quarta-feira, agosto 17, 2022

Mesas de agosto - “Cruzeiro” (Santa Maria do Bouro)


Há quantos anos conheço o "Cruzeiro", em Santa Maria do Bouro? A casa tem 63 anos. Devo ter ido por lá, a primeira vez, nos anos 80, quando o Gerês andava muito no meu roteiro regular de férias. Quase que aposto que a lista não devia andar longe daquilo que ainda hoje é: o cabrito, o bacalhau, a carne assada, as papas de sarrabulho, os rojões, o pernil e coisas assim. Até das rabanadas da casa me lembro. Hoje, voltei a almoçar lá. Era um dia “impossível”! Nos agostos, há um mundo a pousar por ali, muitos emigrantes com família, muito viajante pelo Minho, que já aprendeu onde se come bem. O “Cruzeiro” não aceita reservas para depois do meio-dia-e-meia. Assim, à chegada, há que “dar o nome” e esperar. E assim fiz e fiz muito bem. Dez minutos depois, com a casa a abarrotar, na ordem devida, estávamos sentados e tudo começou a chegar, na sequência certa, cozinha rápida, simpatia e diligência no serviço, impecável de eficiência e elegância (guardanapos de pano, claro). Ah! E comeu-se bem. Aproveitei a passagem, junto à mesa, da Dona Maria Isabel, a conhecida proprietária que ainda hoje dá uma mão, no meio daquela azáfama, para a felicitar pela qualidade do que o “Cruzeiro” há anos nos proporciona. Querem saber quanto custou um cabrito para dois, antecedido de sopa, sobremesas, pão e manteiga e meia de Esteva? 35 euros! É verdade! Como antes se dizia: há um Portugal desconhecido que espera por si.

6 comentários:

Flor disse...

Lamento muito não conhecer a região.

netus disse...

Bom dia.
Quatro anos passados, causam saudades imensas.
Isto para dizer que, com 5 dias fazendo da pousada-mosteiro em Amares o quartel-general para incursões várias essencialmente dentro de um largo quadrilátero Braga, Vila Verde, Brufe, Ruivães, Braga, dá/ deu para conhecer diferentes e diversos "Portugais".
Dá para descobrir caminhos, paisagens, despovoamentos, restauração como a indicada pelo embaixador Seixas da Costa e outra, património edificado que se vai felizmente recuperando.
A excelente recuperação do que é hoje a pousada, ou o que se observa em Tibães, ou o que se observa por exemplo, em Rendufe ou na Sra da Abadia, dão bem a ideia de esforços, do já feito, e do muito que falta fazer por todo o Portugal.
E dá que pensar quanto ao que está para Leste da linha Norte-Sul de 70 Km a partir da costa.
Centenas de Km abaixo, e ainda quando a património, por exemplo o Cucufate de 1992 e o Cucufate de 2022 mostra o que é possível fazer, quando se quer.
António Cabral

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Que categoria! É de comer em sítios desses é que eu gosto.

Tony disse...

Oh. A Senhora da Abadia. (O Restaurante Abadia). Grande catedral do palato. Após o repasto, ou antes, até se pode tomar um belo banho de rio, junto a ponte romana. Sem desprimor pelos muitos outros locais minhotos, onde, igualmente, se come muito bem.

Francisco Seixas da Costa disse...

Tony. Fui lá hoje. Desisti. Apinhado, barulho imenso, ambiente quentíssimo.

Tony disse...

O Sr. Embaixador teve azar. O local é referenciado e a malta emigrante, nestes dias de Agosto, vai aos magotes. Lembro que o restaurante serve 1500 refeições.

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