terça-feira, março 23, 2021

Meta volante


Hoje, lá para as nove e tal, isto é, por esta hora, metia-se o braço no janeluco que um dia passou a ser de alumínio lacado de branco, e, sabendo há muito da poda, abria-se, pelo lado de dentro, a fechadura do “Procópio”. Fiz isso anos a fio.

Ao fundo, logo em frente, o Nuno, o Nuno Brederode Santos, que tinha jantado na “Mãe de Água”, estava sentado no banco alto da esquerda, com os braços cruzados sobre o balcão, debruçado sobre uma pequena televisão que a “sedona” Alice tinha um dia inventado para o espaço. Nós chegávamos e ele, invariavelmente, dizia: “Já temos quorum. Passamos à mesa”.

E lá íamos nós, dois metros à esquerda, tomar assento na “Dois”, o pouso que por ali marcou a nossa geração. O Luís trazia-lhe o “refill” e o habitual para nós. Encostando-se para trás, numa coreografia que lhe era comum, como que a espreguiçar o início da noite que ia ser longa, o Nuno, que tinha acabo de ver as notícias, no dia de hoje, quase pela certa, iria dizer: “Este PPD está pela hora da morte! Já viste que há um candidato autárquico do Rio, lá na Padânia, que tem nome de ciclista?”

2 comentários:

albertino ferreira disse...

Que falta faz cá o Nuno para assistir e comentar esta catadupa de anúncios autárquicos que o Rio tira da cartola muitas vezes sem ouvir a opinião dos visados!

Tony disse...

O Rio que abomina tudo o que liga ao futebol. Lembro-me muito bem, o que disse do Costa, por ter dado a sua assinatura à candidatura do LFV/SLB. Vem agora, convidar o "Oliveirinha dos alhos" para cabeça de lista do PSD, a Gaia. Ele é só o maior acionista individual do FCP. Mas deve saber muito de gerir Autarquias. Bem visto!.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...