domingo, outubro 27, 2024

Ferreira do Alentejo


Tive ontem o gosto de intervir numa iniciativa organizada em Ferreira do Alentejo, no âmbito da respetiva Universidade Popular, de que é reitor o professor David Justino. Devo dizer que desconhecia esta interessante entidade até que, já há alguns meses, recebi um convite para ir ali falar, formulado por Inácio Ludgero, uma conhecida figura da fotografia e do foto-jornalismo português, que há muito desenvolve uma meritória atividade na área da difusão cultural.

Com uma sala cheia de gente que se mostrou interessada e muito interventiva - onde tive o prazer, logo à entrada, de ver à venda a 3ª edição do meu livro "Antes que me esqueça", publicado há quase um ano - mantive mais de duas horas de animado debate. O tema era "A Diplomacia e a vida", mas logo se percebeu que, da análise em abstrato da natureza da atividade diplomática, a conversa teria de derivar para a atualidade do estado do mundo. E assim aconteceu.

Um agradecimento particular é devido ao presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, Luís Pita Ameixa, que foi o anfitrião do evento, e à "culpada" pela extraordinária atividade cultural que se desenvolve em Ferreira, Dra. Maria João Pina.

4 comentários:

Anónimo disse...

Fico espantado como é que estas localidades do interior, com pouca gente e com poucos recursos, fazem tanto pela cultura. É tocante.

manuel campos disse...

Quando vivi em Évora e tinha que ir a Beja, ia de modo regular almoçar a Ferreira do Alentejo com um "personagem local", pessoa muito interessante ainda que nos tenhamos depois afastado por "politiquices" que nos ultrapassavam, é o que é.
Gosto muito da vila mas na altura as estradas eram chatas.

A propósito do que muito bem diz o Anónimo das 11.48, é sempre um motivo de espanto à minha volta quando conto o que se passa lá no meu "algures", um concelho com menos habitantes que a mais pequena freguesia de Lisboa.

Basket-Spot disse...

Menos de 200 km distam Lisboa de Ferreira do Alentejo, mas mesmo assim nada se conhece do que lá se passa. É assim com todo o interior, até mesmo no litoral mais afastado dos grandes centros. Mas que raio, temos um país pequeno, um rectângulo exíguo e não nos conhecemos uns aos outros. Mais, as "elites" de Lisboa arrastam as populações nessa crença de que o resto do país é paisagem e não merece a devida atenção. Isto não será patológico? E o que custa ao desenvolvimento do país como um todo integrado...

Basket-Spot disse...

Ainda que mal pergunte: neste blogue, não se deu conta do falecimento de Marco Paulo? Cantor popular (do povo), que tanto deu às comunidades portuguesas espalhadas pela Europa e pelo mundo. Nele viam um simbolo do país. Não merece umas linhas, talvez por preconceito? Não será caso isolado, lembremo-nos da polémica com Tony Carreira há uns anos, quando este foi ignorado e desprezao pelo poder político da altura. Não queremos conhecer o país e as suas raízes profundas, e desprezamo-lo. E isto vem associado ao comentário anterior.

25 de novembro