Na Europa, jogava-se a taça dos Campeões Europeus, a taça das Taças e a taça das cidades com Feiras (é verdade, chamava-se assim!).
No tocante a seleções nacionais, havia os campeonatos do mundo, de quatro em quatro anos, com o campeonato da Europa de equipas nacionais a surgir só mais tarde. E havia jogos entre seleções militares, imaginem.
Por esse tempo, lá por Vila Real, eu lia "A Bola", que saía três vezes por semana. Às vezes também o "Record", "O Mundo Desportivo" e, raramente, "O Norte Desportivo". Colecionava cromos com jogadores saídos nos rebuçados de uma lata cúbica que havia pelos cafés, mas nunca me saiu "o número da bola" (como se dizia em Vila Real) ou "o mais custoso" (como se dizia em outros locais), que dava direito a uma bola de couro.
O futebol era quase só aquilo e era muito simples. Agora é o que se vê.
13 comentários:
Do que o senhor embaixador se foi lembrar, o troféu Teresa Herrera! Uma espécie de Festival da OTI para o futebol (ou vice-versa) em que os espanhóis ganhavam (quase) sempre, claro...
Exacto, é um negócio muito sujo infelizmente. E quanto mais profissional mais sujo é e é uma batalha totalmente perdida porque a paixão desportiva é um grande negócio. Eu também ainda me lembro do COI tentar manter o espirito de Cobertin.
Pouca técnica lá por Vila Real essa dos cromos da bola!
Cá por Viana o que se fazia era comprar apenas um ou dois rebuçados diários e por via disso ir vigiando o nível dos rebuçados na caixa, e os eventuais candidatos concorrentes e aproveitando para amealhar todos os tostões possíveis para o remate final
Quando o nível dos rebuçados baixavam e se aproximava do fundo, isto é um terço ou um quarto dos ditos rebuçados... "arrematava-se" o resto da caixa ou seja a totalidade dos rebuçados e lá saía a ansiada bola de futebol a um preço muito em conta, que ficava em co-propriedade da equipe, pois era muito arriscado ser só um o "dono da bola". Era claro uma lição práctica da democraticidade dos adolescentes (isto no tempo do Salazar)
Assim era a estratégia bolística do início dos anos 60!
Pois, o "número da lata", como se dizia na minha localidade, estava colado com fita ao fundo da dita, para não se correr o risco de sair cedo demais.
não vejo grande diferença entre o futrebol de outrora e o de hoje, mas também nunca colecionei cromos da bola nem ambicionei uma bola de couro
O futebol dito profissional, NÃO é desporto. Tive um prof. que dia perguntou á malta qual o desporto que gostavam de praticar. Houve um que disse HIPISMO. O prof respondeu, mas aí quem faz desporto é o CAVALO, tu fazes mais uma actividade ludica.
Nestas alturas eu percebo que apesar da diferença de idade temos experiências bem semelhantes. E sobre as taças havia também a chamada taça intertoto que animava os boletins do totobola durante a pausa estival. Parece que o sporting teve mesmo um percurso assinalável na edição de 1968.
Uma nota sobre A Bola o grande jornal que abria a primeira página com a referência a equipa de fundadores (Ribeiro dos Reis e Cândido de Oliveira). Este último notório anglofilo (integrou uma rede de espionagem a favor dos aliados) e opositor ao regime com “estadia” no Tarrafal. Era na altura um dos jornais com maior tiragem, onde pontuavam figuras importantes da arte de bem escrever como Homero Serpa, Aurélio Márcio, Vitor Santos, só para citar alguns nomes que me vêm à memória
Esqueci-me de assinar o texto acima …
Este post mereceu uma referência no blogue sportinguista "ES A NOSSA FÉ"
É verdade, no Verão era habitual os "grandes" irem a Espanha disputar os "troféus" “Teresa Herrera” e “Ramon de Carranza”, “em que os espanhóis ganhavam (quase) sempre, claro”, como disse o João Cabral.
Mas quem foi o primeiro clube português a conquistar o prestigiado e consagrado Troféu Teresa Herrera, que se realiza na Corunha, desde 1946? O SPORTING.
Com efeito, a 29 de Junho de 1961, o SPORTING, então treinado pelo brasileiro Otto Glória, venceu, por 3-2, o Stade de Reims, a melhor equipa francesa daquele tempo, recheada de internacionais, a qual, nomeadamente, havia sido finalista vencida da Taça dos Campeões Europeus, em 1956 e 1959, diante do Real Madrid.
Assim, a conquista da 16ª edição daquela prestigiada competição, de facto, um dos mais importantes torneios de Verão da Europa, foi, à época, considerado um triunfo histórico do Sporting e do futebol português.
Na verdade, ao intervalo, o Sporting vencia o Stade de Reims por 3-0, mas, na 2ª parte, assistiu-se à forte reacção da equipa francesa que marcou 2 golos de rajada, tendo o Sporting que lutar e sofrer até final para conservar a magra vantagem e conquistar, assim, o tão prestigiado Troféu Teresa Herrera.
Para a história, aqui fica a constituição da equipa do SPORTING que derrotou, no Verão de 1961, a forte equipa francesa do Stade de Reims: Carvalho; Mário Lino, Morato (cap.), Lúcio e Hilário; Ferreira Pinto e Diego; Hugo, Faustino, Fernando e Juan Seminário. Na 2ª parte, aos 68 m. Fernando Mendes entrou para o lugar de Morato e, aos 84 m. Geo entrou para o lugar de Faustino.
Os golos do SPORTING foram marcados, todos na 1ª parte, por Lúcio (7 m), Hugo (10 m) e Seminário (38 m).
Depois do Sporting, mais 3 clubes portugueses (Vitória de Setúbal, Benfica e F.C. Porto) inscreveram o seu nome no quadro de honra de vencedores deste importante troféu.
«e, raramente, "O Norte Desportivo"»
Meu caro, como nortenho, e Transmontano bastardo - nasci entre Trás-os-Montes e o limite norte da Beira Alta, lamento ter sido "raramente" leitor do Norte Desportivo do Transmontano Alves Teixeira.
Razões para ser um leitor do Norte Desportivo? Sobretudo aquela edição que saía as 5 e tal da tarde do Porto, e "embarcava" na Linha do Minho, ou na Linha do Douro, e levava todos os resultados da I à III Divisão Nacional, tal como os resultados dos campeonatos Distritais do Porto, Braga, Viana, ou Vila Real, mas para além das sumárias crónicas dos jogos de primeira, tinhamos também no próprio dia do jogo, as fichas de jogo, com os onzes, e os marcadores respectivos dos golos de jogos da II ou III Divisão Nacional.
Transmontano que se preze, lia o Norte Desportivo, porque no Domingo pelas 8 ou 9 da noite, tinha as fichas de um Vila Real D Chaves, de um Lamego Régua, ou de um Lamego D Chaves. Clássicos regionais que fizeram emergir gente como o José Alberto Costa, o Vítor Cabral, o Samuel Fraguito, o Francisco Nóbrega, o Rendeiro, o Lisboa, ou o Pavão - este só jogou nos júniores do Desportivo.
É verdade, foi o Norte Desportivo do Transmontano Alves Teixeira que deu a conhecer aqueles jovens talentosos nascidos no Distrito de Vila Real, mas infelizmente, sempre foi moderno ser "alisbonado", enfim, pobre provincianismo crónico, ou parolas "javardices"...
Para Paulo Oliveira. https://duas-ou-tres.blogspot.com/2020/01/o-norte-desportivo.html
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