou magicamente com uma ascensão natural ao poder para este clérigo medieval. O odiado Xá Reza Palhavi e a sua terrível polícia política chegaram ao poder através de um golpe de Estado organizado pela CIA, que prendeu pela primeira vez o Dr. Mossadegh, democraticamente eleito (um secularista bastante nacionalista, mas democraticamente eleito).
Perfeito em princípio... Infelizmente, teve a ousadia de acreditar que o petróleo iraniano deveria permanecer nas mãos dos iranianos e, por isso, nacionalizou o petróleo iraniano. Um erro fatal.
Parece que Israel também já começou a pedir o cessar-fogo. Veremos. Talvez o genocida Bibi ainda vá ao casamento do filho. E hoje também vale a pena ouvir o nosso General na Reserva Marco Serronha, propagandista mor de Washinton e Telavive na CNN Portugal, dizer com todas as letras que se lixe o Direito Internacional e a ONU. Ao menos agora sabemos ao que vem. Por cima da propaganda de Washington e Telavive, nada! Como nem o camarada Isidro.
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