A Rússia teve a sua melhor semana, desde há meses, independentemente da imensa mossa que os Himars começam a fazer no terreno. Mas ver a China de completas cadeias às avessas com os EUA e Erdogan a fazer rapapé a Putin em Sochi justificará ouvir-se ”nazdarovya” no Kremlin.
7 comentários:
« ...da imensa mossa que os Himars começam a fazer no terreno.»
Não é que duvide, mas quais são as fontes em que apoia essa afirmação ?
MRocha
À melhor semana, desejo à Rússia, a continuação das piores semanas. Ainda bem que temos os EUA, senão éramos "papados" por este regime execrável.
Senhor Embaixador, devo dizer-lhe que, no que diz respeito ao assunto militar, continua muito mal informado. Sugiro que passe a consultar Alexander Mercouris, pessoa bem informada, que publica vídeos diários, num inglês excelente e com uma análise muito superior à que é apresentada pelos fretistas de serviço da propaganda dos mérdia ocidentais. Ou então, faça como o "desconhecido" e continue a tragar as homilias dos milhazes que por aí pululam. Já agora, essa "contra-ofensiva" de Kherson, é para quando? Um bom domingo.
Lúcio Ferro. Imagino que deva ser muiyo bom acreditar apenas naquilo que conforta os nossos preconceitos!
Não são preconceitos; o fornecimento de armas ocidentais que nem sequer são grande coisa e sobretudo fornecidas a conta gotas (erro fundamental), a total inexperiência do regime de Kiev e a sua corrupção endémica, fazem o resto. A guerra, com muita pena minha, afinal de contas, eu também sou um Ocidental, lamento dizê-lo, a guerra está perdida e será bom que se corra com o zelenski (como sabe já foi um palhaço mais popular) e que se faça a paz, ou prefere que a Europa gele no Inverno e que a extrema direita se instale? Ou melhor ainda, favorece uma solução Truss, a da última guerra mundial? É que o Senhor Embaixador, se me perdoa, comporta-se um pouco como o Humpty Dumpty de Lewis Carrol, fecha os olhos e diz que não toma partido; olhe que, quando a Europa cair (e está em que queda livre), caímos todos. É melhor fazer a paz, antes que seja tarde e fazer a paz passa por admitir que a Ucrânia vai ficar sem território e que o atual regime tem de ser removido.
Duas revoluções coloridas em menos de dez anos, uma frente doméstica extenuante e a manutenção de uma aproximação atlantista contra-estratégica (UE + OTAN), estão estruturando uma balcanização programada.
Este é o carácter artificial e revoltante das posições euro-americanas – o projecto de dupla candidatura da União e da Organização – que revive os sentimentos históricos mais dolorosos e, portanto, a perspectiva de uma vizinhança imediata pelo menos problemática.
A estatura internacional da Federação Russa de Putin não pode se dar ao luxo de ter um país "irmão" inteiro à sua porta organizado para hostilidade cultural e política em relação a ele. E eventual trampolim para os americanos, que sonham de ir até à Sibéria.
Assim, 2004 e 2014 alimentaram ainda mais velhos ressentimentos que, dependendo das mortes dessa guerra até então “de baixa intensidade” (15.000 mortos), se transformaram em profundas divisões.
O referendo da Crimeia e a dupla proclamação das Repúblicas do Donbass não surgiram do nada e a sociedade ucraniana, apesar da sua extraordinária resiliência, não consegue sustentar este estatuto mortífero indefinidamente.
E é criminoso de continuar a alimentar a fogueira com armas cada vez mais letais, que não chegam para dar a vitoria à Ucrânia.
Também é verdade que os dólares que pagam as armas podem ser impressos dia e noite sem grande custo. Tal não se pode dizer dos homens que caem todos os dias no campo de batalha.
O Francisco Seixas da Costa regozija-se e por compreensíveis razões, com o facto de, por fazer uso de um fuso horário distinto dos demais, isso lhe permitir amiúde beneficiar de dias de vilegiatura com privilégios solares a que outros não acedem. No meu caso, a dessincronização é entre a observação dos factos e o tempo em que consigo finalmente ter uma leitura sobre eles. Acreditava eu (ingenuamente, como agora sei), que a visita de Pelosi a Taiwan, num tempo em que o quadro de relações de força à escala global atinge uma tensão inaudita, tinha sido como que regar o fogo com gasolina. Afinal ouvi ontem ma CNN as explicações cândidas de um sr. militar de carreira, que já pontificou na NATO (ocorre-me até pensar e por razões que adiante melhor se compreenderão, que se a NATO fosse uma vaca teria a virtualidade de acabar com a fome no mundo, tal parece ser o carácter ilimitado do tamanho das suas tetas e do leite que delas corre) o qual explicou que os Chineses – que não se de fiar como toda a gente sabe, tal como o sr. major general fez questão de recordar – não atacam Taiwan dado que estão ali cerca de 40 milhões de cidadãos muito aguerridos, num sítio de montanhas (“aquilo não é o mesmo que passear nas planícies da Ucrânia”) e por conseguinte os Chineses arriscavam-se a uma coça daquelas à moda antiga. Mas para além disso, o sr. major general visitou os EUA no âmbito da NATO (recordam-se das tetas da vaca?) onde conheceu os porta-aviões (e aqui os olhos do sr. major general encheram-se de um indisfarçável brilho) cujo poder é empolgante: ele é o número de tripulantes, ele é o poder de fogo ele são armas imparáveis. Portanto, eles que nem se atrevam! Ora, vinha eu pensando por dias a fio, que a visita de Pelosi trazia os perigos todos do confronto entre potências nucleares, gigantes económicos e políticos, cujos espirros podem constipar o mundo inteiro. Nada disso: trata-se de uma zaragata em que os rufias, se pisarem o risco, levam pancada dos nossos e ponto final. Pude então suspirar de alívio e com o coração finalmente pacificado pelas explicações deste especialista, dei por mim, nostálgico, a ter vontade de abraçar "Um gajo de Alfama". Afinal o homem já era um génio e eu ainda não o sabia.
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