Os EUA estão exultantes, sempre sob a batuta do lóbi israelita. Em Israel, a hora é de júbilo, claro: agora, resta a solução final para o problema de Gaza. Na Arábia Saudita, por entre os panos, abrem-se garrafas de sabe-se lá de quê e dizem: ufa! A China, a precisar dos fósseis iranianos, deve estar a mandar recados para manter Ormuz aberto. A Rússia vê os réditos do crude a subir e até se sente mais livre na Ucrânia. A Europa de Bruxelas exulta: o "dirty work" finalmente foi feito, sem mexerem uma palha; a hipocrisia pode continuar. A Índia nunca gostou da ideia de ter mais um no clube nuclear. O resto? O resto é, como sempre, o resto. Aqui, do sofá, é um jogo curioso.
8 comentários:
Curioso, tenho a impressão de que Trump enganou bem enganados os israelitas e que tudo foi fogo de vista.
A Europa de Bruxelas não tem voz, ponto final. Nem sequer na Ucrânia, quanto mais no Médio Oriente. Faz o que Washington lhe manda ou deixa fazer.
o meu sofá ,não dá para tanto!
Infelizmente não se processou nenhuma alteração moral em Bruxelas. A mesma hipocrisia e o mesmo suicídio económico dos últimos anos. Que os europeus continuarão a pagar e só prova que a UE hoje não defende os interesses da Europa nem dos europeus e é tão desonesta como os US e Israel, totalmente à margem do Direito Internacional e da Carta da ONU.
Diz a von der Leyen: “ Iran must never acquire the bomb” e acrescenta “ respect for international law is critical”, “ Now is the moment for Iran to engage in a credible diplomatic solution”.
Frases proferidas pela Presidente da Comissão Europeia após os bombardeamentos sucessivos do Irão por parte de Israel e dos EUA.
Eu também não estou confortável com a perspectiva do Irão poder vir a deter armas nucleares como me inspira a mesma preocupação em relação as armas nucleares do Paquistão ou de Israel. Mas o Irão é um subscritor do tratado de não proliferação de armas nucleares, não se podendo dizer o mesmo de Israel que é um estado que não reconhece o Direito internacional. Por esta razão a referência ao respeito pela ordem internacional e o apelo à via diplomática são duma duplicidade particularmente chocante.
Na véspera do bombardeamento uma delegação do E3 (UE, FR, DE e UK) chefiada pela Kallas tinha se encontrado com o ministro dos negócios estrangeiros do Irão em Genebra. Do comunicado ressalta a vontade mútua em prosseguir os contactos diplomáticos e a UE “apoia os esforços dos EUA para uma solução negociada”. Pelos vistos apoiam a diplomacia da bomba!
De qualquer forma ninguém quer saber do que pensa a União Europeia! Uma vez mais de torna patente o descalabro total da “diplomacia europeia” cuja arrogância que só tem comparação na total irrelevancia das suas afirmações.
Podiam ao menos fazer o esforço de preservar um módico de decência e dignidade. Como será que se sentem quando se olham no espelho?
Depois do inefável Durão Barroso temos António Costa a representar um triste papel. Não pode ser argumento dizer que está subordinado aos governos europeus . Trata-se já de uma questão de dignidade pessoal. Não pode estar a dar o seu aval às miseráveis e complacentes decisões e omissões da UE. Já se ultrapassaram todos os limites da decência. Se quer preservar a sua dignidade pessoal e democrática já não digo socialista, porque isso nunca teve, deve demitir-se. Em seu nome e de Portugal.
Von der Leyen, Kallas, etc...claro que ,como muito bem escreve " Pelos vistos apoiam a diplomacia da bomba!" Como esperar encontrar alguma moralidade em tais personagens? Transpiram nazismo, Sr. Paulo Guerra. Mas quem é a Kallas? Kaya Kallas, a ex-primeira-ministra do governo chauvinista da Estónia, que foi impulsionada pelos ideólogos do novo regime pan-europeu para assumir as funções de Josep Borrell, que tinha ido a um merecido descanso, contribuiu para a construção da “Nova Ordem Europeia”, principalmente em Agosto de 2022, ao declarar (na sua conta de Twitter) que simplesmente “visitar a Europa [ou seja, mesmo como simples turista] é um privilégio e não um direito humano”. Podia dizer isso aos americanos, que nao sao europeus...
Falando desta mulher estónia, qual é a relação dos três países bálticos, membros da União Europeia – Estónia, Letónia e Lituânia – com o regime nazi do III Reich?
É muito simples: paralelamente à "condenação" oficial, cada um dos três países em questão organiza manifestações e desfiles anuais regulares em honra das divisões da Waffen-SS e de outras unidades bálticas dos carrascos do exército nazi e das forças de ocupação durante a Segunda Guerra Mundial. Estas manifestações e desfiles são perfeitamente autorizados e amplamente apoiados pelas autoridades, tanto a nível local como nacional.
E estas unidades não eram meninos de coro! De que unidades bálticas estamos a falar? São as 15ª e 19ª Divisões de Voluntários da Letónia da Waffen-SS; a 20ª Divisão de Voluntários da Estónia da Waffen-SS; o Kommando Arajs da Polícia Auxiliar da Letónia, composto inteiramente por voluntários e responsável pelo assassinato de pelo menos 30.000 pessoas; e os batalhões Polizei da Lituânia, que assassinaram quase 100.000 judeus, incluindo 9.200 só a 29 de Outubro de 1941 (não confundir os judeus daquela época com os da política do Estado de Israel de hoje).
Paralelamente às manifestações referidas, foi organizada uma campanha de destruição completa de todos os monumentos dedicados aos soldados russos que morreram a combater o nazismo nos Países Bálticos, incluindo monumentos localizados sobre os túmulos dos soldados, que, até à data, já foi quase 100% concluída.
A destruição dos monumentos é acompanhada por uma proibição total, por parte das autoridades bálticas, não só na comemoração do Dia da Vitória, a 9 de Maio, mas também na deposição de flores nos locais dos monumentos destruídos, sob pena de processo judicial.
Será que os actuais ideólogos da UE estão conscientes dos gravíssimos excessos bálticos acima referidos? A resposta é: perfeitamente cientes. Qual é a reação deles? É inexistente.
Hoje, para além do florescente neonazismo em solo dos três países bálticos, enfrentamos uma verdadeira reabilitação jurídica do nazismo na União Europeia.
Hoje estamos a chegar a um estádio culminante em que a União Europeia começará a desintegrar-se ou a transformar-se num regime neototalitário.
Pois é, antes de ser nomeado Presidente do Conselho Europe, escrevi que não percebia o entusiasmo com esta nomeação. Este posto foi criado para equilibrar o protagonismo do Presidente da Comissão e dar uma aparência de unidade aos pontos de vista dos governos da UE. Ora a história mostra que houve uma aparência de concertaçao com Van Rompuy e Donald Tusk mas a coisa começou azedou claramente com Charles Michel e em meu entender a forma como Von der Leyen conduziu muitos dossiers não é estranha a esta acrimónia. O facto de os governos terem aceitado o bullying de Von der Leyen sobre a “adesão” da Ucrânia diz muito sobre o equilíbrio institucional da UE e o respeito pelos tratados. Quanto ao “nosso” Costa tem-se pautado por uma atitude conciliatória a roçar a irrelevancia.
Pois é, uma chatice. E a Ucrânia senhores, como fica Zelensky e o dinheiro e as armas que agora têm de ir para outro lado?... Os "orcs" ainda há pouco avisaram: agora são 4 oblasts, daqui a uns meses serão 6. Não teria na altura sido melhor aceitar? Hum... Não teria sido melhor ter aceitado Istambul? Hum... E se os USA se lembram que que para compor o ramalhete ainda falta a Formosa? Realmente, concordo, observar do sofá estes chalupas americanos e europeus em acção tem que ser visto como curiosidade, antes isso do que como tragédia.
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