domingo, agosto 14, 2022

Liberdade, liberdade, quem a tem chama-lhe sua…

Ao comum cidadão russo, a quem já não bastava ter de sofrer um regime que o torna súbdito de um autocrata com manias neo-imperiais, alguns vizinhos europeus querem agora impor o banimento da sua circulação por terras que apregoam como áreas de liberdade.

8 comentários:

Carlos disse...

O medo na sua expressão mais básica é sempre um mau conselheiro. À força de promover um discurso anti-russo a UE vai acabar por reforçar ainda mais o regime de Putin

Flor disse...

Não está certo!!

Luís Lavoura disse...

Estão agora a transmitir na televisão um pseudo-campeonato europeu de ginástica no qual não participam atletas russos. Como se um campeonato de ginástica sem a Rússia pudesse alguma vez classificar-se como "europeu". Então fazem um campeonato do qual excluem à partida os melhores??!!

Anónimo disse...

80% do "comum cidadão russo" apoia Putin. Eu próprio, posso confirmar que todos os russos e russas que conheço, apoiam Putin e apoiam a Operação Militar Especial na Ucrânia. Não conheço, nem nunca conheci um único cidadão russo que fosse anti-Putin, pelo simples motivo de que essa gente não passa de uma pequena minoria, tanto dentro, como fora da Rússia.

Francisco disse...

Faz tempo (que no éter e no mundo virtual, tudo é fugaz, efémero e volátil como a espuma dos dias e, por conseguinte, 9 de Agosto já fica lá muito atrás), que o estimado autor deste blogue dava luz a um texto, com o título peremptório e afirmativo de "O cúmulo da cretinice", em que sublinhava aquilo que pareceria mais ou menos óbvio: a proposta de proibir qualquer cidadão russo, apenas pelo facto de o ser, de entrar no espaço europeu, seria ideia que aparentava ter nascido apenas com o fito de alcançar um lugar honroso num qualquer concurso de cretinices. Contudo, logo nas horas seguintes a comunicação social foi dando palco a mais uns bitaites, ficando-se assim a perceber que a proposta teria ao que parece novos subscritores alguns mesmo de natureza institucional. A cretinice manteve-se. E os cretinos?

manuel campos disse...


Anónimo das 01.47

Admito que isso será assim, não tenho dados que o confirmem nem desmintam, ninguém tem, tirando as "verdades" de cada um de que se falou aqui um destes dias.

Acontece ainda que só conheço meia-dúzia de russos pelo que generalizar seja o que fôr para os 144,1 milhões de habitantes da Rússia (Banco Mundial, 2020) me parece um exercício infeliz.

Aparentemente o Anónimo conhece muitos, pelos vistos uma amostra representativa, direi mesmo que eventualmente uns milhões de russos, invejo-lhe a sorte ainda que no actual contexto me pareça arriscado.

Seja como fôr e conforme aqui disse há dias continuem a abrir "caixas de Pandora" destas e vão ver (os que cá andarem) como acaba, que os que acham normal isto tudo já não vão andar por cá.
Nada que não esteja nos livros de História.


Meu Pai viajava muito em serviço e passou muitos maus bocados nos anos da guerra colonial por essa Europa fora por ser português, apesar de ser forte opositor do regime e da guerra (só tinha filhos rapazes).
Não desejo isso a ninguém, opositor ou apoiante.

João Cabral disse...

A questão desportiva nada tem de novo. Em 1992, a propósito também da guerra e com cobertura da ONU, a Jugoslávia foi impedida de participar no Campeonato Europeu de Futebol, e também tinha dos melhores jogadores da altura. Foi o que possibilitou a repescagem da Dinarmarca e a sua vitória na final. Ironias da história.

Joaquim de Freitas disse...


Em Setembro de 1952, Chaplin foi efectivamente forçado ao exílio pelo governo dos EUA. Desde o dia em que Chaplin deixou as costas da América, sem saber do decreto prestes a cair sobre a sua cabeça, até à sua morte mais de duas décadas depois, ele só retornou uma vez ao país ao qual havia dado tanto da sua vida e talento.

Em 1948, o FBI colocou Chaplin na lista negra, impedindo-o de trabalhar em Hollywood. Quando perguntado se era membro do Partido Comunista, Chaplin respondeu: “Não quero fazer uma revolução, só quero criar mais filmes”.

“Disse não querer nada mais para a humanidade do que um teto sobre a cabeça de todos os homens”.

Justamente indignado, Chaplin estabeleceu-se na Suíça, afirmando que não retornaria aos EUA mesmo que Jesus Cristo fosse eleito presidente.

Banido de " circulação por terras que apregoam como áreas de liberdade", como muito bem escreveu, Senhor Embaixador..

25 de novembro