domingo, outubro 13, 2024

Resumo da novela

Para que o eleitorado entenda um gesto político, este tem de ser muito simples: sim ou não, sem "sim, mas..." pelo meio. A atitude do PS face ao orçamento, seja ela qual for, deve ser de uma completa clareza e sem subtilezas retóricas. Se sim, por isto; se não por aquilo. Ponto.

O PS, lamento dizê-lo, conseguiu deixar a transformar a "novela" do orçamento numa questão consigo mesmo. O governo conseguiu "passar-lhe a bola". Agora, nos media, a notícia já são os socialistas que querem ver o orçamento aprovado contra os (que parece) que não pensam bem assim.

Não fossem as trapalhadas entre Montenegro e Ventura e a situação dos socialistas seria ainda pior. Todos já tínhamos percebido, nos Açores e na Madeira, que "não é não" enquanto der jeito. (Lembrem-me: de que partido era Ventura militante, antes de criar o Chega?)

O PS deveria ter dito, desde o início, uma só coisa: um governo minoritário tem de ser capaz de apresentar um orçamento capaz de passar no parlamento. A responsabilidade é exclusivamente do governo e este só não apresenta um orçamento em condições de ser aprovado porque não quer. 

11 comentários:

Anónimo disse...

Grande engano. Estavam tramados, mais a mais com o presidente intriguista que temos e a comunicação social a ladrar e a morder em matilha. Como dizia Retz só se sai da ambiguidade com prejuízo próprio. Dissessem eles hic et nunc não e era o ai Jesus!, a democracia, a Europa, Mário Soares e outras tretas. Há que ir dando corda aos dançarinos.

Fora isso o PS é-me indiferente. Esse e os outros.

marsupilami disse...

Tem toda a razão, senhor Embaixador. Mas quando tem de ser um diplomata a explicar o último parágrafo aos profissionais da política, ...

Carlos disse...

Eu que sou um votante histórico do PS ainda não compreendi a atração quase irracional pelo abismo que conduziu a eleição de PNS para secretário geral. É que no seu ativo só me lembro dumas frases infantis sobre os banqueiros, um desempenho mediocre como ministro das infraestruturas e habitação (a TAP, o aeroporto, o -habitação, os patos voadores, etc.).

Deixou-se enredar na sua teia, está a destruir a herança “boa” de António Costa patrocinando um aumento desmesurado da despesa pública, enquanto LM assegura o mandato até 2027 e instala o Estado “laranja” e Moedas prepara-se para uma candidatura a um 2o mandato sem oposição digna desse nome.

Assim não vamos lá ! Mal por mal antes a Alexandra - não concordo com as suas posições em várias matérias, mas é mais articulada e consegue rebater com inteligência os argumentos dos adversários políticos !

Carlos disse...

Eu que sou um votante histórico do PS ainda não compreendi a atração quase irracional pelo abismo que conduziu a eleição de PNS para secretário geral. É que no seu ativo só me lembro dumas frases infantis sobre os banqueiros, um desempenho mediocre como ministro das infraestruturas e habitação (a TAP, o aeroporto, o -habitação, os patos voadores, etc.).

Deixou-se enredar na sua teia, está a destruir a herança “boa” de António Costa patrocinando um aumento desmesurado da despesa pública, enquanto LM assegura o mandato até 2027 e instala o Estado “laranja” e Moedas prepara-se para uma candidatura a um 2o mandato sem oposição digna desse nome.

Assim não vamos lá ! Mal por mal antes a Alexandra - não concordo com as suas posições em várias matérias, mas é mais articulada e consegue rebater com inteligência os argumentos dos adversários políticos !

manuel campos disse...

Quase totalmente de acordo em tudo com o Carlos.
O "quase" é a Alexandra.

manuel campos disse...

Voto PS desde os tempos em que não se chamava ainda PS, mas sim Acção Socialista Portuguesa, integrando assim a CEUD nas eleições legislativas de 1969.
A CEUD obteve 1.51% dos votos, que lhe foram dados por 16863 eleitores.
Não sei quem foram os 16860, mas os outros 3 foram a minha Mãe, o meu Pai e eu, meus irmãos ainda não tendo idade para votar.
Isso trouxe-nos alguns incómodos, nada de especial, estávamos habituados a eles lá por casa como já aqui contei.
Nas últimas eleições ainda votei PS, um benefício da dúvida que resolvi ter em conta, mesmo que a dúvida fosse já grande.
Não voltarei a votar PS enquanto não acordarem por lá no que diz respeito a esta insensatez em que se vive (hoje veio outro “histórico” dizer o que pensa), votarei em branco.
É óbvio que o PS não está nada preocupado com o meu voto, tem muitos mais.
Mas eu estou, que só tenho este.

Anónimo disse...

A coisa começou mal com a ajuda para eleger Aguiar Branco, às vezes não interessa quem é o adulto na sala! LM ainda ficou a "pensar" se queria essa ajuda...O PS perdeu as eleições, a maioria de direita que se entenda. Como bem lembra, AV era (?) PSD e está ansioso para voltar, perigoso e muito inteligente, o melhor era a sua reabilitação. É dar lhe uma pasta, sei lá, tipo MAI.

Luís Lavoura disse...

o governo só não apresenta um orçamento em condições de ser aprovado porque não quer

Exatamente. Muito bem escrito!

Anónimo disse...

Tem que ser um NÃO que se ouça em todo o país. Estou farto de golpes e o PNS não pode contribuir para que estes continuem impunemente.

Carlos disse...

Em boa verdade eu não sei se votaria na Alexandra precisamente porque discordo dela em muitas matérias mas ao menos é competente na defesa do seu ponto de vista. PNS nem isso …

Luís Lavoura disse...

O governo e a AD, se querem fazer reformas no país (como por exemplo pôr a RTP sem publicidade, descer o IRC até aos 15%, ou muitas outras), deveriam propôr à Assembleia leis específicas a codificar tais reformas, em vez de as introduzirem no meio de um Orçamento. A lei do Orçamento deveria ser uma coisa simples, só com o deve e o haver e sem reformas lá enfiadas pelo meio.

25 de novembro