sábado, agosto 06, 2022

“Nazdarovya”

A Rússia teve a sua melhor semana, desde há meses, independentemente da imensa mossa que os Himars começam a fazer no terreno. Mas ver a China de completas cadeias às avessas com os EUA e Erdogan a fazer rapapé a Putin em Sochi justificará ouvir-se ”nazdarovya” no Kremlin.

7 comentários:

Anónimo disse...

« ...da imensa mossa que os Himars começam a fazer no terreno.»

Não é que duvide, mas quais são as fontes em que apoia essa afirmação ?


MRocha

Unknown disse...

À melhor semana, desejo à Rússia, a continuação das piores semanas. Ainda bem que temos os EUA, senão éramos "papados" por este regime execrável.

Lúcio Ferro disse...

Senhor Embaixador, devo dizer-lhe que, no que diz respeito ao assunto militar, continua muito mal informado. Sugiro que passe a consultar Alexander Mercouris, pessoa bem informada, que publica vídeos diários, num inglês excelente e com uma análise muito superior à que é apresentada pelos fretistas de serviço da propaganda dos mérdia ocidentais. Ou então, faça como o "desconhecido" e continue a tragar as homilias dos milhazes que por aí pululam. Já agora, essa "contra-ofensiva" de Kherson, é para quando? Um bom domingo.

Francisco Seixas da Costa disse...

Lúcio Ferro. Imagino que deva ser muiyo bom acreditar apenas naquilo que conforta os nossos preconceitos!

Lúcio Ferro disse...

Não são preconceitos; o fornecimento de armas ocidentais que nem sequer são grande coisa e sobretudo fornecidas a conta gotas (erro fundamental), a total inexperiência do regime de Kiev e a sua corrupção endémica, fazem o resto. A guerra, com muita pena minha, afinal de contas, eu também sou um Ocidental, lamento dizê-lo, a guerra está perdida e será bom que se corra com o zelenski (como sabe já foi um palhaço mais popular) e que se faça a paz, ou prefere que a Europa gele no Inverno e que a extrema direita se instale? Ou melhor ainda, favorece uma solução Truss, a da última guerra mundial? É que o Senhor Embaixador, se me perdoa, comporta-se um pouco como o Humpty Dumpty de Lewis Carrol, fecha os olhos e diz que não toma partido; olhe que, quando a Europa cair (e está em que queda livre), caímos todos. É melhor fazer a paz, antes que seja tarde e fazer a paz passa por admitir que a Ucrânia vai ficar sem território e que o atual regime tem de ser removido.

Joaquim de Freitas disse...

Duas revoluções coloridas em menos de dez anos, uma frente doméstica extenuante e a manutenção de uma aproximação atlantista contra-estratégica (UE + OTAN), estão estruturando uma balcanização programada.

Este é o carácter artificial e revoltante das posições euro-americanas – o projecto de dupla candidatura da União e da Organização – que revive os sentimentos históricos mais dolorosos e, portanto, a perspectiva de uma vizinhança imediata pelo menos problemática.

A estatura internacional da Federação Russa de Putin não pode se dar ao luxo de ter um país "irmão" inteiro à sua porta organizado para hostilidade cultural e política em relação a ele. E eventual trampolim para os americanos, que sonham de ir até à Sibéria.

Assim, 2004 e 2014 alimentaram ainda mais velhos ressentimentos que, dependendo das mortes dessa guerra até então “de baixa intensidade” (15.000 mortos), se transformaram em profundas divisões.

O referendo da Crimeia e a dupla proclamação das Repúblicas do Donbass não surgiram do nada e a sociedade ucraniana, apesar da sua extraordinária resiliência, não consegue sustentar este estatuto mortífero indefinidamente.

E é criminoso de continuar a alimentar a fogueira com armas cada vez mais letais, que não chegam para dar a vitoria à Ucrânia.
Também é verdade que os dólares que pagam as armas podem ser impressos dia e noite sem grande custo. Tal não se pode dizer dos homens que caem todos os dias no campo de batalha.

Francisco disse...

O Francisco Seixas da Costa regozija-se e por compreensíveis razões, com o facto de, por fazer uso de um fuso horário distinto dos demais, isso lhe permitir amiúde beneficiar de dias de vilegiatura com privilégios solares a que outros não acedem. No meu caso, a dessincronização é entre a observação dos factos e o tempo em que consigo finalmente ter uma leitura sobre eles. Acreditava eu (ingenuamente, como agora sei), que a visita de Pelosi a Taiwan, num tempo em que o quadro de relações de força à escala global atinge uma tensão inaudita, tinha sido como que regar o fogo com gasolina. Afinal ouvi ontem ma CNN as explicações cândidas de um sr. militar de carreira, que já pontificou na NATO (ocorre-me até pensar e por razões que adiante melhor se compreenderão, que se a NATO fosse uma vaca teria a virtualidade de acabar com a fome no mundo, tal parece ser o carácter ilimitado do tamanho das suas tetas e do leite que delas corre) o qual explicou que os Chineses – que não se de fiar como toda a gente sabe, tal como o sr. major general fez questão de recordar – não atacam Taiwan dado que estão ali cerca de 40 milhões de cidadãos muito aguerridos, num sítio de montanhas (“aquilo não é o mesmo que passear nas planícies da Ucrânia”) e por conseguinte os Chineses arriscavam-se a uma coça daquelas à moda antiga. Mas para além disso, o sr. major general visitou os EUA no âmbito da NATO (recordam-se das tetas da vaca?) onde conheceu os porta-aviões (e aqui os olhos do sr. major general encheram-se de um indisfarçável brilho) cujo poder é empolgante: ele é o número de tripulantes, ele é o poder de fogo ele são armas imparáveis. Portanto, eles que nem se atrevam! Ora, vinha eu pensando por dias a fio, que a visita de Pelosi trazia os perigos todos do confronto entre potências nucleares, gigantes económicos e políticos, cujos espirros podem constipar o mundo inteiro. Nada disso: trata-se de uma zaragata em que os rufias, se pisarem o risco, levam pancada dos nossos e ponto final. Pude então suspirar de alívio e com o coração finalmente pacificado pelas explicações deste especialista, dei por mim, nostálgico, a ter vontade de abraçar "Um gajo de Alfama". Afinal o homem já era um génio e eu ainda não o sabia.

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