Achei de muito mau gosto a insinuação oblíqua feita por Rui Rio, aquando do anúncio da sua recandidatura à liderança do PSD, de que Luis Montenegro é membro da Maçonaria. Como se isso fosse um crime ou um fator desqualificador de alguém.
Começo a não ter paciência para as teorias conspirativas sobre a Maçonaria, que por aí surgem com regularidade. Nunca fui tocado pelas "luzes" da subordinação espiritual ao "grande arquiteto universal" e não será por acaso que jamais alguém me aproximou a sugerir que me juntasse a esses rituais. Aliás, embora sendo para mim difícil perceber as razões que levaram muitos amigos meus a enveredar por essa opção, notei que nunca foram tentados a converter-me. Pela minha parte, também nunca lhes perguntei nada, porque nada tenho a ver com as opções filosóficas ou religiosas de cada um. Não me passa pela cabeça interrogar alguém sobre se é e por que é católico ou “testemunha de Jeová" ou se acredita no espiritismo.
A principal razão por que me incomoda esta espécie de suspeição obsessiva sobre a Maçonaria é que, durante a ditadura, sempre vi a diabolização da prática maçónica a ser titulada por quantos combatiam a democracia. Por isso, não posso deixo de considerar algo "salazarento" o movimento de opinião que, em Portugal, tenta forçar o "outing" de quantos se reunem nas várias “obediências”. Deteto neste tropismo, um tanto persecutório, o renascer de um preconceito que, antes do 25 de abril, a ditadura tinha para com as confissões maçónicas, que levou à perseguição de muitos dos seus membros e ao encerramento violento dos seus locais de reunião. E, assumindo o risco de estar a agitar a demonologia "talassa", gostava de lembrar o papel muito positivo que devemos à Maçonaria para a implantação da República, antes e no 5 de outubro de 1910.
Não é por ser mação, católico ou ateu que um cidadão é pior ou melhor que os outros. Bandidos ou pessoas de bem há-os por aí em todas as confissões, crenças ou "fezadas".
10 comentários:
O problema de se ser mação é ter-se agendas escondidas e solidariedades (com outros mações) também escondidas.
É exatamente o mesmo que ser-se da Opus Dei.
O problema não é propriamente a pessoa ser mação, o problema é não dizer que o é. É o segredo de o ser.
Conviria lembrar que Carmona era maçon e também Bissaya Barreto.
Saúde e Fraternidade caro Embaixador
Rio tem opiniões e não as esconde.
Devia ser um pouquinho cínico???
Talvez!
A maçonaria não contribuiu só para a república, que há que reconhecer que não foi grande coisa e acabou como acabou. Foi definitiva para a implantação do liberalismo, apesar de tudo melhor. Veja-se o Sinédrio
Fernando Neves
Aquele avental em couro, do general Norton de Matos nos jornais do Estado Novo, horas antes das eleiçoes, foram uma punhalada antes do assassinato do voto. O povinho português benzeu-se três vezes antes de ir votar ...sem buletins de voto !
Ninguém tem nada a ver com os « clubes « a que cada um pertence ... Mas uma coisa é certa , já alguém viu um maçon ter dificuldade em arranjar emprego ? O mesmo dizem da Opus Dei ... O mínimo que se pode dizer é que há uma grande dose de oportunismo , quanto a convicções ideológicas são mero pretexto para atingirem os seus objectivos ( ex : emprego , poder ) ... Refiro-me aos dias de hoje , há um século atrás acredito que a sinceridade poderia existir .
E também a maçonaria já não é tão secreta como antes . Há bem pouco tempo apareceram na comunicação social listas com os nomes de actuais maçons , coisa que não aconteceria no passado .
Já a Opus Dei é mais discreta e não anda a expor-se . E também não se podem comparar dado o antagonismo religioso .
Mas a verdade é que nenhum se safa da frase : ou é maçon ou é Opus Dei .
E mesmo sem ver os supostos sinais secretos que trocam entre si , os maçons deixam atrás de si aquele cheiro pestilento de oportunismo ...
Prefiro a Opus Dei .
Não acredito que o dr. Montenegro seja maçon , não tem os tiques dessas pessoas .
Foi seguramente uma frase infeliz de Rui Rio .
Portugal teve vários Reis maçons e que ao mesmo tempo eram católicos . Isso é uma coisa que nunca percebi , pois os membros da maçonaria são ateus ! Ou já não são ? Como está sempre tudo a mudar , sei lá ...
Convenhamos que Luis Montenegro é absolutamente insuportável com o seu ar de sonso e não se livrando da fama de ser apenas mais um títere de Miguel Relvas, como o foi antes Passos Coelho - é que não saberiamos verdadeiramente a que maos estaríamos entregues. Depois, o pretensiosismo de soprar para os jornais que foi estudar para Paris, a la Socrates - como se não existissem em Portugal boas escolas de governação publica e de ciência política.
A sua saída do Parlamento, obscura, nunca foi explicada e peca por falta de transparência - na boa linhagem do anterior correligionário laranja, antigo Presidente da Camara de Gaia e líder de comissão parlamentar especializada.
Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar algo dele. Mas errou. Como errou na designação de um faccioso para presidir ao 10 de Junho.
O artigo do Senhor Embaixador Seixas da Costa, que se sauda, é um cumprimento à maçonaria et c'est juste du politiquement correct. Mas a nobreza de maçons como Antonio Reis ou Antonio Arnaut esta a anos de luz de um Montenegro. Et pour cause.
Pois.... Acertou na "mouche".
Desde 1881 que as maçonarias se tornaram as líderes da liberdade. Essa mesma, conquistada em 1910 em Portugal e em 1918 na Rússia.
Em Portugal pela mão.... dizem da carbonária como agitadora e pelos niilistas na Rússia.
A trama da tapeçaria é sempre a mesma, o desenho do método a seguir é que pode ser diferente.
Eles se intitulam de sociedades discretas ou secretas e lá devem saber porquê.
Parece comparável com a hóstia consagrada para uns e para outros.
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