segunda-feira, agosto 01, 2022

Ucrânia


Kherson, no sul da Ucrânia, foi, com o Donbass, das primeiras regiões ucranianas a serem ocupadas pela Rússia, depois de 24 de fevereiro, dada a sua importância para a Crimeia, nomeadamente para abastecimento de água. Nestes meses, o “oblast” de Kherson atravessou um processo acelerado de “russificação”, falando-se da iminente realização de um referendo, com vista à constituição de uma república, a exemplo do que aconteceu em Donetsk e Luhansk. Processo idêntico poderia vir a suceder em Zaporizhzia, se a Rússia viesse a conseguir controlar essa região, depois de completada a tomada do Donbass. Ora acontece que o ritmo das operações russas no Donbass não parece estar a ter, nos últimos dias, o sucesso que Moscovo previa e, para piorar as coisas, os russos parece estarem a necessitar de trazer tropas dessa sua operação no leste para reforço do esforço de guerra a sul.

A confirmarem-se as notícias de que uma contra-ofensiva ucraniana estará agora a ameaçar a continuidade da presença russa em Kherson, estar-se-á perante um significativo volte-face nesta guerra, ao qual não seria estranha a importância vital da ajuda militar ocidental. Perante este cenário, cabe no domínio da especulação pensar o que Moscovo poderá vir a fazer para tentar “compensar” estes eventuais desaires.

“À suivre”.

5 comentários:

Luís Lavoura disse...

Entretanto, está-se a verificar aquilo que o Francisco temia: a Ucrânia está a começar a atacar diretamente, com os seus novos "brinquedos" fornecidos pelos EUA, a Crimeia. Que é território russo, de acordo com a Rússia. É grave.

Anónimo disse...

A Russia ainda nem sequer fez a mobilizaçao geral, ao contrário da Ucrania. Não precisam e têm tempo. A Ucrania não. É uma guerra de atrito, feita em grande medida pelos mercenários da Wagner, extremanente eficazes, ao contrários doa Azov, que se revelaram um flop. É preciso não conhecer a Russia para achar, como muitos, que acabarão por recuar. Há dois meses li na imprensa séria, muito institucional, que os russos estavam desmoralizados e esfomeados e que a sua artilharia era do tempo da segunda guerra e se estava a esgotar...

Lúcio Ferro disse...

Senhor Embaixador, está muito mal informado. Qual contra-ofensiva em Kherson, ensadeceu? Qual ritmo lento no Donbass, depois do palhaço ter ordenado a evacuação? Quais são as suas fontes, Senhor Embaixador? São as da propaganda? Obrigado por me ter feito rir e um bom dia. PS - Zaporizhzia? Nunca mais volta a ser ucraniana.

Lúcio Ferro disse...

Ainda sobre a contra-ofensiva de Kherson, isto li agora mesmo num órgão de propaganda oficial chamado The Guardian:

"Three people have reportedly been killed by Russian shelling while evacuating in a minibus near Kherson, Ukraine’s military is reporting."

Ou seja, uma contra-ofensiva esmagadora, "while evacuating". De acordo com o The Guardian, não é Tass que o diz. Não brinquemos com coisas sérias, não há nem vai haver contra-ofensiva. O que há é um sistema HIMAR completo nas mãos dos russos, após ter sido passado por oficiais ucranianos corruptos. E, claro, há o Kosovo, há Taiwan, há assassinatos por drones em países estrangeiros dos que se vangloria o lunático do biden, esse carniceiro, e há muita, muita cegueira. Continuação de boa semana.

Anónimo disse...

Entretanto, no Afeganistão, a CIA limpa o sebo a alegado turra. Respeito pela soberania, pelo Estado de Direito, pelo "mundo com regras" ? Zero ! Não se aplica,não há comunicação social que se inquiete com esses detalhes. Já se tivessem sido os russos...

Mrocha

25 de novembro