domingo, junho 29, 2025

Senhora da Pena


Na minha juventude, lá por Vila Real, quando alguma coisa tinha luzes a mais, costumava dizer-se: "Aquilo já parece o arraial da Senhora da Pena". Em transcrição fonética, em "vila-realês", lê-se "sedapâna".

Ontem, ao afinar a colocação de umas lâmpadas no meu jardim, dei por mim a dizer para um surpreendido artífice lisboeta que lá trabalhava: "Já chega! Com mais lâmpadas, fica igual à Senhora da Pena!" 

E lá tive de explicar a frase que me saiu a quem não faz a mínima ideia de onde é Mouçós e o que é a sua grande festa, onde, além das luzes, que se vêm de Vila Real, há um andor gigante que, por sinal, já deu fortes chatices. E onde o Ramalheda dos foguetes teve, há muitas décadas, uma trágica noite. E, finalmente, onde o anónimo mas famoso Guarda Republicano, que perdeu o cinto quando foi aviar-se à vinha, se viu chamado à cabine de som, sem eufemismos na linguagem, num aviso que até hoje ficou célebre.

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Senhora da Pena

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