Há um imenso equívoco no mundo do futebol.
O adepto clubista investe, emocional e irracionalmente, num emblema. Sofre e sente profundamente as vitórias e as derrotas do seu clube. Já se percebeu que isso é das lei da vida.
Por um qualquer mistério, que confesso que nunca percebi, o adepto comum parece ser levado a pensar que um jogador ou um treinador, chegado de um outro clube, muitas vezes transferido e pago a peso de ouro, passa, por essa simples transferência, a ter de transpirar um "amor à camisola" do novo clube idêntico àquele que o adepto sente, como se de um amador se tratasse.
Às vezes, é verdade, há alguns profissionais que "go native" e passam a ser adeptos e a partilhar a mística do clube. Mas essa é exceção. A regra, para um profissional, é mostrar plena lealdade ao clube, enquanto nele trabalha, e que exerça a função para que foi contratado da melhor forma que sabe e pode. Quando tiver de sair, não lhe é exigível nada mais do que o cumprimento do que estiver no contrato, escrito ou implícito. Tudo o resto não passa de um equívoco.
15 comentários:
Hoje estou por aqui, cá venho de quando em vez (de X em X capítulos do livro, para ser mais preciso).
Ainda que nem sempre mas na maior parte das vezes, os jogadores e os treinadores sentem-se na obrigação de, quando chegam a um clube e para "animar a malta", darem entrevistas a toda a gente a contar que sempre sonharam ir ali parar e que não há massa associativa como aquela à face da terra.
E depois lixam-se, claro.
É assim mesmo. Mas que triste que eu estou...
O Senhor Embaixador é do benfica?.....
Ao Anónimo das 20:07. Sou do Sporting, claro. Quando o Jorge Jesus saiu do Benfica para o Sporting, foi um "traidor"? Um treinador que sai de um clube, para melhorar a vida e reforçar o prestígio, é um "traidor"?
20:07 : mas ca ganda básico... !
23:58 : ainda perde o seu tempo a dar troco a estes broncos ?
O Rúben Amorim é como os melões: verde por fora, vermelho por dentro.
(Vermelho do Benfica, quero eu dizer.)
Só que os melões não são vermelhos por dentro !
O Rúben Amorim é sócio do Benfica desde que nasceu. Mas isso não interessa.
É um excelente profissional.
No futebol ,a maioria não percebe o filme!
A saída de Rúben Amorim do meu SPORTING, mais dia, menos dia, era inevitável, como acontece a todos treinadores e em todos os clubes.
Nem me atrevo a censurar RA pela opção de sair nesta altura, embora lamente que o faça a meio de uma época com o objectivo, tantas vezes por si realçado, do bi-campeonato.
É uma oportunidade de ouro que se lhe oferece na sua carreira de treinador que no fundo é a sua profissão e que lhe garantirá, do ponto de vista financeiro, um futuro risonho. Fico grato pelas conquistas que nos deu, é só lhe desejo sorte.
Mas as instituições como o SPORTING são perenes – o SPORTING é muito maior do que o RA – e permanecerá muito para além daqueles que os servem, serviram ou o venham a servir no futuro, que estarão sempre de passagem.
PS: Senhor Embaixador espero que o Frederico Varandas não se lembre de contratar o “javardo” para treinar o nosso SPORTING!
Nestas coisas o que me interessa são resultados, tudo o resto é o esplendor do mercado a funcionar. Jogadores, treinadores, dirigentes "são como biscoito, vai um e vem dezoito".
Quando se mistura emoções (irracionalidade) com negócios/trabalho é no que dá. Equívocos e ou decepções.
Se por acaso o Rúben Amorim estivesse a fazer um mau trabalho iriam mantê-lo no cargo?
Se há liberdade para um lado tem de haver para o outro.
Carneiro
Há um aspecto desta caça aos talentos que em meu entender tem contornos algo escandalosos: é que as autoridades desportivas e económicas que tanto clamam por um desportivismo são e uma concorrência equilibrada e justa (sobretudo quando falam dos “outros”) vivem muito bem com esta abordagem que consiste em dar livre curso ao poder do dinheiro. É que eu nada tenho a opor a que um clube SAD contrate um treinador mas fazê-lo em plena competição desportiva indo buscar alguém que está comprometido com um clube na mesma competição é algo que vai contra a verdade desportiva. Estas contratações deveriam cingir-se a um período bem preciso ou a pessoas sem vínculo contratual ativo com um clube.
Já agora sobre este assunto convém lembrar que a equipa dirigente do Sporting (e os seus adeptos) estão a sofrer a mesma sorte que impuseram ao Sporting Braga quando foram “buscar” Rúben Amorim. É que na altura o Sporting não só forçou a quebra da relação contratual mas atrasou ainda o pagamento durante vários meses.
Tudo isto são fait divers … mas há um lado político (e económico) sobre o desporto espectáculo que talvez mereça reflexão!
09:25 - melões vs melancias : este homem não existe...
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