terça-feira, março 16, 2021

Óscares


Pedro Gomes Sanches explica, no Expresso, os critérios para atribuição os Óscares, a partir de 2024. Leiam:

Para ser elegível a Oscar a partir de 2024, o filme tem de cumprir dois de quatro standards. O primeiro standard é assegurar que uma das três condições seguintes é verificada. Primeira condição: o actor ou actriz principal ou um dos principais actores secundários tem de ser asiático, hispânico ou latino, negro ou afro-americano, indígena, americano nativo ou nativo do Alaska, do médio-oriente ou do norte de África, nativo do Hawai ou de uma ilha do Pacífico ou de outra raça ou etnia subrepresentada. Segunda condição: pelo menos 30% dos actores secundários têm de ser de pelo menos dois dos grupos subrepresentados; a saber: mulheres, grupos étnicos ou raciais, LGBTQ+, ou pessoas com deficiências físicas ou cognitivas ou surdos. Terceira condição: a história principal deve ser sobre um dos grupos subrepresentados (os mesmos referidos na condição anterior). O segundo standard deve cumprir uma de duas condições. A primeira é que dois dos directores de departamento (de casting, cinematografia, composição, adereços, cabeleireiro, etc.) sejam de um dos grupos subrepresentados. A segunda é que pelo menos um respeite a primeira condição do standard.

A imagem é do cartaz dos Óscares 2021.

6 comentários:

aguerreiro disse...

E os Gordos? Baixotes e compridos? Os Trinca-espinhas? Os desdentados, os coxos e zarolhos e os amputados? Os mastectomizados e os capados onde é que se encaixam? Também recebem óscares? O melhor é afeiçoar as estatuetas ao torno para o meteremm por o c....... acima

albertino ferreira disse...

Se por acaso não houver ninguém que cumpra os critérios não vai haver óscares!?Com estas condições, o fim da indústria cinematográfica não andará longe se não arrepiarem caminho.

João Pedro disse...

Comecei por me rir mas fui percebendo que era verdade, não sátira, e a vontade de rir desvaneceu-se definitivamente...

caramelo disse...

Está certo, a as regras podem ser parvas. Mas é engraçado que haja quem ainda acredite que as regras para atribuição dos óscares eram meramente artísticas e que nunca houve regras e pressões morais, politicas, etc. e que também não haja aqui (ainda) quem ache estranho que uma parte considerável da população americana não tenha tido acesso à arte cinematográfica, quanto mais a óscares. Portanto, a distorção começará agora, pensam eles…

Isto é uma revolução, um acerto com a história, como houve tantos outros, e exageros são compreensíveis, até á estabilização. É preciso é calma e capacidade de análise, sobre os porquês, e sentido histórico. Mas quem queria o mundo como até agora, vai ficar desiludido. Podem sempre ver em cd os filmes do Frank Capra para recordarem como o mundo era tranquilo, a arte ainda era arte e, como dizem os espanhóis, estava tudo em su sitio.

Luís Lavoura disse...

No outro dia vi algures (ou li, ou ouvi dizer, já não sei) uma lista de proibições que no passado vigoraram em relação aos filmes americanos. Não se podia mostrar qualquer forma de nudez, e mais uma data de proibições. Era uma lista inacreditável. Repare-se que não se tratava de proibir certos filmes de ganhar óscares - tratava-se mesmo de proibir a produção de certos filmes. Quem, como eu, acredita na liberdade de expressão e tal, ficava de queixo caído. Comparado com essa lista, esta agora, que somente impede certos filmes de ganhar um óscar, não é nada.

caramelo disse...

Pois, Luis Lavoura, era o famoso Código Hays (Motion Picture Production Code) o conjunto de normas morais aplicadas aos filmes entre 1930 e 1968. Portanto, neste periodo, agora incensado, não se tratava de ganhar ou não óscares. Eram mesmo condutas morais bastante apertadas para os conteúdos. É só ir ver a listinha...
Foi também nesse periodo saudoso que uma atriz negra, quando ganhou um óscar (a única a ganhar um óscar até àquela data e exemplo esse que raramente se voltou a repetir durante longos anos), recebeu o prémio e foi-se outra vez sentar num cadeira ao fundo da sala, convenientemente segregada, como era uso e costume.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...